Percival Puggina
Ontem, 14 de novembro, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre entregou ao jornalista Políbio Braga o diploma de Honra ao Mérito por sua persistente dedicação à causa da liberdade de imprensa.
Há muito mérito em todos que se dedicam a essa causa e meu amigo Políbio ombreia com seus principais protagonistas. Como dizem certas condecorações militares, ele suporta com honra as dificuldades e perseguições que lhe são frequentemente impostas ao longo dos anos, com tenacidade “além do dever”.
A homenagem foi proposta pela vereadora Fernanda Barth e ao evento compareceu a nata do jornalismo gaúcho, num ambiente solidário e caloroso.
Declaração de Sobreviventes do Holocausto judeu
Nós, os sobreviventes do Holocausto abaixo assinados, somos as últimas testemunhas dos horrores indizíveis do regime nazista. Somos testemunhas da propaganda antissemita que virou nossos amigos, vizinhos e o público em geral contra nós na Europa. Lembramo-nos dos seis milhões de vidas judaicas perdidas por causa desse ódio.
Em 7 de outubro de 2023, testemunhamos os horrores dos ataques terroristas do Hamas em Israel e a guerra resultante, com sua terrível perda de vidas. Desde então, temos visto uma explosão de antissemitismo sem precedentes em nossas ruas, em nossas telas de televisão, nas redes sociais e em nossas universidades.
Escrevemos esta carta agora porque hoje marca 85 anos desde a Kristallnacht (Noite dos Cristais). Em 9 de novembro de 1938, o regime nazista assassinou judeus e atacou a vida judaica, espalhando terror e queimando sinagogas.
Em vez de condenar essas atrocidades, o mundo ficou observando.
Nunca, nós, os sobreviventes do Holocausto, sentimos a necessidade de fazer uma declaração coletiva como esta até agora. Nunca pensamos que testemunharíamos uma reencenação do ódio insensato e virulento contra os judeus que enfrentamos na Europa. As ações do Hamas são tão familiares, tão bárbaras, mas, em vez de condenar isso, a resposta em todo o mundo é um vergonhoso aumento do antissemitismo.
Nossas memórias e experiências em guetos, campos de concentração e escondidos – vendo nossas famílias e comunidades desaparecerem – nos impulsionam a levantar nossas vozes e implorar à humanidade que rejeite o ódio, o preconceito e a violência. Para reconhecer a agenda do Hamas, condená-la adequadamente e exigir a libertação imediata de todos os reféns – homens, mulheres, bebês e idosos.
Não podemos permitir que a história se repita.
Diante da adversidade, aprendemos a importância da resiliência, da unidade e da esperança. Acreditamos no poder da educação e da lembrança para prevenir que as atrocidades do passado ocorram novamente. Juntos, podemos lutar por um mundo onde cada indivíduo, independentemente de sua fé, independentemente de sua origem cultural, possa viver em paz e segurança.
O antissemitismo é um dos vírus mais antigos e contagiosos do mundo. Pedimos a todos os australianos que denunciem o antissemitismo e o ódio que vemos hoje em nosso belo país e em todo o mundo.
Pedimos que vocês estejam conosco.
* O texto do manifesto e a imagem foram reproduzidos de matéria do site O Antagonista publicada com texto explicativo em 09/11/23 e pode ser lida aqui.
Comento
As pessoas que subscrevem esse manifesto, certamente com idades entre 90 e 100 anos, acumulam experiências de vida e aquela sabedoria que só o tempo proporciona. Elas se sentem espantadas como eu me sinto com o distúrbio moral capaz de impor silêncio ante as horríveis, monstruosas e abomináveis cenas do ataque terrorista do Hamas a inadvertidos cidadãos de Israel. Mais ainda quando, os mesmos que protegem o terrorismo com seu silêncio, saem às ruas, em todo o Ocidente, para criticar a resposta àquele ato de guerra que teve continuidade com o disparo de três mil mísseis.sobre território israelense.
Sobreviventes do Holocausto judeu
Nós, os sobreviventes do Holocausto abaixo assinados, somos as últimas testemunhas dos horrores indizíveis do regime nazista. Somos testemunhas da propaganda antissemita que virou nossos amigos, vizinhos e o público em geral contra nós na Europa. Lembramo-nos dos seis milhões de vidas judaicas perdidas por causa desse ódio.
Em 7 de outubro de 2023, testemunhamos os horrores dos ataques terroristas do Hamas em Israel e a guerra resultante, com sua terrível perda de vidas. Desde então, temos visto uma explosão de antissemitismo sem precedentes em nossas ruas, em nossas telas de televisão, nas redes sociais e em nossas universidades.
Escrevemos esta carta agora porque hoje marca 85 anos desde a Kristallnacht (Noite dos Cristais). Em 9 de novembro de 1938, o regime nazista assassinou judeus e atacou a vida judaica, espalhando terror e queimando sinagogas.
Em vez de condenar essas atrocidades, o mundo ficou observando.
Nunca, nós, os sobreviventes do Holocausto, sentimos a necessidade de fazer uma declaração coletiva como esta até agora. Nunca pensamos que testemunharíamos uma reencenação do ódio insensato e virulento contra os judeus que enfrentamos na Europa. As ações do Hamas são tão familiares, tão bárbaras, mas, em vez de condenar isso, a resposta em todo o mundo é um vergonhoso aumento do antissemitismo.
Nossas memórias e experiências em guetos, campos de concentração e escondidos – vendo nossas famílias e comunidades desaparecerem – nos impulsionam a levantar nossas vozes e implorar à humanidade que rejeite o ódio, o preconceito e a violência. Para reconhecer a agenda do Hamas, condená-la adequadamente e exigir a libertação imediata de todos os reféns – homens, mulheres, bebês e idosos.
Não podemos permitir que a história se repita.
Diante da adversidade, aprendemos a importância da resiliência, da unidade e da esperança. Acreditamos no poder da educação e da lembrança para prevenir que as atrocidades do passado ocorram novamente. Juntos, podemos lutar por um mundo onde cada indivíduo, independentemente de sua fé, independentemente de sua origem cultural, possa viver em paz e segurança.
O antissemitismo é um dos vírus mais antigos e contagiosos do mundo. Pedimos a todos os australianos que denunciem o antissemitismo e o ódio que vemos hoje em nosso belo país e em todo o mundo.
Pedimos que vocês estejam conosco.
* O texto do manifesto e a imagem foram reproduzidos de matéria do site O Antagonista publicada com texto explicativo em 09/11/23 e pode ser lida aqui.
Comento
As pessoas que subscrevem esse manifesto, certamente com idades entre 90 e 100 anos, acumulam experiências de vida e aquela sabedoria que só o tempo proporciona. Elas se sentem espantadas como eu me sinto com o distúrbio moral capaz de impor silêncio ante as horríveis, monstruosas e abomináveis cenas do ataque terrorista do Hamas a inadvertidos cidadãos de Israel. Mais ainda quando, os mesmos que protegem o terrorismo com seu silêncio, saem às ruas, em todo o Ocidente, para criticar a resposta àquele ato de guerra que teve continuidade com o disparo de três mil mísseis.sobre território israelense.
Percival Puggina
Na semana passada, chamou-me a atenção um trabalho de Paraná Pesquisas testando nomes em uma possível corrida eleitoral para eleição do substituto de Sérgio Moro caso seu mandato seja cassado pelo TSE.
Inusitado não é o fato de o TSE cassar mandato ou estabelecer inelegibilidades, principalmente de quem, no Judiciário ou no Ministério Público, levou a sério seu trabalho na Lava Jato. Inusitada é a opinião antecipada, prematura, sobre o resultado do julgamento a ponto de já haver pesquisa de opinião, como se uma campanha eleitoral se destacasse no horizonte imediato das possibilidades.
Ou seja, o mandato de Sérgio Moro está a perigo. O plano de vingança de Lula, aquilo com que disse sonhar enquanto esteve preso, segue seu torpe roteiro. Mas a pesquisa de opinião realizada no Paraná deve ter deixado os petistas muito preocupados. No formato em que todos os pretendentes são nominados, o resultado desse primeiro levantamento, segundo relatado pela Gazeta do Povo do dia 26 de outubro, foi o seguinte:
Michelle Bolsonaro 35,7%
Álvaro Dias 24,4%
Gleisi Hoffmann, 16,2%
Rosangela Moro 7,4%
Ricardo Barros 4,9%
Sergio Sousa 1,5%
Dos entrevistados, 6,2% votariam em branco ou nulo e 3,7% não souberam responder.
Não imagino que esta informação contribua de algum modo para a felicidade dos petistas. A cassação do mandato de Sérgio Moro poderá trazer um gosto amargo, produzindo como consequência a eleição de Michelle Bolsonaro para o Senado. Note-se que, de momento, ela sequer tem domicílio eleitoral no Paraná e, segundo o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, não está interessada nessa cadeira.
Percival Puggina
A jornalista Malu Gaspar, de O Globo, em sua coluna de 26/10, informou que a Petrobras pretende expurgar de seus estatutos artigos que blindavam a empresa de conflitos de interesse e indicações políticas. A proposta é do Conselho de Administração e segue para aprovação garantida pela assembleia de acionistas onde o governo é majoritário.
Como foi amplamente divulgado e reprovado, já há uma decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski – quanta falta faz, não é mesmo? – declarando inconstitucionais os benditos e inspirados preceitos da Lei das Estatais que durante seis anos protegeram essas empresas da fuzarca dos corruptos e corruptores. No entanto, como acabou a Lava Jato e seus processos foram anulados, acabou o risco da corrupção pela via política porque os corruptos da década passada são, hoje, as pessoas mais inocentes do país.
Sob o ponto de vista da moralidade pública, o Brasil nunca esteve tão seguro quanto com a volta do petismo ao lugar definido pelo Geraldo Alckmin de outrora.
Percival Puggina
Escreve um leitor:
Repete-se o "festival" ocorrido no período de 2002 até 2014. A Petrobras tem o monopólio do petróleo. Então, para que pagar propaganda dela mesmo? Só se tivesse rede de postos.
Desconfio que em 2024, a Globo voltará a transmitir a F1 e o Brasil terá um novo piloto nas disputas, que a nossa bandeira aparecerá, medindo 5 x 8 cm, no carro, capacete e macacão. Afinal, o governo tem que ajudar quem lhe ajudou a ganhar a eleição.
Como veremos adiante, a observação do leitor nos trás de volta à Lei das Estatais, aprovada por iniciativa de Michel Temer durante seu mandato presidencial tampão após o impeachment de Dilma Rousseff. À época, enquanto a Lava Jato cumpria seu papel, o jornalismo brasileiro cumpria o seu informando sem manipular a opinião pública, os cidadãos cumpriam o seu exigindo responsabilização criminal e o fim da corrupção, juízes e cortes cumpriam o seu aplicando a lei aos fatos e os políticos iriam cumprir o seu aprovando uma lei severa para disciplinar a gestão das usadas e abusadas empresas estatais.
Por seu turno, o ministro Gilmar Mendes, futuro inimigo-mor da Lava Jato, dizia num evento da Fiesp em setembro de 2015:
“Na verdade, o que se instalou no país nesses últimos anos e está sendo revelado na Lava-Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece um nome claro de cleptocracia. Veja o que fizeram com a Petrobras. Eles tinham se tornado donos da Petrobras. Infelizmente para eles, e felizmente para o Brasil, deu errado” (aqui).
No mesmo evento, falando sobre o financiamento de campanhas eleitorais, havia afirmado:
“Era uma forma fácil de se eternizar no poder. Pelas contas do novo orçamento da Petrobras, R$ 6,8 bilhões foram destinados à propina. Se um terço disso foi para o partido, eles têm algo em torno de R$ 2 bilhões de reais em caixa. Era fácil disputar eleição com isso” (aqui).
Em oito anos, os ventos mudam de lado e os cômoros de areia alteram sua forma. O PT volta ao poder, o ministro Lewandowski com mala pronta para deixar o STF derruba exigências da Lei das Estatais” e a Petrobras “casualmente” retorna ao mercado publicitário.