(Publicado originalmente em historiaexpressa.com.br)
Muito escutei nas aulas universitárias que participei. Lá se falou de tudo. Principalmente de todas as sociologias que justificam todas as supostas opressões. Há de concordar comigo, quem conhece alguma coisa sobre essas coisas, que se ignorou muito a cicrana coerência e o beltrano paradoxo de querer salvar o mundo sem saber sequer usar o banheiro. Como sei disso? Simples, fui aos diferentes banheiros dos prédios de humanas. De vários cursos e faculdades – as que têm os seus tronos pagos com impostos e até as pagas com a mais-valia.
Conto o caso que não é causo – singular apenas por circunstância textual: uma vez, no intervalo de uma fatídica aula ou em uma escapada (sempre necessária) durante alguma lição sobre alguma opressão, realmente não me recordo, mas lembro-me bem que antes de qualquer ato biológico, deparei-me com diversas imoralidades dos combatentes da moral, intoxicados de verborragias, incapazes de notar o brotar particular de seus stálins apaixonados, simbolicamente materializados em seus reparados papéis usados por todos os cantos – (alguns amarronzados), fazendo do banheiro público uma espécie de decoração de interior inspirada em qualquer DCE.
Algumas das pessoas que limpam o banheiro são negras (informação relevante apenas no tocante à hipocrisia crítica dos que criticam até a crítica). Há também, agora em tom de conclusão, coisas que se tornam quase um exagero crítico ao se mencionarem, tais como as torneiras escorrendo, portas quebradas e as sempre críticas pichações. Sobre isso nada mais quero escrever. Só quis com estas linhas dizer que os homens de pensamentos críticos merecem a crítica de tornarem o banheiro a materialização de seus pensamentos teóricos, pois, querem transformar o mundo, gritando verborragias sobre as desigualdades ou achando que as suas opiniões são relevantes, desconsiderando os seus gestos de pequenos imitadores da higiene de Mao Tsé-Tung.
Aos apressados, aponto que há banheiros de outros cursos sujos tal qual, entretanto com menos verborreia canhota.
*Professor de História