• Percival Puggina
  • 25/06/2021
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SILÊNCIOS, FALÁCIAS E ARBITRARIEDADES NO CASO DANIEL SILVEIRA

 

Percival Puggina

 

Quem ainda não sabe, precisa saber: o humanismo das esquerdas tem cor ideológica, digital partidária e reciprocidade em circuito fechado.  Por isso, apoiam regimes companheiros, que escravizam o próprio povo. Em seus estados totalitários, adversários do poder ficam ao relento de quaisquer zelos “humanísticos”. Quem gritar “Liberdade!” toma um para-te-quieto desalentador (em Cuba, ainda agora, vai passar uns dias preso em lugar incerto e não sabido).

Adicione-se a essa realidade o silêncio que cai sobre a prisão do deputado Daniel Silveira determinada por um STF com o perfil que bem sabemos. Não se trata aqui de endossar as afirmações do parlamentar, mas os pilares da justiça desabam quando toma o caminho do arbítrio, quando é feita pelas próprias mãos da autoridade ofendida. Para afastar o caso das garantias constitucionais do congressista, o STF entendeu que as ofensas proferidas não guardavam relação com o exercício do mandato, mas desconsiderou que, nesse caso, o juiz natural seria de primeiro grau. Então, não se cogita, em seu favor, daquele “direito de ir e vir” que traz lágrimas aos olhos de alguns ministros e suscita incontinentes habeas corpus. Mesmo quando a privação de liberdade incide sobre criminosos de extensa folha corrida, causadores de efetivos danos à sociedade.

Adicione-se a isso a tibieza da Câmara dos Deputados que, junto com o parlamentar, ensacou as próprias prerrogativas e as lançou no mesmo valão onde o abandonou.  Compare-se essa conduta emasculada com a solidariedade interna do Supremo, que referendou a arbitrária decisão tomada sob o guarda-chuva do “Inquérito do fim do mundo” e da Lei de Segurança Nacional...

Não há como negar, por último, o silêncio conivente dos próprios companheiros do parlamentar. Optaram, quase unanimemente, pela perigosa ideia da autopreservação que em nada difere daquele temeroso silêncio da massa, sob o qual avançam os totalitarismos.

Não creiam que estamos, de algum modo, fora do barco onde tais fatos acontecem.