(Publicado originalmente em midiasemmascara.org)
Nesta sexta-feira, 05, participei do programa de debates “FlaXFlu” da TV Folha. Lá estive para defender o projeto de lei Escola Sem Partido. Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor de administração pública da FGV-SP, falou contra a proposta.
O debate ocorria de forma absolutamente civilizada até que, nos minutos finais, cometi uma heresia: chamei Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, de charlatão.
O professor Marco Antônio Teixeira imediatamente reagiu, extremamente ofendido, como se eu tivesse lhe faltado pessoalmente com o respeito. Longe disso!
Ora, os adversários do Escola Sem Partido nos acusam justamente de tentar cercear ou mesmo impedir o “pensamento crítico” (ignorando o fato de que o projeto de Lei fala abertamente em princípios como pluralismo de ideias e liberdade de crença).
É interessante notar que para eles existem certas figuras que não apenas estão acima de qualquer crítica, mas de qualquer possibilidade de crítica.
A reação exagerada do professor Marco Antônio Teixeira às minhas críticas comprova que Paulo Freire é uma espécie de divindade intocável para professores e especialistas da área.
Já estou na casa dos 30 anos, mas fui repreendido pelo professor como se fosse um aluno colegial durante minha fala. Tudo porque expressei minha opinião sincera sobre Freire.
Imagine, caro leitor, como deve ser tratado o estudante que ousar discordar de um professor freireano entre as quatro paredes de uma sala de aula….
O meu oponente me acusou de abusar dos adjetivos para desqualificar o patrono da educação, desconsiderando a diretriz civilizada de criticar apenas ideias e obras.
Porém, o vídeo do debate não deixa mentir que minha fala se deu no contexto da discussão sobre a precária formação dos nossos professores. O vídeo também mostra que justifiquei e citei fontes ao classificar Paulo Freire como um impostor intelectual.
Lembrei que a “Pedagogia do Oprimido” – a magnum opus ¬de Freire – é inspirada em escritos e na prática revolucionária de ditadores e genocidas como Fidel Castro e Mao Tse Tung.
Paulo Freire foi buscar no ditador chinês – só Deus sabe como – subsídios para conceber seu método pedagógico cujo objetivo não é o de ajudar o jovem estudante a pensar livremente, mas prepará-lo para assumir o papel de militante revolucionário!
Basta ler “Pedagogia do Oprimido” para conferir o próprio Paulo Freire dizendo exatamente isso: que seu método foi concebido por revolucionários e para formar revolucionários.
(Se você preferir, leia a aqui excelente análise de Marcelo Centenaro)
Ou seja, nossos professores saem dos cursos de formação carregando na cabeça o método freireano de multiplicar revolucionários. Onde fica o espaço para o estudante criticar a tradição ideológica da qual fazia parte Paulo Freire? Não existe.
Outro ponto que levantei foi a prosa deliberadamente obscura de Paulo Freire, uma tática muito usada no mundo das ciências humanas e denunciada por dois intelectuais de esquerda, Alan Sokal e Jean Bricmont, no livro “Imposturas Intelectuais”.
O livro apresenta como impostores intelectuais aqueles “gênios” das ciências humanas que abusam de um linguajar complexo para esconder o simplismo de suas ideias, passando a impressão de que são mais complexos e profundos do que realmente são.
Não tenho dúvidas de que Paulo Freire está acolhido nesta tradição ao lado de figuras como Foucault, Lacan, Derrida e outros pós-modernos cuja escrita empolada só serve para impressionar os impressionáveis e esconder ideias mofadas de séculos passados.
Reitero minha opinião: Paulo Freire é um charlatão medíocre, um impostor ridículo, um guia espiritual dos doutrinadores, e a educação brasileira foi condenada no exato momento em que este protótipo de intelectual foi ungido como seu patrono.
O episódio só serve para reforçar minha crença de que aquilo que o professor Marco Antônio Teixeira e outros chamam de “pensamento crítico” não passa de pensamento único.
* Sociólogo e jornalista.