(Transcrito da Tribuna da Internet)
Desde o início dos trabalhos na Câmara dos Deputados – e agora no Senado Federal – do processo de Impeachment, o país inteiro passou a conhecer a advogada e professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) Janaína Conceição Paschoal. Conhecer e admirá-la. Sou um deles. E dela me tornei amigo por correspondência, pois não nos conhecemos pessoalmente. Até o final do ano Janaína virá ao Rio com sua família. E para atender seu pedido, vou levá-los, todos, ao Cristo Redentor.
A subida ao Corcovado vai ser feita pelo bondinho da Estrada de Ferro do Corcovado (EFC), empresa pública federal, da qual fui diretor-jurídico de 1970 a 1972, quando integrava a Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional. Hoje, a EFC continua patrimônio da União. Mas através de licitação, foi entregue à família Neves, de Tancredo e Aécio, que a administra primorosamente.
ADMIRAÇÃO A JANAÍNA – Me curvo à sabedoria, ao talento, ao empenho e à determinação de Janaína Paschoal. Eu e muitos de nossos leitores, destacando-se Francisco Bendl, no Rio Grande do Sul, o médico psiquiatra e psicanalista Ednei Freitas, o advogado João Amaury Belem, ambos do Rio e uma muita gente mais.
Mexeu com Janaína, mexeu comigo. Uso esse bordão brasileiro para externar minha admiração, carinho e respeito por Janaína Paschoal. Ontem, sábado, ao ler aqui no Rio onde moro a coluna de Jorge Bastos Moreno em O Globo (Moreno é aquele jornalista que noticiou que o presidente Temer iria demitir o jurista Fábio Medina Osório e errou, pois ele não foi demitido e continua como Advogado-Geral da União), dei de cara com uma nota que logo repassei para a doutora Janaína, que mora em São Paulo. Escreveu o jornalista:
“Síndrome de Estocolmo – Cardozão, que não perde a fama de galanteador – e já pagou caro por isso, pois uma colega de Ministério, desavisada, acreditou e ficou no seu encalço –, tem abusado nos galanteios a Janaína Paschoal, a advogada do impeachment. Dilma que já deu várias broncas nele por causa desse perfil, avisou Cardozão que considera um pouco demais o seu assédio a uma algoz do PT“.
Não demorou muito, Janaína me respondeu. E com toda razão, muito aborrecida. Disse que não sabia o motivo de ser “plantada” uma notícia desse tipo. “Será possível que uma mulher não pode trabalhar sem ser desmerecida!”, desabafou.
MENSAGEM A O GLOBO – Em seguida, a doutora Janaína Paschoal mandou mensagem para o e-mail do jornalista Alan Gripp, chefe da Editoria País do O Globo. Eis a nota da advogada:
“Repúdio. Caro Sr. Alan. Uma nota desprezível, envolvendo meu nome, foi publicada na edição de hoje. A nota mentirosa foi da autoria do jornalista Moreno. Sinto que um jornal do porte de O Globo se preste ao triste papel de atacar uma mulher dessa maneira tão vil. Sou uma profissional dedicada e respeito quem não concorda com meus posicionamentos jurídicos e políticos. Sou casada há anos e, com os embates havidos, desde o início do processo de impeachment, tenho sido tratada com muito respeito por todos. Pena um jornalista precisar se promover dessa maneira. Janaína Conceição Paschoal.”
ACONSELHAMENTO – Vai aqui um recado (ou conselho) meu a Jorge Moreno. O nome de uma pessoa é um dos bens mais importantes para o Direito, de todas as gentes, de todos os povos. Sua inviolabilidade está garantida na Constituição Federal. Integra o chamado Direitos da Personalidade. É um bem sagrado para os cristãos (e por que não para todos os demais credos?), eis que pronunciado pelo sacerdote no momento do recebimento do sacramento do Batismo. Quando era ainda recém-nascida, ao ungir com sal e óleo a cabeça, o peito e os pés de Janaína, o sacerdote ia pronunciado: “Janaína, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Sua nota, sr. Moreno, desafia e debocha desse transcendental mistério. Ofende e magoa. E a todos alcança, ao esposo, filhos, irmãs e pais da advogada. E leva o leitor a acreditar numa mentira, que mais fragiliza sua reputação de jornalista e desabona um dos mais importantes e renomados jornais do mundo, O Globo, que lhe dá espaço e emprego. O senhor, jornalista Jorge Moreno, causou grave dano moral à advogada Janaína Paschoal.
Ainda no âmbito da boa convivência social, espera-se que o senhor transcreva, na mesma coluna, o inteiro teor da nota de repúdio que a eminente advogada e professora de Direito Penal da USP enviou ao jornalista-Chefe da Editoria País, Alan Gripp. É o mínimo que por ora se pede. É o mínimo das suas muitas obrigações e muitos deveres para com o próximo e para com seus leitores.