Eguinaldo Hélio de Souza
Todos os regimes que descaem para o absolutismo vão entrando logo
a contrair amizades suspeitas entre os jornais.
Rui Barbosa
Jornalistas do fã clube do Lula, que o ajudaram a sair da cela e chegar ao planalto, que colocaram o dedo sobre o dedo do STF para influenciar a balança, que passaram um pano insuficiente para tantos absurdos do governo, agora se mostram indignados como se não fossem os pais da criança.
Tinham lado e isso estava muito claro. Perseguiram Bolsonaro e todos e seus aliados e isso estava muito claro. Não cumpriram o seu papel e isso estava muito claro. Ao invés de fazer jornalismo, mostrando o erro, lamentam a “munição para a extrema-direita” e ficam dando conselhos sobre o que o governo deveria fazer, como se esse fosse seu papel.
Ninguém sabe se por ideologia ou pix, ou ambos, o fato é que há muito tempo Jornal Nacional e Fantástico, com seus parceiros ou cúmplices, tornaram-se piores que o Pravda soviético e o Gramma cubano. Além de falar para encobrir e anunciar para desinformar, atacam as redes sociais por fazerem muito melhor, com mais fidelidade e de graça, o que eles deveriam estar fazendo.
Agora que já está muito difícil negar o elefante cor-de-rosa na sala das porcelanas, aqui e acolá, algumas das principais vedetes do circo lulista dão ares de indignação. Comprometeram sua credibilidade em seu pacto com o diabo e agora, talvez por abstinência de verba pública ou para tentar salvar o que restou de sua imagem desfigurada, fazem tímidas críticas.
Se a imprensa for mesmo o quarto poder, então estamos experimentando há um bom tempo os podres poderes do quarto poder, que podendo ser instrumento para equilibrar a balança, escolheu ajudar com dois pesos e doze medidas.
Desde o “candidato, o senhor não deve nada à justiça” do Bonner, até o “você vai voltar a comer picanha” da Daniela Lima, emblemas de um jornalismo prostituído, tudo o mais sempre fedeu a puxa-saquismo do mais infame.
Mas eles não pagarão a conta, não a conta integral. A parte maior cabe aos cidadãos comuns, até mesmo aos idosos aposentados e os vulneráveis.
Sim, a imprensa tem grande poder. E com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. Ou grandes irresponsabilidades.