(Publicado originalmente em http://www.folhadelondrina.com.br/blogs/paulo-briguet)
Antes, vamos deixar claro: há muitíssimos professores e estudantes que realizam um trabalho sério nas universidades brasileiras, especialmente nos cursos de ciências exatas e biológicas, mas mesmo em departamentos de humanidades. A existência desses heróis (silenciosos ou silenciados) me faz acreditar que o nosso ensino superior ainda tem alguma esperança. A eles, professores e alunos de bom coração e ativa massa encefálica, este texto se dirige prioritariamente, bem como aos pais de alunos que estão preocupados com o futuro de seus filhos e do Brasil.
Estabelecidas as exceções, passemos à regra. Fato é que a universidade pública brasileira, sobretudo na área de humanas, tornou-se um território dominado pela militância esquerdista. Hoje são instituições DI-DI. Não, não me refiro ao Didi Mocó dos Trapalhões, mas a outro fenômeno bem menos engraçado: nossas faculdades viraram fábricas de DIplomas e DIlmas. Na melhor hipótese, o sujeito sai da faculdade com um diploma na mão, que o autoriza a exercer determinada profissão, sem necessariamente lhe dar a competência para tal. Na pior hipótese, o jovem sai da universidade transformado em pequenos jeans wyllys ou marinas silva. Vira um profissional — mas um profissional da militância.
Isso é gravíssimo. De nada adiantará "tirar a Dilma", ou mesmo extinguir o PT, se o povo brasileiro, conservador e democrata em sua imensa maioria, não acabar com a produção de dilmas em série na universidade pública.
Nota bene: Marx, Lênin, Gramsci e Paulo Freire não devem ser retirados dos currículos acadêmicos. Muito pelo contrário! Eles devem continuar lá; devem ser estudados em profundidade. O que não se pode fazer é botar só sparring intelectual para brigar com eles. Você sabe: sparring é aquele boxeador que nunca vence uma luta, precisamente porque a razão de sua existência é apanhar.
Adam Smith, Comte e Durkheim, ainda que tenham lá suas qualidades (especialmente o primeiro), não passam de sacos de pancada com os quais a militância acadêmica simula a existência de um verdadeiro debate intelectual. Mas os esquerdistas fogem como diabo da cruz do confronto com obras e autores que verdadeiramente desmontam suas mentiras. Eu poderia fazer aqui uma lista imensa, mas direi apenas dois nomes de autores que trituram a ideologia marxista com o desassombro de um personagem de Clint Eastwood: são eles o filósofo Roger Scruton e o historiador Paul Johnson, ambos ingleses. Ambos ignorados nos campi.
Recentemente, uma amiga professora universitária disse que quase todos os colegas de seu departamento são negacionistas do Petrolão, ou seja, acreditam que a roubalheira do PT não passa de uma "invenção da Globo" e um "golpe das elites". Eu sonho com uma universidade em que tal cegueira de estupidez não prospere nunca. E tenho esperança de que um dia esse campus existirá. Minha esperança está em vocês: professores e estudantes que amam o bem, a beleza e a verdade. Só vocês poderão acabar com a fábrica de dilminhas. Que Deus nos ajude.