• Pe. José Eduardo
  • 01/10/2016
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MARILENA CHAUÍ E O CASO DAS BESTAS

 

A "filósofa" marxista Marilena Chauí disse no Colégio Oswald, aqui em São Paulo, que "a família é uma invenção do final do século XVIII" e, conclui: "quem sai às ruas defendendo a família é uma besta".

Pois bem, Aristóteles, 21 séculos antes do século XVIII, dizia que "essas duas primeiras associações, a do senhor e do escravo, a do esposo e da mulher, são as bases da família, e Hesíodo disse muito bem este verso: 'a casa, depois a mulher e o boi arador', porque o pobre não tem outro escravo que o boi. Assim, pois, a associação natural e permanente é a família, e Corondas pôde dizer dos membros que a compõem 'que comiam à mesma mesa', e Epimênides de Creta 'que se aqueciam no mesmo lar'".
[A Política, Livro I, Capítulo I]

-- Entenda-se "escravo", no texto de Aristóteles, como aquele que desempenha serviços inferiores de ajuda à mulher da casa. Hoje, que não precisamos mais nos servir nem de animais, esses "serviços" são muito bem desenvolvidos pelos eletrodomésticos, dos quais deve estar cheia a casa da Sra. Chauí, fanaticamente anti-capitalista.

Pois bem, vê-se que a "filósofa" não leu direito nem o início de "A Política" e, apressando-se em xingar os outros de "besta", acaba por mostrar-se ela mesma como tal.

Como dizia São Tomás de Aquino, é a família que educa o homem para a virtude, e o Estado constringe apenas aqueles que não aprenderam na educação doméstica a que aprendam por força da lei, pois, "como, dizia Aristóteles (Política, Livro I), 'embora o homem exercitado na virtude seja o melhor dos animais, quando se afasta da lei torna-se pior que todos eles'… É que, para satisfazer suas concupiscências e iras, o homem conta com a arma da inteligência, que não possuem as bestas" (Suma Teológica, I-II, q. 95, a. 1, Resposta).

É impressionante como a Sra. Chauí, num colégio de adolescentes, confessa publicamente seu ódio à família, respaldada nos mesmos argumentos de Marx, de que esta é uma invenção burguesa, a transmissora da psicologia mesma do poder.

Desde então, pessoas como ela não param de atacar a instituição familiar servindo-se de invencionices como a "Teoria Crítica" de Horkheimer, o "Desconstrucionismo" de Derrida, o "Pós-estruturalismo" de Foucault, a "Ideologia de gênero" de Butler ou qualquer outra estupidez que possa inventar uma mente perversa, enchendo a cabeça dos desavisados com os sofismas mais alucinantes, que seriam capazes de causar vertigens e náuseas até mesmo em Sócrates.

Por isso, precisamos defender a família e, para defendê-la, apontar o erro. Ei-lo.

Em certo sentido, tem razão a Sra. Chauí, mas recai nas mesmíssimas metonímias de seu Padroeiro, Marx. A Revolução Industrial criou sobre a estrutura da sociedade fundada sobre a família uma superestrutura: o sistema financeiro.

Marx, porém, inverteu a realidade: considerava a economia como estrutura e a família como superestrutura. Não deu-se conta de que foi justamente o sistema financeiro que começou a desarraigar as famílias do campo e, transferindo-as para a cidade, torná-las cada vez mais fracas, nucleares, doentes e inexpressivas, destruindo-as… E, isso, por um motivo: para fortalecer o mercado de trabalho.

Sim, a FAMÍLIA MODERNA é uma invenção do século XVIII, uma invenção artificial, criada para ser destruída.
Foi o capital que destruiu a família! Mas Marx considerava que é destruindo a família que se destruiria o capital, não percebendo que este é o caminho mais fácil para fortalecê-lo.

De fato, está provado: os marxistas são umas bestas!

E nós, todavia, defendemos a família não por sermos bestas, mas para não nos tornarmos piores que elas, incluídos aí os marxistas.