• Alex Pipkin, PhDA
  • 27/06/2024
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O país da procrastinação

 

Alex Pipkin, PhD
     Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade, longe disso. Entretanto, duvido muito que alguém possa contestar que, indubitavelmente, o Brasil é o país da procrastinação.


Alude-se a década de 80 como a década perdida. Penso que há aí um “erro de cálculo”, visto que a partir de 80 se percebe que todas as outras décadas, similarmente, foram ineficazes na direção da geração de prosperidade econômica e bem-estar social. Não há, em definitivo, um programa de Estado de desenvolvimento econômico para o país, baseado naquilo que a ciência econômica atesta como sendo fundamental para o crescimento econômico e para a redução da pobreza. Sem dúvidas, contemplando, de fato, a liberdade econômica.

Evidente que não há um foco de Estado nas essenciais reformas estruturantes porque as pessoas são facilmente manipuladas pelas promessas e falácias populistas e coletivistas da salvação terrena, operada pelos semideuses estatais.

O governo do PT, do coletivismo, “do povo”, “do pai dos pobres”, governou o país por mais de 15 anos, tendo seu curral eleitoral no Nordeste. Os nordestinos, segundo o pensamento mágico, teriam a possibilidade de se desenvolver e de sair da pobreza. O resultado cabal e pragmático é o da pobreza contínua. Vergonhosamente, ainda com escassez de saneamento básico e com a indigesta presença de um ensino de péssima qualidade.

Não há milagre que faça com que políticas populistas e contraproducentes produzam resultados distintos do fracasso. Nem artistas globais, grandes conhecedores de economia, apologistas das políticas coletivistas, logram realizar a dádiva do desenvolvimento social e econômico nordestino e brasileiro. Mas eles cantam e performam…

Não se concebe crescimento econômico e, portanto, social, com políticas nacional-desenvolvimentistas, perdulárias e irresponsáveis. O coletivismo crê que dinheiro nasce em árvores. Qualquer política séria, necessita ter, minimamente, responsabilidade fiscal, a fim de garantir a sustentabilidade financeira do país, pelo menos, a médio prazo.

O que realmente favorece e possibilita com que indivíduos saiam da pobreza é o crescimento econômico. Esse acontece, não por uma canetada governamental, mas pela geração de um ambiente favorável para os empreendedores, com menos regulamentos e normas abusivas e esdrúxulas, motivando indivíduos a empreender, criar empregos e inovar.

Acaba de sair do forno um estudo, constatando que em 2024, o brasileiro trabalhará 149 dias para pagar impostos para o seu indesejável sócio Estado. 

A receita certeira e comprovada é a de que impostos mais baixos atuam como motivadores do empreendedorismo, já que recompensam o trabalho individual, e possibilitam a criação de mais e melhores empregos. É lamentável que indivíduos de baixa autoestima ainda continuem sendo estimulados a viver em busca de migalhas governamentais.

A “mágica” petista é tirar daqueles que produzem para repassar para aqueles que nada produzem. Evidente que num país pobre como o Brasil, programas sociais inteligentes, de auxílio direto aos mais necessitados, são necessários. Porém, tais programas são paliativos, não permitindo uma real transformação social. Aliás, é preciso dotar os brasileiros de dignidade, provendo os pré-requisitos básicos para que esses possam andar com suas próprias pernas, administrando suas próprias vidas.

Somente a liberdade econômica possibilitará que o Brasil deixe de ser uma horda de zumbis famintos à espera dos bolsas-tudo.

Não é mais possível procrastinar! Lastimoso que seja preciso repetir. Urgem reformas estruturantes, entre essas, fundamentalmente, a redução do Estado e a não intromissão desmedida desse na vida das pessoas. Não é mais possível procrastinar em relação à liberdade econômica, essa capaz de gerar mais empreendedorismo, empregos, renda, riqueza, e transformar a mentalidade nacional.

O brasileiro, para sua autoestima e dignidade, necessita ser capacitado para pensar, agir e prosperar economicamente por conta própria.

Basta de ilusionismos e de maldades - planejadas.