O documentário brasileiro - “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa e distribuído pela Netflix, detentora dos seus direitos, foi um dos selecionados nesta semana ao Oscar de Melhor Documentário. É isso mesmo, o documentário que retrata, sem qualquer apoio popular (!), o impeachment de Dilma como “golpe” das elites sedentas por poder, executado pelo inescrupuloso Sérgio Moro, treinado nos Estados Unidos sob os auspícios da CIA, abrindo caminho para a ascensão do neofascismo tupiniquim de Jair Bolsonaro, etc., foi indicado ao Oscar.
É evidente que o filme visa endossar a narrativa petista sobre o impeachment e conduzir o telespectador a concluir em favor da suposta decadência do processo democrático brasileiro após a retirada de Dilma da presidência do Brasil, em 2016. A propaganda política disfarçada de documentário começa no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e narra até a crise política no país.
Entretanto, por um lapso intencional, o documentário deixou de registrar os inúmeros e reiterados escândalos de corrupção que sempre acompanharam o PT na sua trajetória. Desde janeiro de 2003 a gestão petista e seus asseclas conviveram e apoiaram casos de corrupção no Brasil, que, resumidamente, totalizam 4.880 dias de escândalos, somando mais de R$ 47 bilhões. Da posse de Lula ao afastamento de Dilma, em maio de 2016, os escândalos políticos e casos de corrupção sempre estiveram presentes.
Só no mandato de Lula, o PT enfrentou a CPI do Banestado; o esquema de corrupção no DNIT; o uso indevido de dinheiro público; o surgimento do esquema do mensalão; empréstimos irregulares de bancos públicos; fraude envolvendo ONGs, movimentos estudantis e fundos destinados a programas para desempregados; gastos indevidos com cartões corporativos do governo; benefício fiscal aos “amigos do rei”; etc.
Já no governo de Dilma Rousseff, em 2013, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, foi acusado de envolvimento em fraudes de licitações que chegaram a R$ 1 bilhão. O dinheiro foi enviado para empresas que financiaram a campanha do PT. Isso sem falar na inépcia que gerou a maior crise econômica de todos os tempos no Brasil.
O final da história nós já conhecemos, a “Lava Jato” desnudou o rei petista e mandou para a cadeia toda a companheirada, responsável pelo maior esquema de corrupção e manutenção de poder da história brasileira, tornando-nos oficialmente num governo de ladrões.
Além disso, o PT aliou-se com regimes comunistas economicamente moribundos, como os de Cuba, Venezuela e Angola. Nada democrático! Ora, o PT fundou e organizou o Foro de São Paulo e, como tal, foi o responsável direto pelo advento de Chaves, Maduro, Morales e tutti quanti, mostrando-se, ainda, um partido revolucionário, empenhado em implantar no Brasil um regime comunista, cujos vis objetivos foram financiados com o dinheiro saqueado dos cofres públicos e extorquido dos empresários brasileiros. O que tem de democrático nisso? Nada, absolutamente nada. “Democracia em Vertigem” deveria ter sido indicada para a categoria ficção, isso sim.
Fato é que, o hábito de tentar salvar o prestígio da esquerda, omitindo de denunciar seus crimes já está tão arraigado nas retinas mentais da classe falante, que busca desesperadamente distorcer, minimizar e abafar, com renitência obstinada e criminosa, os males do governo do PT, substituindo-os por um sentimentalismo barato e efeitos cinematográficos, que o documentário brasileiro, “Democracia em Vertigem”, até chega a ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário, evidenciando que Hollywood ou o establishment cultural de esquerda continua trabalhando assiduamente para dar fidedignidade a narrativa petista.
*O autor é advogado e jornalista.