(Publicado originalmente no Metro Jornal)
A palavra da hora é “ocupação”. Descontentes com alguma coisa qualquer um se arvora o direito de “ocupar”. Acontece que “ocupação” no contexto que se apresenta atualmente no Brasil não existe. O que ocorre verdadeiramente é “invasão” pura e simples. Quando uma fazenda, terreno, prédio público ou qualquer local que tenha dono é tomado por pessoas impedindo o direito de ir e vir das demais é invasão. É assim quando hordas bárbaras do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) adentram em uma terra que tem dono e fazem churrasquinho das matrizes premiadas do fazendeiro. É assim também quando meia dúzia de servidores estaduais e federais decide trancar a ponte do Guaíba exigindo reposição salarial e deixando centenas de motoristas presos na rodovia.
É também a mesma coisa quando alguns jovens adolescentes com as consciências em formação, manipulados por partidos políticos e sindicatos, decidem levar seus colchões para dentro das escolas públicas e fechá-las, justificando apoio à causa da educação. São os novos radicais, instrumentalizados pela extrema esquerda. Enquanto isso há inúmeros relatos de estudantes que desejam ter aulas, de professores que querem dar aulas, e são impedidos por uma minoria agressiva. A escola tem dono, que é toda a comunidade, mas acaba apropriada por uns poucos donos da verdade. Na Escola Técnica Parobé, alunos indignados tiveram aulas nos corredores e na rua, passando frio, porque foram impedidos de entrar por um pequeno grupo que tinha se alojado lá dentro. Até a Brigada Militar foi chamada. Isto é liberdade? Isto é democracia? Há o caso também de estudantes da Unipampa, que criaram até página no Facebook (“Eu quero aula”) denunciando a violação do direito de estudar. Uma lástima que seja necessário pedir ajuda.
O termo “ocupação” é um neologismo maroto e gramscista utilizado desde os anos 80 pelo PT e seus grupelhos revolucionários para relativizar o direito de propriedade e suavizar os efeitos de invasões que violentam o Estado Democrático de Direito. Visa diminuir a má impressão quando algo é tomado de assalto e com agressividade por grupos com os mais diversos interesses. A imprensa também utiliza o termo erroneamente, de propósito ou por ingenuidade, dando razão a interesses difusos.
Agora que você já sabe, não seja bobo.
Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640