• Percival Puggina
  • 05/08/2021
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SE DÁ PARA FAZER PIOR, NÃO PERDEM A CHANCE!

 

Percival Puggina

 

         É crescente o número de escolas que acolhem a linguagem neutra, ou sem gênero, ou dita “inclusiva”, na comunicação com os alunos. Em Zero Hora de hoje (05/08), um colunista relata, após ouvir diretores de algumas escolas, que eles consideram impossível conter dentro das salas de aula algo que está nas redes sociais e já faz parte do cotidiano dos alunos.

Eis aí a mais moderna expressão da antiga tolice que manda não contrariar os jovens e manter distância prudente de sua sensibilidade para não os magoar... Não deixa de ser curioso que isso seja feito em nome do bem deles, ainda que as consequências a tudo certifiquem e carimbem com as marcas de ainda maiores mágoas e insucessos.

A tolerância levada a tais extremos e o descuido, que dizem ser de inspiração paulofreireana em relação ao domínio da língua culta, precisa retroagir às gerações precedentes porque eu não consigo imaginar boas empresas, bons postos de trabalho e remuneração digna para quem não saiba se expressar devidamente no idioma pátrio. Imagine um currículo que seja, por si só, revelador do mau aprendizado de quem com ele se apresenta.

No fundo, é uma ideologia que expressa os interesses revolucionários segundo perspectiva marxista. Ela vai se manifestar na deficiente relação entre o pouco empenho de quem ensina e o insuficiente desempenho de quem aprende. Tudo para que uns e outros se unam na consciência proletária, ou dos oprimidos, ou seja lá do que for. Num outro sentido, traz para a sala de aula onde estão nossas crianças e adolescentes, passando pela porta de vaivém dos ardilosos de sempre, o temário de gênero reiteradamente vedado em sucessivas decisões de legisladores federais, estaduais e municipais.