Esta semana, o Rio Grande do Sul terá a oportunidade de iniciar o processo de reconstrução do Estado. A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa para votar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal pode não ser a única, mas é a oportunidade real para iniciar um já atrasado processo de enxugamento estatal. Uma medida prioritária para a saúde financeira do RS e das milhares de famílias de servidores públicos que sonham em ver os seus salários em dia.
Mas, afinal, porque ainda há dúvidas sobre a aprovação da proposta? A quem interessa inviabilizar o pagamento do funcionalismo ou o retorno dos investimentos em infraestrutura, saúde e segurança? A quem interessa não permitir que o governo venda estatais que só trazem prejuízo aos cofres públicos e a cada um de nós? Em suma: a quem interessa impedir o progresso do Estado? Deputados, não podem ser os senhores.
É hora de deixar de lado as guerras políticas que têm acumulado perdas para todos nós. As disputas ideológicas apenas nos levaram para trás. Olhem o exemplo do nosso estado vizinho, Santa Catarina. Unido, não para de avançar.
Chega de colocar os interesses partidários e corporativistas acima dos interesses de todos os gaúchos. Nós merecemos a chance de ir adiante e de ter o nosso orgulho de volta. Merecemos resgatar a autoestima que nos foi tirada com anos de descaso e irresponsabilidades com a coisa pública.
Não por acaso o Rio Grande do Sul é um dos estados mais endividados do Brasil, beirando a falência. A culpa é de todos nós, que permitimos que o Estado chegasse a este ponto de descontrole fiscal. É também dos senhores, pois cabe ao Parlamento, além de legislar, fiscalizar as ações do Executivo.
Já tivemos vários governos, de diversos matizes, que não conseguiram resolver o desequilíbrio financeiro. Alguns, inclusive, o agravaram. É hora de dizer basta. O projeto de privatização da CRM, Sulgás e CEEE – esta com um passivo trabalhista que beira o abismo – é a oportunidade que temos para iniciar um longo projeto de reestruturação do Estado.
Se a questão for política, lembrem: votar contra o projeto dessa gestão será votar a favor da inviabilização do mandato dos próximos governos, sejam eles quem forem. Um futuro promissor para o Rio Grande, para nossas empresas, para nossos jovens e filhos, deve começar a ser construído agora. Depende dos senhores.