Alex Pipkin, PhD
Eu realmente não lembro de como comecei a andar de bicicleta. O fato é que aprendi e que curtia muito andar de bicicleta. Lembro de meus tempos juvenis em Capão da Canoa, no litoral. Andar exige uma certa habilidade que “está em nós”, naturalmente.
Possuímos a capacidade de relacionar partes separadas como peças integrantes de um todo. Como seres pensantes, conseguimos organizar informações em uma determinada ordem. Temos uma imanente memória processual que nos faz pedalar e se equilibrar numa bicicleta.
Natural como andar de bicicleta é o processo que se estabeleceu entre indivíduos, que passaram a colaborar, voluntariamente, para descobrir, identificar e produzir bens/serviços, a fim de satisfazer às necessidades humanas. Singelo. Foi assim que surgiu a economia de mercado, ou como queiram, o sistema econômico capitalista. Tal sistema foi simplesmente acontecendo, não sendo criado por nenhuma mente superior.
A interação entre as pessoas foi quem deu origem a ordem espontânea que gestou as relações de mercado. Surgiu, basicamente, das habilidades e das qualidades dos seres humanos. Não foi fruto de uma engenharia social, imposta de cima para baixo, a fim de influenciar atitudes e comportamentos sociais, visando a manobrar uma massa de indivíduos.
Verdadeiramente, é o engodo socialista que impõe regras anti-naturais, na busca esquizofrênica de tornar indivíduos com habilidades e atitudes distintas, em seres humanos “iguais”, algo completamente bizarro e impraticável. Espontaneamente, foi o criador que gerou as “desigualdades humanas”, não os ricos exploradores, como querem fazer crer os (des)humanistas colorados. Logicamente, opõe-se a nossa natureza e as nossas necessidades, desejos e planos de vida, esses amplos e variados.
As regras do sistema capitalista foram emergindo do caos, dessa ordem espontânea, resultando, ao cabo, numa ordem que originou uma série de instituições que fomentaram às relações de mercado.A economia de mercado, para quem desconhece, parte do pressuposto de que as pessoas são livres para perseguirem seus próprios interesses e objetivos individuais, diferentes por natureza. Mesmo distintos, acabam reverberando em benefícios individuais, como também, para todos os demais membros de um tecido social. De forma interessante, mesmo que isso não seja intencional!
Desde que os mercados sejam livres, com incentivos institucionais que os promovam, sem o avassalador intervencionismo estatal, as pessoas se sentirão motivadas a investir e a empreender num processo de melhoria contínua, buscando identificar formas melhores, mais rápidas, com menores custos, com maior conveniência, enfim, inovando em processos, produtos, serviços e experiências, que melhor satisfaçam as necessidades e os desejos dos consumidores e da sociedade como um todo. São tais inteirações humanas naturais, que encaminham o crescimento econômico e a melhoria dos padrões de vida.
Os apedeutas progressistas do atraso desejam o fim do capitalismo “comedor de criancinhas”. Pensam que o fundamental crescimento econômico surja das árvores. Aludem sempre a velha e surrada ladainha da exploração dos donos do capital em relação aos fracos e oprimidos trabalhadores.
Somos diferentes e nem todos serão empreendedores e donos do seu negócio. O que importa, de fato, é que foi por meio das relações de mercado, das liberdades individuais e econômicas, que milhões de indivíduos deixaram a miséria, passando a ter um padrão de consumo digno de reis medievais.
Pela força das liberdades, os “capitalistas avarentos” propiciaram o aparecimento de bens e serviços que resolvem melhor os problemas das pessoas, especialmente, daqueles mais pobres. Os pobres de hoje possuem geladeiras, televisões, telefones celulares e vestimentas adequadas, indisponíveis sem a “mágica” capitalista. Sem falar nos avanços “capitalistas” da redução da mortalidade infantil, dos medicamentos, do nível de alfabetização, graças aos avanços tecnológicos.
Mas a praga e a utopia marxista persiste. As relações de trabalho são muito distintas daquelas previstas, equivocadamente, por Marx. Hoje os sistemas de produção e emprego são totalmente diferentes e complexos, constituindo-se numa gigantesca rede global de divisão do trabalho, fruto de especializações. O mercado livre, baseado na competição, cria oportunidades maiores para que todos possam empreender e prosperar. Porém, o juíz de tais relações é o consumidor.
Neste sentido, evidente, aqueles que agregam mais valor na forma de soluções para os problemas humanos, em um processo sistemático de destruição criativa, suplantarão aqueles que não mais satisfazem os padrões desejados pelos consumidores. Natural, é assim que se elevam os padrões de vida. Os engenheiros sociais, os dos sistemas anti-naturais, que se arrogam superiores moral e intelectualmente, desejam tornar todos iguais, claro, na pobreza! Os caridosos, da sinalização de virtude, pseudo-altruístas, negligenciam que estão nos mercados livres, como comprovado, a grande solução para, não só a pobreza, como também para a miséria, inclusive da dignidade humana.
A trupe rubra crê que todos serão bem alimentados pela “dieta do sol”.
São as liberdades individuais e econômicas - nos mercados - as alavancas para a criação de riquezas para todos. A cura da pobreza advém das liberdades, de uma democracia distinta da cleptocracia vermelha, verde-amarela, de um Estado de Direito factual - não da ditadura da toga. Qualquer semelhança é mera coincidência.
São as liberdades individuais e econômicas aquelas que aproximam as pessoas, e as fazem prosperar, ao invés do anti-natural planejamento central coletivista.
Naturalmente, os brasileiros seriam muito mais felizes e prósperos, se os coletivistas do mal não atrapalhassem - a fim de expropriar as riquezas geradas pelas pessoas e empresas -, e deixassem os pobres de Macunaíma, definitivamente, livres.
Permitam que a humanidade faça seu trabalho. Difícil, mas singelo.