Percival Puggina
Na semana passada, chamou-me a atenção um trabalho de Paraná Pesquisas testando nomes em uma possível corrida eleitoral para eleição do substituto de Sérgio Moro caso seu mandato seja cassado pelo TSE.
Inusitado não é o fato de o TSE cassar mandato ou estabelecer inelegibilidades, principalmente de quem, no Judiciário ou no Ministério Público, levou a sério seu trabalho na Lava Jato. Inusitada é a opinião antecipada, prematura, sobre o resultado do julgamento a ponto de já haver pesquisa de opinião, como se uma campanha eleitoral se destacasse no horizonte imediato das possibilidades.
Ou seja, o mandato de Sérgio Moro está a perigo. O plano de vingança de Lula, aquilo com que disse sonhar enquanto esteve preso, segue seu torpe roteiro. Mas a pesquisa de opinião realizada no Paraná deve ter deixado os petistas muito preocupados. No formato em que todos os pretendentes são nominados, o resultado desse primeiro levantamento, segundo relatado pela Gazeta do Povo do dia 26 de outubro, foi o seguinte:
Michelle Bolsonaro 35,7%
Álvaro Dias 24,4%
Gleisi Hoffmann, 16,2%
Rosangela Moro 7,4%
Ricardo Barros 4,9%
Sergio Sousa 1,5%
Dos entrevistados, 6,2% votariam em branco ou nulo e 3,7% não souberam responder.
Não imagino que esta informação contribua de algum modo para a felicidade dos petistas. A cassação do mandato de Sérgio Moro poderá trazer um gosto amargo, produzindo como consequência a eleição de Michelle Bolsonaro para o Senado. Note-se que, de momento, ela sequer tem domicílio eleitoral no Paraná e, segundo o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, não está interessada nessa cadeira.