Sílvio Lopes
Vivemos num mundo de paradoxos. Essa é a constatação que podemos confirmar em todas as áreas de nossa sociedade. Quem sabe até, arrisco afirmar, jamais tenhamos convivido e presenciado uma civilização tão paradoxal como a atual.
Gente que diz amar e destila ódio; afirma lealdade e trai a confiança do outro; promete e não cumpre o prometido, e por aí afora. Na política, então, o paradoxo tornou-se moeda corrente para sequestrar mentes e corações com baixo grau de discernimento intelectual. Nela há os que, paradoxalmente, iludem um povo inteiro ao garantir a defesa da democracia e as suas liberdades e, depois (eleitos), abraçam a mais cruel e tirânica ditadura. Intitulam-se "pai dos pobres", mas condenam seus "filhos" adotivos à eterna miserabilidade.
Neste caso, o Brasil é o exemplo clássico que nos envergonha e, ainda por cima, trava por completo todo sonho e esperança de sermos, um dia, uma grande nação.
Diferente do paradoxo dos homens, que nos trazem tantos dissabores e frustrações, o paradoxo espiritual, inspirado no Reino de Deus, nos consola, edifica e dá poder para transformar o mundo e torná-lo um lugar menos tóxico de viver. Ei-lo, em sua essência: 1. Quer ser exaltado? Então, seja humilde; 2. Quer ser grande? Então, se faça pequeno; 3. Quer ser digno de ser servido? Então, você deve, primeiro, servir!
No dia em que, enfim, adotarmos o paradoxo espiritual como bússola a guiar nossa caminhada, a vida com certeza será muito mais doce e segura de se viver. Na palestra sobre " Economia Comportamental" o " conflito dos paradoxos" é um, entre outros, dos temas palpitantes dos quais tratamos.
* O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.