• Percival Puggina, com conteúdo do Diário do Poder
  • 18/10/2023
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Um Estado pobre para os pobres e rico para sua elite.

 

Percival Puggina

Leio no Diário do Poder

Autoridades usam jatinhos da FAB 8 vezes ao dia

       Entre 18 de setembro e 10 de outubro foram registrados 167 novos voos de autoridades nos jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo dados da transparência da Aeronáutica, o total já subiu para 1.647 voos em 2023, sem contar viagens do presidente, e do vice. Os voos podem ser requisitados por ministros do governo Lula, presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, além dos comandantes das Forças Armadas. Em média, foram 8 voos por dia em 22 dias.

Ministério campeão

O Ministério da Justiça de Flávio Dino mantém a liderança na Esplanada do maior número de voos de jatinhos da FAB: 78 até agora, este ano.

Congresso voador

Apenas as presidências da Câmara dos Deputados (113) e do Senado (92) realizaram mais voos nos jatinhos da FAB.

*        Conteúdo original aqui: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/farra-de-cargos-no-senado-entulha-gabinetes-de-assessores#SubAbre

Comento

Tais facilidades e confortos são custeados com o suor de quem trabalha, produz, presta serviços e paga impostos.

Dói conhecer esses números. Causa indignação saber que se trata de um “direito” usado sem o menor constrangimento e em proporções abusivas por autoridades que deles se valem com a convicção de que têm mérito correspondente ao cargo que ocupam. Imagino que as decisões de requisitar o privilégio sejam antecedidas de ponderações do tipo “Quero e posso porque sou o que sou” ou “Não cabe a mim restringir meus direitos”.

Todas essas autoridades prefeririam que os respectivos dados não viessem a público. Afinal, nenhuma delas proclamaria ao eleitorado sua determinação de uma vez no cargo, abandonar os desconfortos dos voos comerciais e – principalmente – o incômodo contato com o público. Nenhuma!

Enquanto bons parlamentares, bons políticos, bons prestadores de serviços à sociedade fazem questão disso, outros se esguiam para seus locais de embarque em carros pretos com vidros ainda mais escuros e opacos. São os milionários das sextas-feiras, a prazo fixo à custa da sociedade.

O Estado brasileiro é pobre para os pobres e rico para sua elite.