DEBATE – FESTIVAL DE MENTIRAS
Enio Meneghetti
Dilma foi ao debate de ontem depois de exaustiva preparação para responder ao tema da corrupção, especialmente o mega escândalo da Petrobrás.
Lá pelas tantas, Aécio disparou:
- Todos nós, brasileiros, acordamos a cada dia surpresos com novas denúncias. Em relação à Petrobras é algo absolutamente inacreditável. Eu vi um momento apenas de indignação da candidata ao longo de todo esse período em que essas denúncias sucessivas chegaram aos brasileiros. Foi no momento em que houve o vazamento de alguns depoimentos nesses últimos dias. Não vi a mesma indignação em relação ao conteúdo desses vazamentos.
Dilma atrapalhou-se:
- A minha indignação em relação a tudo o que acontece, inclusive no caso da Petrobras, é a mesma de todos os brasileiros. A minha determinação de punir todos os investigados que sejam culpados, os corruptos e os corruptores, é total.
Deslavada mentira. Ela não agiu ao tempo em que devia ter agido para desmontar o esquema instalado na Petrobrás. Depois da prisão de um diretor, o caso está com a Polícia Federal que - ao contrário do que ela costuma insinuar - não age e nem poderia agir a mando dela.
O caso hoje está na alçada do Ministério Público e do Judiciário, que enquanto formos uma democracia, não são e nem poderiam ser subordinados ao Executivo. Dilma não apita mais nada neste tema. Está fora de sua alçada constitucional, ao contrário do que tenta fazer parecer a cada vez que é encostada na parede com esse enorme "malfeito" de seu governo.
Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobrás, pivô do escândalo e seu principal operador, prestou depoimento público à Justiça Federal na semana passada. E o conteúdo foi divulgado corretamente, dentro da lei, e não “vazado” como Dilma quer fazer parecer.
Paulo Roberto foi nomeado por Lula. E seguiu no posto no segundo ano do mandato de Dilma. É ladrão confesso, "arrependido" somente porque comprometeu a própria família no embroglio. Usou o nome das filhas e genros nas maracutaias para esconder o dinheiro roubado. Só por isso abriu o bico. Em troca de redução da pena e alívio para seus familiares. Entregou tudo para a Polícia Federal e o Ministério Público. E como parte desse acordo, está restituindo R$ 70 milhões, seu quinhão no dinheiro roubado.
Na ata da Petrobrás onde foi registrado seu pedido de demissão - dele, e não exoneração de Dilma - estão oficialmente consignados, os agradecimentos pelos relevantes (!!!) serviços prestados a Petrobras.
Confrontada com isso, Dilma tentou se esquivar:
– Eu tenho uma vida toda de absoluto combate à corrupção e de nenhum envolvimento com malfeitos.
(Puxa, será que aqui caberia um pergunta sobre o cofre do Ademar de Barros?)
– Quero dizer ao senhor que, quando este diretor foi demitido, o Conselho da Petrobras não sabia dos atos. Ele foi demitido em abril de 2012. E os fatos estão ocorrendo, graças ao meu governo e à minha investigação.
“Graças a minha investigação!” – não é incrível? Ela parece acreditar mesmo nessa lorota!
Quanto à investigação, esta ocorre à revelia e ao pavor de Dilma e do PT.
Ou será que ela não conhece o conceito da separação entre os poderes?
Alguém precisa avisar dona Dilma, que os três poderes que formam o Estado – Legislativo, Executivo e Judiciário – atuam (ou deveriam, no caso dela) separadamente. Avisar inclusive que que essa separação deveria ser “harmônica”.
Mas como talvez o ex-Ministro do STF, Joaquim Barbosa, poderia atestar, nem sempre essa harmonia se faz presente… Ou mesmo Gilmar Mendes, que foi peitado por Lula para que “aliviasse” no julgamento do mensalão….
Será que esses petistas tem dificuldade de compreender que o objetivo dessa secular separação é justamente evitar que o poder concentre-se nas mãos de uma única pessoa, um títere, para que não haja abuso, como o ocorreria em um Estado totalitário, bolivariano, ditatorial?
Mas dona Dilma já deu demonstrações práticas que tem dificuldade para conviver com as idéias democráticas.
A edição de seu Decreto 8243, assinado em 25/05/2014, onde tenta mudar totalmente o regime de governo do Brasil é demonstração cabal disso.
O texto do decreto estabelece a Política Nacional de Participação Nacional e o Sistema Nacional de Participação Social, com conselhos e comissões de políticas públicas – a serem escolhidos a dedo e nomeados pelo governo – para decidir sobre qualquer tema e perpassando os Três Poderes, tendo o mesmo poder do Legislativo. Qualquer semelhança com os sovietes da Rússia de 1917 e que começaram a União Soviética, levando aos crimes mais brutais e escabrosos que se conhece.
Também da mesma forma, o atual governo descumpre a Constituição ao destinar a países estrangeiros (vide Porto de Mariel em Cuba, etc) volumes colossais de dinheiro a fundo perdido que fazem falta ao Brasil.
http://eniomeneghetti.com/2014/03/17/emprestimos-ilegais/
A veia totalitária está ai para quem quiser ver.
Que cacoete, dona Dilma!