• Percival Puggina, com conteúdo Diário do Poder
  • 08/01/2021
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MUITO BEM LEMBRADO!

 

Leio em Cláudio Humberto, em Diário do Poder

Invasão da Câmara em 2006 não gerou tanta polêmica.

Em junho de 2006 a Câmara dos Deputados, em Brasília, foi invadida por centenas de manifestantes de um certo “MLST”, dissidência ainda mais porralouca do MST. Tocaram o terror por 1h20m. Feriram 41 pessoas, depredaram, invadiram o interior do prédio com um carro e o viraram... Muitos protestaram contra o ataque à democracia e ao nosso Legislativo, mas nada parecido com o que se viu nesta quarta (6) em Brasília, após a invasão igualmente grotesca ao Congresso dos Estados Unidos (*)

COMENTO

 

         Nos países comunistas não existe uma direita assanhada. Nestes, o arreganho é oficial. É o Estado totalitário que invade, ocupa, baixa o cacete em quem ousa manifestar-se publicamente contra o sistema. O que mais existe em todos os países democráticos é uma esquerda revolucionária que se vale das liberdades concedidas pela democracia para atacar o regime.

O Movimento de Libertação dos Sem Terra, lembrado por Cláudio Humberto, era liderado por Bruno Maranhão, da Executiva Nacional do PT, amigo de Lula e membro de uma abastadíssima família pernambucana. Dentre as 41 pessoas que buscaram atendimento médico ou paramédico naquela ocasião, um servidor ferido foi mantido por algumas horas em coma induzido.

É claro que uma invasão da nossa Câmara dos Deputados não é a mesma coisa que uma inédita invasão do Capitólio. Aqui é fato repetitivo. Além do MLST, em 16 de abril de 2013, índios invadiram a Câmara dos Deputados para protestarem contra uma PEC que transferia ao Congresso Nacional a competência para demarcação de terras indígenas no país. E tiveram da mídia nacional um ruidoso e fotogênico reconhecimento.  

Em 16 de novembro de 2016, um grupo de intervencionistas invadiu a Câmara dos Deputados para se manifestarem pró-intervenção, num ato sem pé nem cabeça. Não preciso dizer qual a reação da imprensa nacional.

Na repercussão dos acontecimentos do Capitólio, nada me pareceu tão inesperado quanto a reação do sempre assombrado e arisco STF incapaz de entender que o eleitor brasileiro, para as eleições de 2022, quer apenas voto impresso e auditável. Aliás, conforme mandava a lei federal que eles, “supremos”, não quiseram cumprir e declararam inconstitucional...

Quanto a mim, sou inteiramente a favor de manifestações e mobilizações, muito mais produtivas e civilizadas do que invasões e atos de violência. Do mesmo modo, sou contra dois pesos e duas medidas, venham de onde vierem.

*https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto