(Originalmente publicado em http://rodrigoconstantino.com/)
O que dizer? Apenas que era preciso ter estado lá, com o povo brasileiro, reunido por um país melhor, contra o governo mais incompetente e corrupto de nossa história. Não tinha como ficar de fora disso, e estou muito feliz por ter vindo direto da Flórida “só” para essa manifestação. Foi incrível. Foi fantástico. Foi lindo de ver.
A energia nas ruas, a esperança renovada, famílias inteiras, crianças, idosos, jovens, todos juntos num protesto apartidário e pacífico, o que dá um nó na cabeça dos petistas. Eles não sabem o que é isso. Nunca entenderam o conceito de patriotismo e de civilidade. Não é de sua natureza golpista e revolucionária.
Carlos Andreazza, editor da Record, resumiu bem a situação de perplexidade dos petistas:
Para quem sempre teve o domínio dos protestos de rua, compreendo que seja difícil assimilar a derrota monumental de ontem. Foi golpe mesmo. A maior manifestação pública da história do Brasil não foi sua. É duro. É um tremendo baque narrativo. Mas é do jogo.
Sei que o repúdio à figura do político tradicional de qualquer partido – Aécio e Alckmin foram hostilizados, entre outros – causa-lhe curto-circuito. Mas é o que é: quem foi às ruas ontem não tem compromisso seletivo; não tem compromisso de defender Fulano, Sicrano ou Beltrano. Este compromisso – eletivo – é seu. Vire-se com ele. Cada um tem a jararaca que merece. Enrole-se com ela.
Tenho clareza sobre o fato de que a exploração cafajeste da imagem de uma família com babá – trabalho regulamentado e recolhedor de impostos como o meu e (espero) o seu – é reação representativa do desespero de uma constatação: você sabe que elite nenhuma no mundo reúne milhões de pessoas nas ruas; você sabe que a conta não fecha.
Você sabe…
Foi o povo brasileiro.
O povo brasileiro, esse ilustre desconhecido dos petistas, que transita apenas em seus discursos, nada mais. Algo mudou: o PT não tem mais as ruas, não tem mais nada além dos vendidos, da gangue da mortadela. Até a classe artística, que outrora fez tanta campanha pelo “partido”, mudou. Suzana Vieira estava lá, eu vi, assim como Márcio Garcia, entre outros. No passado, vejam quantos deram seu apoio a essa ilusão furada chamada Lula:
Muitos ainda continuam defendendo o indefensável, ou calados, com vergonha. Mas não é mais algo “descolado” defender Lula, uma “estrela que brilha”. O que brilha em Lula é todo o ouro que ele roubou. E não venham dizer que ele mudou no poder; ali ele foi apenas revelado. Seus defensores é que se iludiram e quiseram acreditar numa farsa, pois era charmoso, romântico ter o ex-metalúrgico com discurso populista como mascote. São os que defendem o PSOL hoje.
O PT joga tão baixo que até no horóscopo da Folha de domingo ele se meteu, por meio de Bárbara Abramo (o nome diz tudo, o mesmo da fundação do partido). Foi algo tão escancarado que impressiona. Todos os signos tinham como recomendação afastar o leitor das manifestações, incentivando os leitores a permanecer em casa, no campo, no cinema, longe de emoções e gente.
Vão todos na mesma linha de desincentivar “atividades improvisadas”, de evitar o “emocional coletivo” que “anda teimoso” com “fantasias”. É simplesmente absurdo! Parece até que Verissimo voltou a escrever horóscopos. Essa Falha de SP…
Por falar no maior jornal do país, “golpista” segundo o PT, seu instituto de pesquisas, Datafalha, cometeu genocídio: eliminou um milhão de brasileiros! Diz que foram 500 mil na Av. Paulista, e basta olhar a capa do Estadão para ver o absurdo:
Um mar de gente! Uma multidão impressionante! O MBL contratou empresa israelense especialista no assunto e sua contagem deu 1,4 milhão. Ou seja, o Datafolha sumiu com um milhão de paulistas patriotas! A revolta do povo com a classe política está evidente, e a imprensa será a próxima vítima, se continuar assim.