DILMA E COLLOR, NASCIDOS UM PARA O OUTRO
Percival Puggina
O Diário do Poder noticia que a presidente afastada Dilma Rousseff "recebeu ontem à tarde, por mais de duas horas, uma visita do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL), no Palácio da Alvorada. A conversa foi reservada e, segundo pessoas próxima a Dilma, o senador a solicitou. Apesar disso, a abertura de Dilma faz parte de uma estratégia na reta final do impeachment para tentar reverter votos a seu favor".
Dificilmente uma pessoa "próxima a Dilma" dirá que o encontro e a longa conversa foram ideia dela, mas fica difícil imaginar Collor solicitando audiência com a presidente afastada. E mais do que afastada, senhora absoluta, tão somente, de um futuro que tiraria o sono de qualquer pessoa em estado de consciência. Collor partiria, sem qualquer necessidade, para um abraço de afogados? Por quê?
Mas fontes são apenas isso, fontes. Muitas vezes estão a serviço de uma causa e cumprindo um papel. O que mais vale nessa informação é o conhecimento do fato, é a foto, e principalmente é a falta de higiene que contamina as relações de poder em nosso país, mesmo quando todo mundo está de olho.
(Foto: Roberto Stucker Filho)
ORDEM E LIBERDADE
Percival Puggina
Entre as finalidades do Estado se incluem assegurar a liberdade e garantir a ordem. Não é incomum que, na mentalidade revolucionária, essas duas finalidades entrem em conflito. Segundo o interesse de cada momento, a conduta revolucionária, antissocial, considerará que a ordem estabelecida impede a liberdade (inclusive a liberdade de sair quebrando tudo ou invadindo a propriedade alheia). Impor ordem a essa liberdade vira "criminalização de movimentos sociais". No passo seguinte, instalada no poder, a mentalidade revolucionária considerará como atentatórias à ordem as manifestações por liberdade de quem a ela se opuser.
Esse paradoxo, muito recorrente na história, mostra por que a democracia, além de ser um processo, é um processo que exige adesão, tão consensual quanto possível, a determinado conjunto de valores sem os quais os fins do Estado se tornam parolagem de discurso político.
Por outro lado, a liberdade individual mantém indissociável relação com o livre arbítrio e com a qualidade das escolhas que fazemos. Sempre que o ser humano, usando da razão para suas escolhas, num espaço de liberdade, faz uma opção, essa opção envolve responsabilidade moral. Respondemos por ela perante nós mesmos em consciência, perante os demais e perante Deus.
E esse governo fanfarrão e totalitário tem apoio do Uruguai e dos petistas brasileiros para dirigir o MERCOSUL
GOVERNO VENEZUELANO LANÇA OFENSIVA CONTRA PADARIAS PARA EVITAR FILAS
(Notícias UOL)
O governo venezuelano lançou uma ofensiva de fiscalizações contra as padarias para evitar filas, que atribui a "intenções políticas", disse o superintendente nacional para a defesa dos direitos socioeconômicos, William Contreras.
Depois de inspecionar 1.900 padarias em todo o país, "continuaremos a supervisão porque chama a atenção que a recorrência de filas somente se dê em Caracas, o que nos faz pensar que há intenções políticas", declarou Contreras à imprensa local durante uma feira alimentar.
Nessa operações são aplicadas multas aos estabelecimentos comerciais e outras sanções como fechamentos temporários, caso se comprovem irregularidades.
Por sua vez, o secretário-geral da plataforma opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, criticou a ofensiva governamental.
"O governo pretende esconder as filas nas padarias, como se pudesse tapar o sol com a peneira", escreveu Torrealba em sua conta do Twitter.
Foto: Mariana Bazo/Reuters
Ele diz que não, mas foi convidado, sim, para a festa de abertura dos jogos!
LULA E A MENTIRA COMO MEIO DE VIDA
No site Diário do Poder, o jornalista Claudio Humberto faz, hoje, o seguinte relato:
O ex-presidente Lula contou uma mentira, segunda (15), ao afirmar se sentir como o personagem do filme “Esqueceram de mim”, por não ter sido convidado à cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016. A piada é boa, mas mentirosa: ele não apenas foi convidado, e por escrito, pelo Comitê Organizador, como confirmou presença na cerimônia. Depois desistiu, alegando que só iria se Dilma, a presidente ré, também fosse. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Fonte do Comitê Organizador confirma o convite a Lula e sua resposta positiva, e também aos demais ex-presidentes. Todos declinaram.
Lula contou a mentira durante discurso em ato da CUT, em Santo André (SP), só para dizer que não haveria olimpíada “se não fosse eu”.
No convite a Dilma, também por escrito, foram disponibilizados mais 16 lugares, para o caso de ela levar familiares, amigos e ex-auxiliares.
COMENTO
A dedicação do ex-presidente à mentira é um fenômeno crônico e um mal irreversível. Ele e a verdade jamais se encontram. Por isso, toda sua atividade política e toda a publicidade em torno dele é uma construção de versões que agora começam a cair por terra. Com o passar dos meses Lula se torna o mais visível exemplo de que não há mentira produzida nas oficinas da publicidade desonesta que não acabe desmentida desde os telhados.
E nunca é demais esquecer, que a mentira é o primeiro degrau da desonestidade. Ninguém chega ao topo da longa escada das desgraças morais sem ter sido, primeiro, um grande mentiroso.
FOTO: HEINRICH AIKAWA
VEJAM O QUE RECEBI DE UM LEITOR
Percival Puggina
A redação é quase ininteligível, mas dá para se ter uma ideia das curvas por onde se desloca o raciocínio de quem escreveu. Também nesse sentido é típico. Note bem: há quem faça exatamente o mesmo em bom português, dentro da sala de aula, voando numa barra de giz, com floreios de academicismo e sugerindo notas de rodapé. No fundo, porém, é a mesma coisa. Logo a seguir, minha resposta, que talvez possa interessar a meus leitores.
Professor Puggina já assisti entrevistas de entusiastas ilustres do projeto escola sem partido que defendem a subtração das disciplinas e sociologia e filosofia.. que estas deveriam ser substituídas por aulas de empreendedorismo.Será que turma do andar de cima ,tem "temor e tremor" que o populacho pense de modo livre e saia da privação mental e gregária vis necessidades?
Me arrisco em dizer que a filosofia que tem um péssimo pai : ...Grego barbudo,feio,sujo, sem dinheiro,pederasta e comunista, que com ironia provocativa ajudava a despertar os indivíduos de seu torpor mental e a maiêutica quando o vaso mental não tinha mais fissuras encontravam verdade possível e a autonomia...O velho comuna foi morto por ser contrário ao pastoreio de humano..ir contra os Deu$$e$ e corromper jovens...na verdade, foi rifado pelos corja política...tomou cicuta e pagou uma divida antes de morrer NÃO ERA SONEGADOR DE IMPOSTOS... O senhor concorda com criação de ovelhas? O senhor vai dizer: Professores esquerdistas fazem isso todo dia..Eu lhe direi que indústria cultural ,que senhor prima, é muito mais eficaz,desorienta de até jovens da famílias da mais alta estirpe.
MINHA RESPOSTA
Prezado senhor.
Assim fica difícil expor ideias e argumentar. Há uma realidade que se exibe em milhares de testemunhos, que se derrama dos cursos voltados à Educação, em especial à Pedagogia e às Ciências Humanas. Exceção a essa realidade, onde houver, talvez ocorra em alguns cursos de Economia, Comércio Exterior e assemelhados. Em tudo mais, há um persistente abastecimento de ideias, leituras e interpretações marxistas, quando não militantemente partidárias. Isso é um dado da realidade.
Contrapor esse fato à opinião pessoal de algum desajuizado, lunático ou o que seja, pretendendo substituir Filosofia por Empreendedorismo (criatura de quem nunca tive notícias!) me parece mais uma dessas piruetas intelectuais para iludir bobos. Típica argumentação de petistas e congêneres. Não me serve como "argumento" contra um projeto e um movimento como o Escola sem Partido, que tem site próprio e expõe com clareza o que pretendem seus formuladores. E ali nada disso há. Bem ao contrário, o que se quer é pluralismo e liberdade, vedado qualquer abuso do uso da cátedra para fazer cabeças (e, mais grave de tudo: esconder verdades, autores, outros relatos, outras perspectivas).
A turma "do andar de cima" a que o senhor se refere, coincide com os mais animados parceiros do PT, afogados como insaciáveis Patinhas em piscinas de dinheiro roubado do povo. Essa é a turma do andar de cima, que comandou o país durante 13 anos. O senhor confunde as coisas, talvez por saber quem são e conhecer o que fazem. Não servem para medir os brasileiros de bem, preocupados com a desconstrução, com a semeadura do ódio e com o acalanto da criminalidade, preocupados com a delirante afinidade do antigo governo com os projetos totalitários do FSP e da UNASUL, conduzidos por seus fraternos e inspirados amigos de Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bolívia, et reliqua caterva. Falando por mim e por muitos que deveriam merecer seu respeito, nós queremos acabar com a desonesta manipulação da pobreza a quem seus companheiros servem lero-lero, uma graninha miserável e circo, quando deveriam proporcionar condições ao efetivo desenvolvimento humano mediante Educação, Saúde, Saneamento e Segurança.
Quanto à indústria cultural que conheço, essa tem sido fonte de escândalos. Vive entre o Tesouro Nacional e os abaixo-assinados de apoio a qualquer manifesto esquerdista, mesmo quando coonestam execuções e prisões políticas nos governos comunistas.
Por fim, atirar-me no colo o cadáver de Sócrates só pode ser coisa de quem está de pileque. Fique sóbrio. E não volte.
NEUTRALIDADE, GÊNERO E LÍNGUA PORTUGUESA
Percival Puggina
Interrogada, a futura presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, respondeu que quer ser chamada presidente. Não presidenta. "Fui estudante, sou amante da língua portuguesa", disse ela, emoldurando um novo capítulo em que a nação parece reatar relações de amizade com o idioma nacional.
A propósito: não é engraçado? O petismo se dedica a esse minucioso trabalho de domínio da linguagem. Para seus adeptos, chamar Dilma de presidenta é um ato político ligado à ideologia de gênero e ao que denominam "empoderamento feminino". É daí que vem o dever político de abandonar o genérico masculino, levando ao "todos e todas", a "os colegas e as colegas", e por aí afora. Tudo isso é política, ato revolucionário praticado no contrafluxo do idioma. Desconstrução, in suma.
Fica inequívoco, então, o paradoxo. O esquerdismo revolucionário petista atribui gênero ao que é neutro (como no substantivo presidente e em tantos outros, aos quais se aplicam, por igual, o artigo masculino e o feminino). E, logo após, sem olhar para o lado, na mesma ideologia de gênero, atribui gênero - múltiplos, flexíveis, variados e intercambiáveis - ao que tem sexo.