Jorge Abeid, PhD
Carta de um amigo brasileiro que vive no Canadá.
Olá, Puggina!
Olha só o que acabo de experimentar.
Domingo é aniversário do nosso vizinho. Estará comemorando 40 anos, o Drew. É um vizinho muito bom. Mônica perguntou à esposa dele com o que poderíamos presenteá-lo e ela disse que o bolo de milho que Mônica faz seria muito apreciado.
Então, o bolo será feito. Mônica quer colocar sobre ele duas velas, uma com número 4 e a outra com número zero. Nós não temos em casa o tal numero 0 e lá fui, ainda há pouco, para o supermercado comprar uma lista de coisas. Entre elas o tal zero.
Estamos sob lockdown, desde anteontem, aqui na nossa província e só é permitido, nas próximas quatro semanas, o comércio de itens essenciais e, portanto, supermercados estão abertos.
Peguei os artigos da lista e tal vela com o 0. Fui ao caixa eletrônico onde o cliente, ele próprio, passa no scanner os artigos e o cartão de crédito sem nenhum funcionário do estabelecimento. Quando estou colocando o último artigo já escaneado na sacola, vem correndo um garoto e se sai com a seguinte pérola:
- Você comprou uma vela?
- Sim, já passei no scanner.
- Mas não pode!
- Como assim não pode?
-Desculpe, mas meu gerente me mandou aqui porque a vela não é artigo essencial e portanto nos não podemos vender.
- Whaaaaat ?
- Desculpe, mas eu preciso recolher a vela e lhe dar o devido desconto na sua compra.
E eu assisti o inacreditável: o garoto revirou minha sacola, tirou a vela, foi à máquina e suprimiu a vela da minha conta.
Se você não acredita que os tempos loucos estão chegando, é melhor repensar o assunto
Abraço!
Jorge Abeid.
Nota do editor: O amigo Abeid é engenheiro e empresário em Ontário, Canadá.