Nota publicada na última edição da revista Época traz a informação de que, finalmente, estaria para começar a mais temida das delações premiadas da operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República já teria acordado com o engenheiro Ricardo Pessoa, da UTC, os termos de sua delação.
Coordenador do cartel das empreiteiras, Pessoa é o personagem que faltaria para expor Lula, Vaccari e José Dirceu. Pessoa já revelou a pessoas próximas que pagou despesas pessoais do ex-ministro José Dirceu, deu 30 milhões de reais em 2014 a candidaturas do PT, incluindo a presidencial de Dilma Rousseff – tudo com dinheiro desviado da Petrobras. Além disso, seria o grande conhecedor da atuação do cartel de empreiteiras nos demais órgãos do governo.
Ele já teria começado a falar tudo o que sabe, mas o conteúdo explosivo só tem valor processual após a homologação do acordo pelo relator do processo da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki.
Na outra ponta, Dilma teria confidenciado a interlocutores que estariam próximas a acontecer a soltura dos presos preventivamente pela operação Lava Jato, entre eles o próprio Ricardo Pessoa.
A avaliação é de que, se essa previsão se confirmar, a tendência seria os empresários abandonarem as negociações com os procuradores, tornando praticamente nulas as possibilidades de colaborarem com as apurações.
Dilma fez tal prognóstico ao se referir ao julgamento que a Segunda Turma do STF fará, nos próximos dias, do pedido de libertação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC.
Como ela teria conhecimento de decisões ainda não proferidas pela mais alta corte do país, é algo que não se sabe.
Vamos analisar os fatos: embora Dilma esteja com apenas 12% de aprovação, o governo não deve estar assistindo inerte os fatos acima descritos. Usará todos os meios – republicanos ou não – que tiver a seu alcance de evitar esses fatos, que tem potencial avassalador.
Nos meios políticos já se comenta, abertamente, que a Força Tarefa do Ministério Público Federal tem indícios para implicar pessoas do último pavimento. Principalmente aquele que já teve foro privilegiado e hoje não o detém.
Até onde irão a motivação, as condições e a vontade de Dilma para continuar no Palácio do Planalto com aprovação de 12 % e em queda, é uma grande dúvida.
O potencial de traição e debandada do barco de Dilma é óbvio ululante.
Some-se a isto a crise econômica em curso. Falta pouco para o Brasil evoluir de uma recessão já visível para uma depressão.
Com a crise política se intensificando, resta saber de que lado será o primeiro personagem a enfartar.
Esse poderá ser o melhor indício de para o qual o lado a balança irá pender.