• Percival Puggina
  • 03/10/2024
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Somos cidadãos ou ratos de laboratório?

 

Percival Puggina

 

         Homens ou ratos? Penso que essa pergunta deve estar na mente de cada eleitor no próximo dia 6 de outubro, quando devemos decidir se iremos comparecer à nossa seção de votação e em quem iremos votar quando lá formos. Pouco importa se estamos numa casinha de sapé no interior do sertão baiano ou no alto de um luxuoso edifício nos Jardins Paulistas. Ali onde estamos é um município e o chão que pisamos é solo brasileiro, sede da nossa cidadania.

Sendo cidadãos, nosso voto, mesmo na condição de munícipes, não pode desconhecer que somos afetados pelos acontecimentos nacionais numa condição inevitável e permanente. Por isso, nossas opções eleitorais para administrar o município e para compor a câmara de vereadores devem levar em conta, também, a situação nacional. São esses mesmos eleitores, sujeitos às mesmas condições, que irão, dentro de dois anos, formular suas escolhas para as eleições nacionais e estaduais. Uma eleição orienta a outra.

Prefeitos e vereadores se tornam líderes naturais de suas comunidades. Um bom líder conduz a tomada de boas decisões. Ele não se omite no enfrentamento do mal e do erro. Ele não só conhece a realidade do município como está sempre pronto para dialogar sobre as soluções. E enfatizo de modo especial: o bom vereador acompanha a realidade nacional perante a qual tampouco se omite pois sabe o quanto o bem de todos estará em jogo na eleição de 2026.

Um dos grandes problemas nacionais é a falta de líderes! E pronuncio essa palavra, enquanto escrevo, destacando o plural. Não estou falando de que nos falta um líder que venha a galope em seu cavalo branco resgatar a débil nação do domínio de algum reizinho malvado. O que nos falta são líderes, muitos líderes, milhares deles, para formar opinião em suas comunidades sobre as questões locais e nacionais, de um modo continuado e competente.

Isso significa ampliar o leque de nossas escolhas. O cidadão brasileiro, por ruptura da representatividade inerente ao regime democrático, tornou-se sujeito passivo de decisões que o contrariam. Somos ratos de laboratório submetidos a restrições de direitos enquanto nossas liberdades se esvaem. Fora dos bastidores, dos acordos e “arreglos” há um punhado de bons congressistas a quem, muito provavelmente, saudamos com a expressão “Esse me representa!”, mas é um grupo minoritário.

Vote em líderes! A nação está polarizada e tem eleição no dia 6. Líderes com mandato e representatividade obtida nas urnas precisam estar preparados para cumprir o urgente e indispensável papel de formadores de opinião no debate local, com os olhos postos no pleito de 2026. Isso significa ter opinião formada sobre liberdade, democracia, estado de direito, valores morais, família, direito à vida desde a concepção, amor à pátria, direito de propriedade, sistema de votação, voto distrital, educação sem doutrinação e que viabilize o desenvolvimento das potencialidades dos estudantes.

Pode o leitor ter certeza de que a extrema esquerda que nos governa escolhe os seus com uma plataforma oposta a essa e os instrui de modo permanente, durante o mandato, sobre os temas nacionais.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 


Luiz R. Vilela -   05/10/2024 08:05:32

Na minha concepção de democracia, tem que haver o voto facultativo, a candidatura independente, livre de partidos, o voto distrital puro e principalmente ser toda eleição majoritária, sem o fato de que se vote em Juca, e eleja Manduca. Poderia também haver o sistema de "confirmação", como na Suíça, onde o eleito a cada ano é avaliado pelo eleitor, e se o seu desempenho não for do agrado, deixa o cargo, e é feito nova eleição para substituí-lo. Esse nosso regime governativo, esta muito longe de ser uma democracia completa, mas não muda porque deve estar servindo a alguns. Também a "multa" ridícula que cobram dos que se abstêm de votar, seria melhor liberar o voto facultativo logo.

Carlos Eduardo Medeiros -   03/10/2024 19:59:41

Como sempre, claro e preciso. Parabéns

Afonso Pires Faria -   03/10/2024 10:33:07

Dentro do meu partido eu escolho o melhor vereador para receber o meu voto. O prefeito, é o meu partido que escolhe e eu voto nele.

Eloy Severo -   03/10/2024 09:52:01

Como sempre boa matéria, líderes no Brasil, pràticamente não existem.

JUSCELINO DORNELAS PEREIRA -   03/10/2024 08:27:33

Com luvas de pelica que vale pra 100 marretadas. Claro, pra quem tem algum resquício de brio, dignidade.