• Diego Casagrande
  • 13/10/2014
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O VOTO ANTIPETISTA

 

 

Eleição é sempre bom. Eleição trepidante melhor ainda. E a eleição que estamos vivenciando está sendo assim. Disputa voto a voto e surpresas. Muitas surpresas. Nós brasileiros temos uma relação de amor e ódio com a política e os políticos. Vivemos para criticá-los. E à medida que estes se mostram a cada dia mais distantes e a corrupção e ineficiência campeiam na vida pública, as críticas se tornam cada vez mais legítimas. Ao mesmo tempo, quando se aproximam as eleições, vemos os políticos como verdadeiros superstars e as disputas empolgam. No fim das contas, raros são os que não se deixam influenciar pela adrenalina e emoção de uma eleição. E neste ano esta tem sido a tônica.

A arrancada final de José Ivo Sartori (PMDB) pulando do 3º lugar para vencer disparado o 1º turno é reveladora daquela máxima de que eleição só se decide quando as urnas são abertas. Na quinta-feira, quando o Intituto Datafolha já o apontava crescendo e se aproximando perigosamente da 2ª colocada Ana Amélia (PP), a grande onda começava a surgir para mudar os rumos da eleição. Até a pesquisa de boca de urna do Ibope sucumbiu. Na tevê e no rádio a campanha petista atirou pesado contra a senadora, colocando-a como funcionária fantasma no gabinete do marido no Congresso. Demorando a explicar e tampouco devolvendo a artilharia contra Tarso, Ana Amélia foi desidratando, diminuindo suas intenções de voto. Foi neste momento que entraram em cena os eleitores capazes de alterar os rumos de tudo: os antipetistas. São aqueles cidadãos que por várias razões – mas principalmente ideológicas - não votam nos candidatos do PT de jeito algum. Integram um grupo bem informado e atento aos fatos. Preocupados com a fragilidade de Ana Amélia para enfrentar Tarso, eles ligaram seus GPSs e encontraram em Sartori o representante.

Desembarcaram da senadora e engordaram os votos do ex-prefeito de Caxias. As redes sociais bombaram e facilitaram a migração. Há também o fato de ele ter uma vida pública irrepreensível até aqui, o PMDB ser um partido estruturado e o próprio candidato fazer uma campanha limpa e propositiva. Tudo pesou. Sartori chegou a 40,4% dos votos, enquanto o governador Tarso (PT) teve 32,57%.
O eleitor antipetista está em quase todos os partidos ou não tem partido. Liberal, conservador ou ambos, tem feito a diferença neste século aqui nos pagos. Sartori está quase mandando Tarso para casa.

* Jornalista
http://diegoreporter.blogspot.com.br/