O Brasil escreveu uma de suas páginas mais obscuras com o encerramento dos trabalhos e entrega do relatório final de uma fraude chamada Comissão Nacional da Verdade. Tendo como objetivo investigar a violação dos direitos humanos cometidas por agentes do Estado entre 1946-1988, com foco prioritário na ditadura militar de 1964-1985, somente se ateve aos eventos de que teriam sido vítimas integrantes dos movimentos terroristas de esquerda que viviam na clandestinidade e utilizaram como instrumento político a violência (consubstanciada em sequestros, assaltos, atentados a bomba, tortura, execuções, justiciamentos e assassinatos).
O mais lastimável foi ver a presidente da República Dilma Rousseff – integrante de uma das facções terroristas mais violentas, responsável por mortes, sequestros e assaltos – declarar sem qualquer pudor que os grupos terroristas estavam lutando pela democracia, quando muitos de seus companheiros e ex-companheiros testemunharam que desejavam implantar no Brasil a ditadura comunista do proletariado. Na verdade, a fonte principal das pretensões político-ideológicas dos grupos guerrilheiros e terroristas não se encontra somente nos testemunhos, por importantes que sejam. Tudo está devidamente documentado em livros, documentários, filmes, jornais, revistas e manifestos produzidos pelos próprios guerrilheiros. Não bastasse isso, talvez a maior prova das intenções da esquerda brasileira é o fato de ainda professarem as mesmas ideias, mantendo relações com países como Cuba e Coreia do Norte e promovendo figuras desprezíveis como os irmãos Castro e os carniceiros Kim Jong.
Incompreensível que os comunistas tenham sido perdoados pela comunidade internacional tendo assassinado mais do que os nazistas. No Brasil ocupam posição de eminências pardas e servem como referência moral e intelectual. Talvez essa indigência política seja o que ainda nos mantém cativos no Terceiro Mundo.
A História no Brasil, além de estar sendo“mal contada”, também passou a caracterizar-se pela mentira, com o objetivo de justificar as maiores atrocidades praticadas contra a humanidade e defendidas por grupos de esquerda que tomaram de assalto o Estado brasileiro. Recentemente foi divulgado um vídeo (http://youtu.be/zktATUeQh3w)sobre a VII Conferência Nacional do Partido Comunista do Brasil realizada em fevereiro de 1978 em Tirana, capital da República Popular Socialista da Albânia. O comunismo albanês era referência para os subversivos de esquerda brasileiros, que mantinham estreita relação com o Partido do Trabalho da Albânia, inclusive com transmissões em português na Rádio Tirana.
Faço uma especial referência a Albânia porque é desconhecida ou negada ao povo brasileiro a informação de que, entre os anos de 1944 e 1987, foram assassinadas pelos comunistas mais de 100 mil pessoas que se opuseram ou foram arbitrariamente identificadas como inimigas ou nocivas ao regime. Atualmente, esse país possui em torno de 3 milhões de habitantes. Enquanto a Comissão Nacional da (in)Verdade lamenta o número de 434 vítimas, entre mortos e desaparecidos em 21 anos de repressão no Brasil, nenhuma lágrima foi derramada pelas 2.300 vítimas por ano produzidas pela desolação comunista na “amada” Albânia. Leandro Narloch, na sua obra “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” (pág. 278), fez uma relação de proporção em comparação com alguns países, caso tivéssemos tido a desgraça de ser governados por comunistas. Somente para exemplificar, no Camboja, entre os anos de 1975-1979, o ditador PolPot assassinou 1,7 milhões de pessoas, ou seja, 21% da população. A mesma proporção no Brasil significaria a morte de 22 milhões de brasileiros. Um simples cálculo aritmético, em comparação com a Albânia, nos dará a dimensão do tamanho do genocídio caso João Amazonas et caterva tivessem assumido o poder no Brasil.
A Albânia, em 22 de novembro de 1967, tornou ilegal qualquer espécie de religião, tornando-se, assim, o primeiro Estado oficialmente ateu no mundo. Mesmo antes desta data milhares de religiosos de todos os credos, especialmente católicos, foram assassinados, presos e torturados pelo regime genocida albanês. No relatório final da Comissão Nacional da (in)Verdade são narradas algumas das atrocidades praticadas pelos órgãos de repressão. Entretanto, a amada Albânia, idolatrada ainda hoje pelos comunistas brasileiros, superou em muito o número de vítimas no Brasil e também nas perversidades praticadas, conforme se pode verificar do registro no diário do jesuíta Jak Gardin, que sobrevivente ao regime, e retratado na obra de Robert Royal (“Os Mártires Católicos do Século XX”, pág. 296):
“Batiam-lhes nos pés descalços com bastões de madeira; faziam-lhes cortes nos músculos das pernas e das nádegas, punham pedras de sal por baixo da pele e depois cosiam novamente; punham-lhes os pés dentro de água a ferver até a carne cair, e depois esfregavam-nos com sal; furavam-lhes os tendões de Aquiles com arames em brasa. Alguns eram pendurados pelos braços durante três dias, sem qualquer alimento; metiam-nos dentro de gelo e de água gelada até ficarem quase congelados, punham-lhes fios eléctricos nos ouvidos, no nariz, na boca, nos órgãos sexuais e no ânus; espetavam-lhes agulhas de pinheiro a arder debaixo das unhas; eram obrigados a ingerir um quilo de sal e proibidos de beber água durante 24 horas; punham-lhes ovos acabados de cozer nas axilas; arrancavam-lhes os dentes sem anestesia; eram amarrados às traseiras de furgões e arrastados; deixavam-nos na solitária sem comida nem água até ficarem quase mortos; obrigavam-nos a beber a própria urina e a comer os próprios excrementos; eram colocados em fossas com excrementos até ao pescoço ou numa cama de pregos cobertos com objetos pesados; eram postos em jaulas com tachas, que depois rodavam rapidamente; puseram um gato e um rato dentro do corpete de uma freira; havia religiosas que eram obrigadas a despir-se e a andar nuas nas ruas.”
A Comissão Nacional da (in)Verdade prestou um desserviço à cidadania brasileira ao deixar de investigar todos os fatos e personagens que participaram da disputa político-ideológica que naqueles tempos sombrios de plena Guerra Fria marcavam a realidade mundial. Notadamente há uma tentativa espúria e inaceitável de reescrever a História do Brasil, com vistas a sedimentar no poder um grupo político que professa uma ideologia reconhecidamente perversa e genocida que, além de assassinar mais de 100 milhões de pessoas em tempo de paz, nunca promoveu a democracia, em lugar algum onde se instalou. A verdade foi furtada dos brasileiros. E não somente isso, mas pela inverdade nega-se às pessoas o direito de fazerem suas próprias escolhas e traçarem um projeto de nação a partir de uma reconciliação, que deveria ser o real objetivo de uma Comissão dessa espécie (como ocorreu na África do Sul de Mandela, com as Comissões da Verdade e Reconciliação, instaladas logo após o fim do regime do apartheid).
Não se constrói uma nação com base no engano, na dissimulação e na mentira. A História há de fazer justiça e lembrar o 10 de novembro de 2014 como o Dia Nacional da Vergonha.
Advogado