Alex Pipkin, PhD
Tenho posto que à discussão sobre redução da pobreza no Brasil assemelha-se a um verdadeiro “papo de bar”.
É imprescindível mencionar que o elixir “mágico” para retirar as pessoas da pobreza é, sem dúvidas, o crescimento econômico. Para tanto, o foco de políticas públicas deveria estar no aumento da produtividade nacional, essa aportando mais oportunidades, mais empregos e melhores níveis salariais.
O grande imbróglio é que em razão de uma “nova consciência benevolente” - e interesseira -, abdicou-se da preocupação com as alavancas da produtividade e do crescimento em favor de um assistencialismo contraproducente, sentimental e desmedido. De maneira genuína, a lógica ilógica passou a ser o centro na redistribuição de renda, transferindo-se renda - e responsabilidades - daqueles que produzem para aqueles que pouco ou nada produzem.
Os indivíduos são imanentemente diferentes, dotados de recursos, de habilidades e de atitudes distintas, vivenciando diferentes circunstâncias na vida. Diga-se de passagem em determinadas situações, naturais e transitórias. É claro que existem reais incapacitados, que merecem acessar uma rede de proteção e auxílio do aparato estatal - e das “comunidades” envolvidas” -, a fim de sanar suas necessidades e sofrimentos. No entanto, é necessário tratar tal questão com lógica, conhecimento e ciência “de verdade”, além de um humanismo racional, para distinguir entre aqueles incapacitados e aqueles capazes de assumir suas próprias vidas e responsabilidades correspondentes.
Comprovadamente, não há uma relação direta entre assistencialismo e redução da pobreza. O resultado prático e efetivo é, sem dúvidas, o aumento de barreiras à criação de mais empregos, mais oportunidades, à inovação, e ao incremento da produtividade, obstaculizando o “salvador” crescimento econômico.
O Leviatã, “salvador” dos fracos e oprimidos, com sua gastança inconsequente em programas sociais, acaba intervindo com a mão pesado do Estado, interferindo abusiva e equivocadamente na economia, gerando exatamente consequências não intencionais - e intencionais -, que redundam em uma série de barreiras e problemas para o alcance da criação de empregos, para o aumento de produtividade e para o vital crescimento econômico.
Pior do que isso, cria-se um ciclo vicioso, em que a justificativa de aplacar às dificuldades dos mais necessitados, faz com que o Leviatã siga intervindo e gerando ainda mais problemas para a vida, em especial dos mais pobres, e de todos. Objetivamente, é o Estado grande quem gera disfunções na esfera privada e na economia, e que, posteriormente, posiciona-se com o responsável para solucionar os dificuldades geradas por ele próprio.
Governos populistas e irresponsáveis, especialmente aqueles da “esquerda bondosa”, miram, trivialmente, nas consequências de suas políticas esdrúxulas e “bem-intencionadas”, abstendo-se das reais causas da pobreza e do fracasso na direção do legítimo crescimento econômico.
É mister dar um “basta” na explosão infrutífera de benefícios àqueles que, seguramente, podem e devem ser estimulados a trabalhar, a assumir suas responsabilidades e a conquistar à dignidade individual. Por via de consequência, direcionando as políticas públicas para iniciativas que criem liberdade individual e econômica para às pessoas, interferindo menos na vida privada e na economia, a fim de que os agentes econômicos possam estabelecer relacionamentos colaborativos e voluntários mais lucrativos, em um ambiente propício e favorável aos negócios e a respectiva geração de empregos, de renda, de produtividade e de mais prosperidade para todos.
Como realizar tal objetivo? Deixando-se de lado o populismo, a inconsequência e a incompetência, intervindo menos e mais acertadamente. Simples assim. É fundamental melhorar em muito à qualidade da educação, em especial, a dura, na base. É preciso inovar em parceria com a iniciativa privada, criando centros de treinamento técnico nas amplas e variadas áreas industriais, gerando programas efetivos para inserção de jovens - e velhos - no mercado de trabalho e, principalmente, tirando dos ombros da iniciativa privada o fardo de um ambiente econômico repleto de normas, de regulamentos e de legislações risíveis e absurdas. Essas últimas, geradoras de aumento de tributos e custos insustentáveis para o aumento de empregos, das inovações, da produtividade e do alcance do necessário crescimento econômico.
Passou da hora de separar o joio do trigo, de inverter os incentivos para o “andar com as próprias pernas”, ao invés da nefasta “dependência planejada”! Os brasileiros do bem e aqueles que produzem, não suportam mais financiar à ideologia do fracasso, o populismo e a incompetência estatal, via um assistencialismo ideológico e contraproducente.
Chega de intervencionismos baratos, do incentivo à cultura da dependência, e da gastança inconsequente do dinheiro dos reais criadores de empregos e de riqueza. Definitivamente, o foco nacional deve ser colocado na geração de empregos sadios, na geração de novas ideias e inovações, e no vital incremento da produtividade nacional.
São esses fatores que induzem a verdadeira solução para a redução dos níveis de pobreza.
É o crescimento econômico, estúpido!