FUNCIONÁRIA DA SECRETARIA DE SEGURANÇA DO DF LIDERA INVASÃO NA UNB
Redação do Diário do Poder
A secretária de Segurança Pública do DF, Márcia de Alencar, e o Governo do Distrito Federal vão ter muito o que explicar sobre a servidora comissionada da pasta Thaynara Melo Rodrigues. A jovem de 22 anos é coordenadora de Articulação Institucional, da Subsecretaria de Segurança Cidadã, da SSP, e ao mesmo tempo lidera invasões em escolas públicas do DF. Thaynara foi uma das militantes que coordenou a ocupação na Universidade de Brasília (UnB), mesmo sendo uma das responsáveis pela implantação dos Comitês de Paz nas Escolas.
Thaynara foi nomeada em 22 de abril e recebe remuneração de R$ 5.855,82. Uma das atribuições de Thaynara, segundo a secretaria, é “prevenir conflitos no ambiente estudantil e promover a interlocução entre alunos, direção de escolas e órgãos públicos”. Mas parece que não é isso que ocorre, pois por causa das escolas invadidas cerca de 280 mil brasilienses não fizeram o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) este ano.
Nas redes sociais Thaynara não esconde que trabalha no governo socialista de Rodrigo Rollemberg, muito menos que está nas ocupações, conforme divulgou o site GuardianDF. Posta tudo em seus perfis, sobretudo dos atos na UnB. Em um post de 1º de novembro (uma terça-feira à tarde), Thaynara publicou uma foto no Facebook com os dizeres "agora a UnB acordou. Vem ocupar com a gente!"
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e o GDF disse que tem conhecimento da participação da funcionária exercendo funções de ocupação de escolas, incluindo a UnB. E se limitou a dizer que "vai apurar o caso".
Diante das invasões em curso no país, é oportuno lembrar o exemplo e a vitória de Thompson Vitor e sua família no ano passado. O Brasil precisa de bons exemplos e não de marionetes agitando cordéis.
FILHO DE CATADORA DE LIXO - 1º LUGAR NO IFRN
Fernanda Zauli, Do G1 RN
Aos 15 anos de idade, Thompson Vitor já se considera um vitorioso. Ele foi o 1º lugar geral no exame de seleção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e vai cursar Multimídia em 2015. Obter a nota mais alta na prova teve um gosto especial para o garoto. A mãe dele é catadora de lixo e o pai trabalha fazendo salgados. Nenhum dos dois concluiu o ensino fundamental.
A família de Thompson mora em uma casa simples no Paço da Pátria, na Zona Leste de Natal. O garoto estudou na Escola Freinet como bolsista durante todo o ensino fundamental. "Fiquei muito feliz. Foi uma superação. Eu me dediquei e consegui", diz ao G1.
Para se dedicar apenas aos estudos, o garoto muitas vezes teve que contrariar a vontade dos pais que, segundo o próprio, queriam que ele trabalhasse para ajudar a família. "Eles querem que eu tenha um trabalho cedo. Eu sempre falo que eu preciso me dedicar aos estudos. Eu até ajudo minha mãe no trabalho dela, mas desde que não atrapalhe meus estudos", acrescenta Thompson.
É por eles também que o garoto pretende priorizar os estudos enquanto puder. "Eu tenho muito orgulho dos meus pais. Sei o quanto eles sofreram para me criar. Não só a mim, mas também meus irmãos. Eles superaram as adversidades da vida, os problemas financeiros e abriram mão de seus momentos de prazer pra cuidar de todos nós com amor e zelo. Eu quero ser o orgulho da família", afirma.
A aprovação no IFRN parece ser apenas o começo para o menino que sonha em melhorar a vida da família. Após o curso de Multimídia, o sonho é fazer faculdade de Direito e se tornar advogado. "Eu acredito que o mercado de trabalho hoje está muito restrito a pessoas com qualificação. Através do IFRN, conseguirei ao mesmo tempo estudar as disciplinas do ensino médio e me qualificar profissionalmente através do ensino técnico. Eu pretendo concluir o curso de Multimídia, fazer a prova do Enem e ingressar na UFRN para cursar Direito", ressalta.
LAMENTÁVEL! CLÁUSULA DE BARREIRA CHEGA NA CÂMARA E BATE NA TRAVE...
(Com matéria do UOL)
A reforma política aprovada em primeiro turno no Senado terá dificuldades para avançar quando chegar à Câmara. Parte da Casa rechaça a proposta e já articula para engavetá-la. Deputados dizem que para aprovar a medida vão promover mudanças significativas no texto. O principal ponto de insatisfação é a cláusula de barreira, que, na prática, pretende limitar o número de partidos no País.
Deputados afirmam que a proposta vai limitar a representatividade, em especial a dos partidos pequenos, e reclamam que grandes legendas culpam os "nanicos" pela dificuldade em se obter a estabilidade política. "As mazelas da política não estão localizadas nos partidos pequenos. É falsa a ideia de que os pequenos dificultam a governabilidade", disse o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA). A legenda, com 11 deputados, vai trabalhar para barrar a reforma. Na avaliação de Almeida, a proposta cria deputados "de segunda e terceira categorias".
O PCdoB não estará sozinho. O PT, que originalmente era a favor da cláusula de barreira e do fim das coligações, já admite rever sua posição. "Na bancada é muito forte o respeito ao PCdoB, à Rede e ao PSOL. Isso vai ser rediscutido porque a mudança do cenário é muito brusca", afirmou o líder Afonso Florence (BA).
COMENTO
Cláusula de barreira não é discriminação. É racionalização. O PCdoB, para tomarmos o exemplo destacado na matéria acima, fez 1,1% do eleitorado brasileiro na última eleição e nunca foi maior do que isso. Nas últimas décadas, foi um apêndice do PT. Por estar comprometido em programa e militância com um regime totalitário sequer deveria ter registro entre os partidos políticos brasileiros. Em seu programa, lê-se:
25. O Partido Comunista do Brasil – organização política de vanguarda da classe operária e do povo trabalhador, apoiada na teoria revolucionária marxista-leninista – empenha-se em conjunto com outras organizações e lideranças políticas avançadas, pela vitória do empreendimento revolucionário.
Atualmente existem 35 partidos políticos registrados no país, sendo que 28 têm representação no Congresso Nacional. Outras 29 novas siglas estão com processos em tramitação no TSE. Não existe tal quantidade de "minorias" buscando representação política. Nem estão esses partidos atrelados a quaisquer minorias. O que todos querem é acesso ao Fundo Partidário e a tempos de TV (também conversível em moeda sonante nas campanhas eleitorais).
Siglas com representação inexpressiva deveriam abrigar-se como correntes nos partidos significativos. Quanto maior o número de legendas, maior o de candidatos e maior o custo das disputas eleitorais. Isso para não falar nos custos dessa representação nos parlamentos e nos embaraços que acarreta para a atividade parlamentar.
MALUF, RÉU SECRETO NO STF HÁ 15 ANOS, SEM JULGAMENTO
Uma ação penal fruto de investigação iniciada há mais de 15 anos, tendo sido um dos casos de grande repercussão em São Paulo nos anos 2000, continua sem decisão final do Supremo Tribunal Federal e longe dos olhos do público.
O personagem do processo é o ex-prefeito e hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), alvo de uma das seis ações penais, do grupo total de 84 em andamento, que tramitam cobertas por segredo de Justiça no STF, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Na prática, Maluf é um réu secreto, pois no sistema de acompanhamento processual do Supremo seu nome não aparece relacionado ao processo, apenas suas iniciais.
O caso secreto trata de fatos revelados em agosto de 2001: movimentações milionárias em paraísos fiscais. Na época, Maluf enfrentou investigação do Ministério Público de São Paulo, que levou à quebra de seu sigilo bancário em 2002. Em 2006, contudo, ele foi eleito deputado federal e, com o foro privilegiado, o caso seguiu para o Supremo.
COMENTO
Como podem servir à justiça uma tal omissão, uma tal tolerância, uma tal leniência? Até quando teremos que conviver com tamanho estímulo à corrupção pela intransponível porta da impunidade.
(FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO)
PÉROLAS NOSSAS DE CADA DIA
Percival Puggina
Encontradas na edição deste fim de semana de Zero Hora (ZH)
Ricardo Berzoini (pag.11 de ZH)
"Foi péssimo o resultado da eleição municipal, seja por ataques que recebemos, seja por erros que possamos ter cometido."
Não é saborosa a engenharia da frase? O resultado eleitoral foi péssimo para o PT porque suas posições foram atacadas pelos adversários e por erros que os petistas investidos de poder "possam ter cometido". O que, do início da frase ao seu ponto final, não reconhece erro algum.
Raul Pont (pag. 12 de ZH)
"O resultado eleitoral (pleito de 2016) é fruto de dois processos paralelos: um é a criminalização dos partidos e o massacre do PT. Outro é que as políticas do governo Lula sempre foram discutidas e contestadas no partido pelas alianças que foram feitas."
"Criminalização" é a palavra que o PT usa com o intuito de inverter o jogo e criminalizar qualquer um que aponte os delitos praticados por membros do partido ou por movimentos sociais sob sua proteção. Raul Pont também quer dizer que o PT é bom, e que quem não presta são os parceiros das alianças que fez.
Sociólogo Emil Sobottka (pag. 12 de ZH)
"A corrupção fere algo muito importante para o PT que é a ética. Basta olharmos o suporte petista, que vem de intelectuais, classe média, movimentos sociais, Igreja, para quem a questão ética é fundamental".
Ora, é bem o contrário. A frase tenta apropriar para o PT uma presumível preocupação ética dos segmentos que menciona. O PT, por si mesmo, não evidenciou cuidados éticos. E continua, pela falta de qualquer retratação, como se observa nas frases acima, não os evidenciando.
Flavio Tavares (pag. 33)
"A votação de Marchezan (prefeito eleito) foi inferior ao número dos que se recusaram a escolher um candidato".
Essa frase é um diagnóstico de nada. O que aponta não é incomum, expressando insatisfação com a política. O eleitor que lava as mãos não aprova nem desaprova nominalmente qualquer dos candidatos, simplesmente lava as mãos, cala e consente. A maior parte, dentro de alguns meses, talvez sequer lembre como votou... O fato importante desta eleição em Porto Alegre é que saíram simultaneamente derrotados o PT, que ficou fora do segundo turno, e o continuísmo através do PMDB.
RESUMO DA ÓPERA
Ruy Castro
(Publicado originalmente na Folha)
Bob Dylan foi o 385º Nobel ganho pelos EUA desde a instituição do prêmio, em 1901. Os EUA são, disparados, o país que mais levou o Nobel, mais do que os conquistados pelos cinco países seguintes —Reino Unido, Alemanha, França, Suécia e Rússia— somados. Claro que, se até Bob Dylan já ganhou um Nobel, pode haver outros americanos duvidosos nas demais categorias. Mas é inútil. Eles são tantos, em física, química, medicina, literatura, economia e até no da paz, que, na maioria dos casos, o Nobel deve ter acertado.
E não é só no Nobel que os americanos exorbitam. Segundo um ranking respeitável, 13 das 15 melhores universidades do mundo estão hoje nos EUA - as outras duas, Oxford e Cambridge, na Inglaterra, são a sexta e a sétima. A primeira, Harvard, em Massachusetts, foi fundada em 1636, quando os EUA, ainda colônia, eram habitados quase que exclusivamente por búfalos.
Na área das invenções em qualquer departamento, é duro competir com eles. De 1830 para cá, metade do que se apresentou de importante no mundo saiu dos americanos —do alfinete de fralda às impressoras rotativas, a metralhadora, a calça jeans, a gilete, o arranha-céu, a reportagem, o e-mail, o mouse, o touch screen. Uma ideia levava à outra: o mesmo sujeito que inventou o chicletes, Thomas Adams, inventou a máquina para vendê-lo, bastando enfiar uma moeda. O inventor da cadeira elétrica foi um dentista, Alfred Southwick, que teve um cliente eletrocutado por acidente em sua cadeira no consultório. E por aí vai. O que eles não inventaram, como a lâmpada elétrica, o cinema e o avião, apoderaram-se.
Sem falar no que devemos a seus humanistas, juristas, médicos, atletas, músicos, filantropos.
O incrível é tudo isso ter acontecido para, de repente, a vida se resumir a Hillary Clinton vs. Donald Trump.