• Juan Koffler
  • 16/04/2016
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O QUE HÁ DE COMUM ENTRE NAÇÕES DA AMÉRICA DO SUL NA ATUALIDADE?


De repente, na contramão das nações mais avançadas do planeta, o continente sul-americano retrai-se e muda de rumo.

Helen Deresky, da State University of New York, Plattsburg, em seus estudos sobre Administração Global, aponta para um paradoxo que parece indiscutível: as nações do planeta enfrentam insegurança e mudanças em amplo sentido nos campos político, econômico e social, constituindo-se em ingente desafio para os executivos globais. "O afastamento generalizado do modelo comunista combinado à tendência à privatização teve uma enorme influência sobre a economia mundial". Deresky ainda complementa que o "mais impressionante do mundo atual é que quase todas as nações de repente começaram a desenvolver sistemas descentralizados, de livre mercado, para terem condições de conduzir uma economia global de intensa concorrência, a complexidade da industrialização de alta tecnologia e o despertar de um sentimento generalizado de anseio por liberdade".

Tais características, quando observadas nas regiões da Europa Central e Oriental - explica ainda Deresky -, tornou o comunismo insustentável levando-o ao total colapso. Na contramão de tal movimento mundial de repúdio ao comunismo, contudo, a situação em América Latina e Caribe resiste a tal tendência. Com o surgimento do Foro de São Paulo, seus promotores, de perfil voltado à esquerda, denunciam as políticas neoliberais, a ampliação da exclusão de certos segmentos sociais, a concentração de poder em mãos capitalistas.

Tal inversão de foco acabou gerando não apenas um Brasil comunista, senão que também similar tendência em países como Colômbia, Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia, Argentina (antes do atual governo de Macri). Em suma, abriu-se espaço para um "comunismo neoliberal"; uma adaptação conveniente que fundamentasse o renascimento e/ou fortalecimento dessa ideologia aparentemente fragilizada.

Brasil hoje (e desde 2002) sofre as consequências de Governos de esquerda, que desestabilizaram e atrasaram substancialmente os rumos da nação, condenando-a a um limbo mundial, à estagnação econômica, à desestabilização social e ao confronto de classes, claramente percebido pela sociedade em situação dicotômica.

Os rescaldos dessa inversão de valores já começam a aparecer em amplo sentido, levando a sociedade a uma verdadeira "luta de classes", redundando em divisão da unidade nacional e em desavenças indesejadas e obstrutivas do bom desempenho econômico nacional.

Um verdadeiro e incômodo paradoxo que, certamente, derivará num alto preço a ser pago por toda a sociedade brasileira e também aquelas latino-americanas que comungam de similar ideologia político-social.

* Consultor jurídico-social, professor-orientador de mestrado e doutorado, escritor, doutor em Sociologia.