Quem esquece o vandalismo das "manifestações" de 2013 e 2014? Usando máscaras, bandidos ideológicos depredavam desde edifícios públicos até casas comerciais nas grandes cidades do país. Não é por nada, mas houve receio de que coisa parecida ocorresse em Porto Alegre durante o julgamento de Lula. Ainda mais que caciques do PT e de suas linhas auxiliares, à iminência de uma condenação do réu, ameaçavam, falando de "matar", "explodir", "luta nas ruas", entre outras amenidades...
Lula foi condenado. Mas, tirante uma agressão à equipe da Band TV, nada relevante aconteceu. Por quê? Simples: o Estado cumpriu o seu papel.
O governo do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Estado da Segurança, congregou vários órgãos e instituiu o Gabinete de Gestão Integrada, o qual trabalhou com os dados provenientes dos serviços de inteligência.
Outra decisão do governo foi que policiais civis e militares não entrassem em férias durante o período imediatamente anterior e posterior ao julgamento. E um expressivo número de brigadianos foi deslocado do interior, reforçando a olhos vistos o policiamento nas ruas da capital.
Por fim, houve uma decisão muito eficaz e bem comunicada aos interessados: a Brigada Militar recebeu ordem de prender em flagrante e levar diretamente para o Presídio Central qualquer manifestante que usasse máscara. (Alguém de boa-fé esconde a cara?)
O resultado foi uma cidade pacificada. Por precaução, lembrando prejuízos doutras ocasiões, grande parte do comércio não abriu à tarde. Inclusive o Shopping Praia de Belas fechou. Mas nada aconteceu!
Será preciso tempo para metabolizar tudo o que houve neste dia histórico. Desde logo, porém, um aspecto merece destaque: as medidas preventivas que o poder público estadual tomou devolveram a paz a uma capital que vive sobressaltada com a violência. Ora, conforme ensinam os contratualistas, a primeira e mais elementar função do Estado é coibir abusos. E tal se deu. E foi tudo feito com firmeza, transparência e deliberações publicizadas às claras, mas sem bravatas, o que ajuda a acalmar os ânimos: tanto o governador Ivo Sartori quando o Secretário Cesar Schirmer tiveram postura de estadista.
Aliás, foi tal a sensação de segurança nas ruas neste 24 de janeiro, que muita gente em Porto Alegre está desejosa de um novo julgamento de Lula no TRF-4...
* Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
** Publicado originalmente no blog Alerta Total