• Sílvio Lopes
  • 13/08/2024
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Livre, por natureza

 

Sílvio Lopes

       Conforme a ciência, a história da vida na terra tem lá seus 4 bilhões de anos. Nossa espécie, porém, é recém chegada. Se esse tempo fosse medido no período de um ano, os humanos teriam entrado em cena em 31 de dezembro...mais ou menos às 23 horas!

Depois de vagar como caçadores- coletores, veio a invenção da agricultura... às 23h58. Toda nossa história, portanto, aconteceu nesses sessenta segundos finais antes da meia noite. Toda honra, toda glória, toda tragédia e miséria humanas acontecida se deu nesse intervalo minúsculo de tempo. De refletir, ao menos.

O homo sapiens logo tomou o planeta. Das tundras mais geladas aos desertos mais escaldantes fomos conquistando o espaço, formando pequenos grupamentos e criando instrumentos para nos mantermos vivos. Hoje temos grandes e portentosas cidades. Somos mais de 8 bilhões a respirar sobre a face da terra.

Desafio primeiro: assegurar a sobrevivência da espécie. Ela implicava na garantia de suprir as necessidades básicas como moradia, alimentação e segurança contra os animais e a intempérie. A hierarquia das necessidades de Abraham Maslow (1943) já despontava como imprescindível. A história é implacável.

Estranhamente vemos, hoje, certa ideologia política atacar despudoradamente o setor da economia que garante o insumo básico indispensável à sobrevivência na terra. Não há fundamentos minimamente racionais que expliquem (quanto mais justifiquem), tal postura social.

Quem sabe seja pelo anseio de reescrever a história, redesenhando e moldando o ser humano conforme seu apanágio idealizado no sonho idílico da submissão das massas às suas mais nefastas e desumanas formas de dominação.

A motivação humana, tanto em Maslow quanto em Aristóteles, é evoluir. Buscar, óbvio, satisfazer suas necessidades fisiológicas e de segurança, mas também de autoestima e realização pessoal. E, neste caso, não há quem de sã consciência, seja capaz de abdicar de seu livre arbítrio. Ainda bem.

Estamos salvos.  Ao menos, por enquanto!

*       O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.