Alex Pipkin, PhD
Também sou consultor empresarial. Fui executivo durante 30 anos, assumindo cargos de diretoria executiva. Sou Mestre e Doutor em Administração. Estudei e tenho alguma experiência pragmática nas questões de negócios e gestão empresarial.
Certa ocasião, em situação de consultoria, após trabalhar com uma organização, recomendei aos seus diretores, um realinhamento de foco estratégico, aproveitando as competências essenciais distintivas do negócio, a fim de que fosse criado um negócio “paralelo”, complementar, mas diferente do existente. Meu diagnóstico estava embasado em argumentos sólidos.
Acontece que uma outra pessoa desta empresa, dita especialista em gestão, apontou que meu projeto era muito bom e sensato, porém “muito inovador” para aquela organização. Objetivamente, era ousado e, assim, desnecessário.
Passado menos de um ano de minha orientação, tal empresa estava minguando em termos de clientes e do essencial faturamento. Tendo a acreditar que tal “especialista”, talvez não tivesse tanta experiência de mercado, além de não ser afeito a “correr riscos calculados” e, decerto, como a recomendação vinha de um outro consultor, essa diferia de sua opinião quanto às necessidades da empresa em questão.
O “especialista” interno se achava melhor do que efetivamente era e, portanto, estava contaminado de dose cavalares de ego e de vieses cognitivos. Ninguém gosta de admitir a própria insciência. O sujeito parecia ser bem-intencionado, mas “o novo” proposto por mim, não se encaixava na sua habitual caixa de ferramentas. Daí, portanto, os preconceitos. Ele, similarmente, não seria o pai da criança…
Inclino-me a dizer que o ser humano pensa que dispõe de controle de todas as situações, e que detém um amplo conhecimento das temáticas, com base em alguma ou em algumas experiências bem-sucedidas.
Não me preocupei em saber de seu currículo. Eventualmente, um mestre que anda lendo uma série de periódicos científicos, que pesquisam e concluem sobre temas para que eles próprios se auto elogiem, mas que, de fato, não possuem nenhuma relevância e real impacto para as arenas e problemas dos mercados reais.
Neste sentido, para além dos temas de pesquisa risíveis, você já viu algum pesquisador/pesquisa afirmar que todas as suas hipóteses estavam equivocadas? Eu não, porém, como seria salutar se existissem tais ocorrências!
Grande parte daqueles que são chamados de “especialistas”, desejam apenas confirmar aquilo que já sabem, negligenciando as abissais partes daquilo que não sabem. Tal viés os impede de pensar e questionar sobre todos os ângulos possíveis de uma determinada problemática. E os especialistas nas questões sociopolíticas, então?
Não denominaria de especialistas, quase sempre são apologistas de uma causa - própria. Eles defendem aquilo que conhecem e que servem aos seus propósitos. Para todos e tudo aquilo que vai de encontro a sua “verdade”, e aos seus objetivos, opera de forma avassaladora a dissonância cognitiva - não científica!
Como me fazem rir os “especialistas” da grande mídia, manipulando, distorcendo, omitindo, e mentindo sobre uma série de assuntos, a fim de cumprirem com suas agendas e interesses. Esses não agregam fatos e evidências, desejam apenas “formatar a sua cabeça”. Uma vez que a massa possui pouco discernimento das temáticas em pauta, acaba confiando nesses especialistas que advogam em causa própria.
Tenham em mente que no genuíno mundo científico, fora dos “clubes acadêmicos ingleses”, em que os ditos especialistas amaciam seus próprios egos e vaidades, os cientistas, sistematicamente, perguntam e criticam as temáticas, uns dos outros, para que, objetivamente, a “melhor verdade” naquele momento, sobreponha-se.
Ironicamente, a turma sectária esquerdista, afirma que não se pode criticar e desacreditar a “ciência”. Porém, aquilo que não se pode questionar, não me parece ciência com “c” maiúsculo, é factualmente religião. Posto de modo diferente, sectarismo ideológico.
Minha recomendação é a de que nos amplos e variados temas da vida social e empresarial, sempre fará bem à saúde física, mental e financeira, consultar mais de um dos denominados especialistas.
Não confie cegamente na visão de um único especialista. Busque outras opiniões, pesquise, e utilize sua própria massa crítica. Será prudente e saudável. Não há ninguém no plano terreno que seja detentor de todas as respostas! Isso é certo. Talvez Ele…
De volta ao tema empresarial que mencionei inicialmente, o “especialista interno”, convicto de seus conhecimentos - e causa -, estava objetivamente errado. Evidente que ele não me procurou para se desculpar do seu “lapso”. Seria um sinal de debilidade, horroroso para o seu ego e autoestima. Sem problemas, eu compreendo.
Sugiro, novamente, que você seja cético, ou seja, não confie cegamente em todos os “especialistas” e, claro, não confunda a confiança desses com conhecimento e experiências robustas.
O grande Thomas Sowell sempre nos subsidia com suas seminais reflexões. Neste contexto, Sowell afirma: “Considerando quão frequentemente, no decorrer da história, até mesmo pessoas inteligentes se provaram equivocadas, é incrível que ainda haja pessoas que estão convencidas de que a única razão por que é possível que alguém diga algo diferente daquilo em que elas creem é a estupidez ou desonestidade”.
Como não somos especialistas em uma série de assuntos, parece-me um sinal de inteligência estar alerta para os vieses de tais “especialistas” tendenciosos, advogados de suas próprias causas e interesses.