• Carlos Biedermann
  • 24/12/2015
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A HORA É AGORA

(Publicado originalmente em Zero Hora de 23/12/2015)

Os deputados gaúchos estão diante de uma oportunidade histórica de mudar o rumo da gestão pública nos próximos dias. Estará em votação a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, quando uma série de limites serão impostos para o aumento do gasto público. A sociedade gaúcha e brasileira não aguenta mais pagar com seu suor impostos escorchantes com um retorno insatisfatório e desproporcional ao seu custo. Os serviços prestados pelo Estado do Rio Grande do Sul aos seus cidadãos estão muito abaixo do que poderiam e deveriam ser. O Estado precisa reduzir, drasticamente, suas despesas e melhorar em muito os serviços que presta. Isto é uma contradição? De forma alguma. Muito tem se visto na iniciativa privada empresas excelentes reduzindo custos e melhorando seus produtos e serviços. Aquelas que não fazem, quebram. O Estado não pode fazer o mesmo?

Bem sabemos que os imensos privilégios que foram obtidos pelas mais diversas categorias levaram a esta situação que vivemos. Aposentadorias precoces, as mais variadas licenças, algumas abusivas, auxílios vitalícios para herdeiros, e pior, a estabilidade, minam significativamente a possibilidade de fazer um Estado eficiente.

O que justifica que existam duas categorias de cidadãos? Os funcionários públicos com aposentadoria integral e os da iniciativa privada com valores tão baixos. As contribuições durante a vida produtiva são tão diferentes? Não são. É preciso corrigir estas distorções. Nada as justifica. O país precisa mudar o sistema de previdência, sem o que não haverá Estado, nem cidadãos com capacidade de pagar tais privilégios. O nosso Rio Grande do Sul foi o primeiro a deixar transparecer o esgotamento do modelo. A elevada carga tributária está sufocando todos nós, limita a criação e o desenvolvimento de negócios, a geração de empregos e o empreendedorismo para manter o status de uma máquina ineficiente e perdulária. A Lei de Responsabilidade Fiscal é um pequeno passo para limitar, minimamente, o aumento absurdo de gastos.

Nossos deputados terão a opção: ou ficam ao lado do Rio Grande e assumem uma posição de estadistas que pensam num futuro melhor para todos, ou ficarão, como têm ficado, num populismo de curtíssimo prazo e que tem nos levado ao absoluto estado de falência em que nos encontramos.

Vamos mudar o rumo do Rio Grande do Sul?