Percival Puggina

30/07/2010
Na CNBB, quando um bispo assume posições muito definidas, os outros não gostam de apresentar opiniões divergentes. (D. Cristiano Krapf, bispo de Jequié em seu blog). Era bem antiga a minha curiosidade sobre como os grupos radicais da CNBB conseguiam dar trânsito às suas estapafúrdias propostas e fazer com que elas venham a público sob as bênçãos da entidade, para serem acolhidas como se representassem a posição da Igreja. Essa curiosidade ressurgiu quando eu soube que a CNBB acolhera e dera curso à Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra. Como uma coisa dessas passa pelo plenário? Eu sabia que, para vários efeitos, havia uma diferença entre os documentos de capa verde da CNBB (estudos para discussão) e os de capa azul (oficializados pela instituição). Mas quantas pessoas no país são capazes de fazer essa distinção? Pois foi com esse devastador argumento, o de que a proposição do plebiscito sairá com capa verde e não com capa azul, que os bispos proponentes da campanha conseguiram a concordância dos colegas. O leitor não acredita? Vá, então, ao blog de D. Cristiano (www.domcristiano.com.br) e leia o artigo Um plebiscito para dividir fazendas?. Ali, o bispo de Jequié acende a luz do plenário e mostra (viva a Internet!) que o processo usado pela ala canhota da CNBB para fazer o que lhe dá na veneta é o mesmo dos mal-educados que chegam tarde e querem assistir o show na primeira fila. Metem uma perna por baixo, um ombro por cima e se posicionam onde querem contando com a inerte tolerância dos demais (quando um bispo assume posições muito definidas, os outros não gostam de apresentar opiniões diferentes). Quanta falta de firmeza, eminências! É assim, então, que irá às ruas, com o selo da CNBB, o dito plebiscito que visa a colher apoio popular para fixar em 35 módulos rurais a máxima extensão legal das propriedades de terra no país. A campanha em si é como frango refrigerado, não tem pé nem cabeça. Só serve para que os revolucionários se sintam fazendo revolução. Seu único produto é a aporrinhação ideológica, tão ao gosto da Teologia da Libertação, para a qual a pobreza será superada mediante a total destruição da riqueza. É uma iniciativa que segue a constrangedora tradição do anterior plebiscito pelo calote da dívida externa, prestidigitação sacada da mitra de alguns prelados, no ano 2000, como um achado de cartola de mágico. Você lembra, não é, leitor? Não se deve pagar a dívida com o sangue do povo!. Todos riam na foto que registrou o momento solene em que alguns bispos entregaram ao presidente Fernando Henrique o resultado do tal plebiscito. As grandes bobagens são assim, provocam grandes risadas. A CNBB endossava o discurso dos petistas que hoje riem, orgulhosos e faceiros por estarem pagando direitinho e antecipadamente. Há quem goste de fazer esse tipo de papel. Agora, a CNBB entra na linha do PNDH-3 e o artigo de D. Cristiano dá o serviço sobre como se passaram as coisas na reunião dos bispos em Brasília. O esclarecimento ganha relevo porque contém o relato da infrutífera resistência do autor ao trânsito da matéria pelo plenário: a proposta, assumida por pastorais, foi apresentada por uma comissão nomeada pela presidência e foi endossada pela maioria em virtude daquela tolerância que os moderados têm perante a intolerância dos imoderados. De nada valeu, bem se vê, a eloquente e firme exortação feita por Bento XVI aos bispos brasileiros do Sul III e IV em fins de dezembro do ano passado quando os advertiu para ?o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas?. Tudo indica que o discurso do Papa entrou por um ouvido e saiu pelo outro. É surpreendente essa inclinação da CNBB para a autofagia pastoral, ora se associando a iniciativas e teses tresloucadas, ora sapecando sua sigla e marca em tolices como as que povoam os Documentos-Base das últimas Campanhas da Fraternidade. É tão lamentável quanto verdadeiro: qualquer empresa privada é mais zelosa com sua imagem e com o que é feito em seu nome do que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia. Este artigo foi publicado originalmente no Diário do Comércio/SP, em 27/07/2010

AUTOR DESCONHECIDO

28/07/2010
Recebi e divulgo porque faz muito sentido. ACABEMOS COM A APAGÃO BIOGRÁFICO DA DILMA ? Em meio a tantos e-mails contra a Dilma parece justo contribuir para o equilíbrio do debate favorecendo o conhecimento da real contribuição da candidata para a história do Brasil. Assim, quem souber ou conhecer alguém que saiba, por favor nos envie registro documental (foto ou vídeo) em que ela apareça: ? Defendendo a democracia (tem que existir, por exemplo, uma foto da Dilma nas Diretas Já). ? Participando de uma passeata pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. ? Integrando algum evento pela Constituinte Livre e Soberana. ? Apoiando o Impeachment do Collor. ? Evidenciando indignação com o Mensalão ou com o caso do dinheiro nas cuecas, nas malas, nas meias, etc. ? Envolvida com algum trabalho social de que ela já tenha participado (afinal, ninguém chega aos 60 anos sem ter feito parte de alguma ação social) Ou, ainda, foto ou vídeo em que ela se mostre autentica e naturalmente simpática (deve haver!!!); Não podemos ter uma presidente sobre a qual nada sabemos, a não ser pela boca de Lula. Chega de boatos, de disse-me-disse. Queremos fotos! Notícias de jornal! Documentos históricos! Repassem e ajudem a acabar com o Apagão Biográfico da Dilma.

Percival Puggina

24/07/2010
Na última quarta-feira, participando de um programa de debates na Rádio Bandeirantes aqui em Porto Alegre, saí em defesa de Índio Costa quando veio à baila o que ele havia dito a respeito das relações entre o PT e as FARC/PCC. Minha posição causou alvoroço no estúdio porque, a todos, aquelas afirmações pareceram fora de contexto e prejudiciais à candidatura de José Serra. Quando passei a relatar as tantas evidências em que se fundamentara o candidato a vice-presidente na coligação PSDB/DEM, percebi que os demais participantes do programa tinham na lembrança os fatos que mencionei. Mas todos haviam ficado negativamente surpresos quando o assunto foi tratado publicamente por um candidato à vice-presidência. É muito estranho isso. Na política brasileira, o único partido que pode atacar seus adversários é o PT. Aos petistas é dado o direito de investir contra a honra e infernizar por mil modos a vida daqueles a quem se opõem. No contra-fluxo, todo revide é apontado conduta inadequada, deselegância e causa enfado. Isso vai prejudicar a campanha do Serra, alertam alguns, desatentos para o fato de que a campanha do Serra está prejudicada por muitos outros motivos, entre os quais a máquina publicitária do governo e o coronelismo oficializado, que troca comida por voto. Ou haverá alguém, no Brasil, que argumente de modo consistente contra essa afirmação? O que de fato surpreende no que disse Índio Costa é a constatação de que algo conhecido, sabido e consabido, possa causar espanto quando na boca de um candidato a vice-presidente. No país da mentira, da enrolation, da mistificação assumida como prática de Estado, isso dá causa a muxoxos e narizes torcidos. Você já percebeu, leitor, que o nome do candidato virou motivo de gozação, servindo à mais vulgar ironia? Prestando-se para coisas assim, inteligentes e criativas, como menções a Funai, tanga, apito e cara pintada? Mas isso pode, porque na origem do desrespeito estão aqueles de quem tudo se tolera. Tolera-se que Lula desatenda candente apelo da Colômbia, feito pessoalmente pelo presidente Uribe, em 2003, no sentido de que o Brasil declarasse as FARC como organização terrorista (coisa que elas são). Aceita-se que Lula cometa essa grosseria em nome de uma alegada intenção de servir como mediador no conflito colombiano. O então ministro do Interior daquele país, Fernando Lodoño, comentou a inusitada situação dizendo que o presidente do Brasil se oferecia para uma tarefa à qual ninguém o designou e nem está na lista das possibilidades (Folha Online, 27/02/2003). Qualquer governo com um mínimo de seriedade, ao contrário do que fez o governo petista, deveria conceder total apoio a Uribe no enfrentamento que faz às FARC porque não existe na América do Sul - sob o ponto de vista político, social, moral e institucional - algo mais nocivo, nem mais nutritivo para o crime. E o PCC é um braço bem armado das mesmas FARC no Brasil. O governo brasileiro, no entanto, acolhe os membros daquela organização, troca afagos (na Venezuela tem democracia até demais, disse Lula) com o companheiro Chávez, que dá guarida às FARC em seu território. Ao mesmo tempo, somos obrigados a ler nos jornais, periodicamente, que esses bandidos usam, também, a Amazônia Brasileira como local de refúgio e fazem do Brasil através do PCC e outras organizações, uma de suas principais rotas de destino e trânsito para a droga que comercializam. Mas errado, reprovável, injurioso, incompatível com a seriedade de uma boa e reta campanha eleitoral, conforme os elevados padrões requeridos pelo TSE, foi o deputado Índio da Costa, ao trazer essa irrelevante pauta para a campanha eleitoral. ______________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

E.W. Caetano

24/07/2010
NATURAL E SOBRENATURAL E.W. Caetano em http://scribebat.wordpress.com (...) Muitos materialistas defendem a idéia de que, no futuro, a natureza humana sofrerá ?upgrades?, com a capacidade de raciocínio e memória sendo amplificadas graças ao uso da tecnologia, combinando engenharia genética e inteligência artificial. Especulam, inclusive, que um dia será possível transferir para uma outra ?mídia? (silício ou energia pura, talvez) todo o ?software? de uma mente humana, criando uma nova raça humana imortal e com capacidade intelectual potencialmente ilimitada. No entanto, quando falamos de Deus e da graça, ou quando falamos de milagres, o mesmo materialista recua e sentencia: isto é absurdo, é inadmissível! O sobrenatural não existe e não pode existir. Dois pesos e duas medidas? A natureza sobrenaturalizada é perfeitamente plausível para os materialistas, uma vez que respeita os dogmas de sua má filosofia. Já a sobrenaturalidade que a reta razão diz ser possível e a fé verdadeira revela é sumariamente rejeitada, pois tal sobrenaturalidade pressupõe a existência de algo além da matéria, além da causalidade eficiente limitada e controlável que a ciência estuda.

Augusto Nunes

22/07/2010
O COMPARSA DA DITADURA CUBANA Augusto Nunes Em março, a blogueira Yoani Sánchez mandou ao presidente Lula uma carta com um apelo: queria visitar o Brasil em 23 de julho, para assistir ao lançamento do documentário Conexão Cuba Honduras, em que aparece como entrevistada. O destinatário poderia facilitar as coisas se pedisse ao governo da ilha que autorizasse a viagem. Há uma hora, Yoani divulgou pelo twitter a seguinte informação: ?Pedi a Lula que interceda por mi viaje ante autoridades cubanas, pero carta de invitacion hecha en consulado de cuba en Brasil no aparece?. O documentário será exibido nesta sexta-feira. Pela quinta vez em três anos, Yoani será impedida de sair do país. E saberá que pediu socorro a um comparsa da ditadura dos irmãos Castro. O governo brasileiro faz todas as vontades do amigo Fidel, como souberam tarde demais os pugilistas Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, presos pela Polícia Federal e deportados para Cuba, durante os Jogos Panamericanos de 2007, por ordem do ministro Tarso Genro. Quem acha que Orlando Zapata procurou a morte na cadeia jamais se comoverá com uma jornalista que procura a vida fora da ilha-prisão.

Percival Puggina

17/07/2010
OS SEM VERGONHA O que mais me espanta é a falta de vergonha com que certas pessoas se apresentam para defender um regime como o cubano, que se dá o direito de prender seus cidadãos por delito de opinião (embora acuse os pobres infelizes de alta traição) e que, anos mais tarde, solta-os assim, sem mais nem menos. Se podia soltar por que prendeu? Se devia prender, por que soltou? Para defender um regime desses é preciso ser muito sem vergonha.

Percival Puggina

17/07/2010
As páginas policiais não são minha praia. Não costumo acompanhar notícias sobre crimes que chegam às manchetes e comovem a opinião pública. Ainda assim, tendo sido impossível não recolher fragmentos do caso Bruno, acabei interessado por algo que percebi nas imagens dos acusados transitando entre os camburões e as delegacias. Naquelas cenas de entra e sai sob escolta policial, era visível a presença, junto a repórteres e fotógrafos, de bom número de populares. E captava-se deles uma espécie de silencioso aplauso cívico diante da visão dos acusados sendo identificados, presos e comparecendo perante instituições que estavam funcionando devidamente para lhes dar o que mereçam. Importante isto: a sabedoria popular reconhece o valor das instituições e reverencia aquelas que funcionam. Tal observação me levou a pensar sobre a frustração que haverá se, dentro de alguns dias, os denunciados forem soltos para responder em liberdade pelo que fizeram. Será desastroso se as imagens que hoje expressam a mão do Estado impondo-se sobre os acusados forem substituídas por outras de Bruno saracoteando-se na noite carioca, pronto para sair na mão com qualquer mulher que se anteponha aos seus desígnios. Já pensou? É difícil não cogitar dessa possibilidade porque as pautas institucionais, estas sim, são de meu interesse. A impunidade, leitor amigo, tem causas institucionais e nos ataca duplamente. De um lado, ela nos ataca pela permanência do mal. Do mal que persiste livre e solto. De outro, nos ataca pela decorrente renúncia ao bem por parte de tantos que acabam jogando ao chão a toalha dos pisoteados valores que um dia prezaram. E olha que não é difícil entendê-los! Sempre ao arrepio da vontade social, instalou-se em nosso país uma espécie de leniência para com o crime. Os absurdos privilégios concedidos aos já naturalmente privilegiados geraram, em seu viés oposto, uma espécie de coitadismo no trato institucional com o criminoso comum, visto como vítima das circunstâncias, destituída de consciência e de culpa. A espada da justiça foi tornada lenta pelos meandros e sinuosidades que a legislação faculta aos processos. E perdeu o fio, a simbólica espada, tornando-se cega também nesse sentido, pela benevolência das penas e pela misericordiosa execução das penas. É duro dizer, mas forçoso reconhecer: nossas instituições protegem melhor o mal do que o bem. Os processos relativos ao Mensalão, por exemplo, já levam cinco anos (e apenas começaram). Não, não me digam que está tudo sob controle, que está tudo bem e que é assim que deve ser. A mais prolongada pena de prisão efetivamente cumprida no país não chega à metade da pena máxima de 30 anos, ouço dos penalistas. Um dos envolvidos nesse escabroso caso do goleiro é protegido pelo anonimato, tratado como di menor e se tudo lhe sair errado vai cumprir três aninhos como medida socioeducativa. O moço anda com uma pistola na cintura, pode procriar, pode votar para presidente, mas a redução da maioridade penal foi declarada tese politicamente incorreta. E nada indica que o novo Código de Processo Penal em discussão no Congresso venha socorrer a sociedade e responder a seus justificados anseios. Especial para ZERO HORA

Percival Puggina

17/07/2010
Embora apreciador do bom futebol e torcedor do meu Inter, sempre me pareceu que futebol fosse jogo de azar. Só por isso, supunha, era possível haver loteria com base nesse esporte. Pois eis que enquanto jogadores, técnicos e profissionais da mídia esportiva dedicavam-se, diuturnamente, a deslindar as incertezas e mistérios da disputa travada na África do Sul, um simples polvo matou a charada tornando tudo previamente sabido. A lógica do futebol é a lógica do polvo. Ao longo dos últimos trinta dias, mais preocupado com o Brasil do que com a África do Sul, acompanhei o noticiário internacional a respeito dos negócios e do fluxo turístico naquele país. Afinal, dentro de quatro anos, seremos nós os bem-aventurados hospedeiros do empreendimento da FIFA. Desde o início, as informações que obtive foram me surpreendendo. Assim, por exemplo, fiquei sabendo que a África do Sul recebe duas vezes mais turistas do que o Brasil. Em números redondos, todo ano vêm cinco milhões para cá e vão dez milhões para lá. As estimativas iniciais do governo sul-africano (que gastou US$ 5,2 bilhões no evento) apontavam para um fluxo adicional, determinado pela Copa, da ordem de 750 mil turistas, com um gasto per capita de US$ 4 mil. Esses números foram caindo até baterem no piso de 250 mil turistas nas estimativas de meados de junho, mas fecharam um pouco acima dos 300 mil. Os especialistas, todavia, apontam a ocorrência de um simultâneo refluxo do turismo regular, ou seja, certo número de pessoas que normalmente visitaria o país nesta época deixou de fazê-lo em virtude das alterações de rotina e de preços determinadas pela Copa. Resumindo, o Departamento de Assuntos Internos da África do Sul informou que no período entre 1º de junho e 1º de julho entraram 1.020.321 turistas, contra 819.495 no mesmo período do ano passado. Saldo positivo final: 200 mil visitantes a mais e algo como US$ 1 bilhão gastos por eles no país. Mesmo antes da divulgação desses dados, o trade turístico sul-africano já convergira para alguns consensos: a) todas as previsões a respeito dos benefícios da Copa haviam sido superestimadas; b) a publicidade em torno do país foi o principal ganho; e c) os resultados serão benéficos apenas no longo prazo. A dúvida que me ocorre levar às considerações do polvo se refere à efetiva conveniência de que países com severos problemas sociais, como África do Sul e Brasil, despendam pesadíssimos recursos públicos (já se fala que aqui se gastará pelo menos o dobro do que foi gasto na copa africana) para colher resultados pequenos no curto prazo em nome de ganhos imponderáveis num futuro remoto. Note-se que os investimentos privados serão pouco expressivos porque a iniciativa privada não faz investimento para trinta dias. As alegações de que os gastos em infraestrutura serão benéficos e produzirão resultados permanentes fazem todo sentido. O que não faz sentido é a necessidade de se enfrentar as despesas específicas exigidas para um evento de 30 dias, como condição para investimentos adicionais, estes sim necessários e permanentes. Tipo assim: preciso adquirir um imóvel, mas para viabilizar isso vou comprar também um carro novo. Patrocinar a Copa, dar-se o país aos luxos e requintes demandados pela FIFA, me parece uma forma de gastar mais para obter algo que se conseguiria por menos. Gostaria de estar errado e muito apreciaria se o polvo, ou alguém por ele, me fizer prova disso. Mas advirto, os números da África do Sul não o ajudarão. ______________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Juca Kfouri

11/07/2010
ENROLATION A FARRA CONTINUA (do blog de Juca Kfoury) Por JOSÉ CRUZ Com o Brasil fora do Mundial da África do Sul, o ministro do Esporte, Orlando Silva, continua fazendo a festa na Esplanada dos Ministérios, gastando por conta da Copa 2014. Especialista em contratos sem licitação ? mas ?tudo dentro da lei? ?, ele autorizou sua assessoria a liberar R$1,4 milhão para ? tome fôlego, leitor: ?Contratação dos serviços de implantação da solução de Gestão de informação e participação colaborativa que será adotada para acompanhamento e controle do Plano diretor da Copa 2014?. Ufa! Entenderam? Tudo muito claro, não é mesmo? Quem vai se dar bem no contrato ?sem licitação? é a empresa Calandra Soluções S.A, do Rio de Janeiro, que receberá exatos R$ 1.457.400,00 do dinheiro do contribuinte, para um trabalho cujo resultado nunca se conhecerá, pois não servirá para absolutamente nada. Os detalhes dessa despesa estão no processo n º 58701000725201061 ..