Meu querido amigo Percival Puggina publicou ontem interessante provocação no Facebook:
“Simples como isto: eu não repito aquilo que petistas e assemelhados dizem. A pauta deles não é a minha”.
Assim que a li, lembrei-me de pequeno texto que escrevi em 19 de fevereiro de 2014, quando a derrota da esquerda ainda parecia um sonho distante:
“O primeiro lugar de onde o PT precisa ser derrubado é do seu cérebro. Pare de ter todo o seu pensamento pautado o dia inteiro pelo que o PT fez ou deixou de fazer, pelo que o petista disse ou deixou de dizer. Comece a ter ideias próprias, a defender a própria agenda!
O primeiro passo para a liberdade política é escapar à dominação mental."
Num país devastado por mais de uma década de petismo, é natural que as pessoas não consigam pensar muito além do que podemos chamar de “pauta negativa”, isto é, o conjunto das coisas que não queremos mais. Queremos escola sem partido; queremos universidades sem petismo; queremos uma economia sem tanta intervenção e burocracia; queremos veículos jornalísticos sem patrulhamento politicamente correto; queremos uma vida social sem policiamento ideológico.
São desejos absolutamente justos e, até, meritórios. Porém, não são suficientes, porque precisamos decidir o que queremos pôr no lugar das coisas que não mais desejamos!
Afinal: o que queremos, para além da pauta negativa? Por exemplo, que tipo de…
• …universidade queremos?
• …economia queremos?
• …sociedade queremos?
• …política de Ciência e Tecnologia queremos?
• …sistema escolar queremos?
• …Estado queremos?
• …combate à criminalidade queremos?
• …cidades queremos?
• …política ambiental, política externa, sistema judiciário, polícia, serviços públicos, empresas privadas… Queremos?
Todos esses temas precisam ser avidamente discutidos por todos os cidadãos de bem. O país necessita urgentemente pensar, discutir, experimentar e corrigir soluções e modelos próprios que reflitam nossos valores, expectativas e anseios. Em poucas palavras: de alternativas concretas que se manifestem sob a forma de leis, programas de governo e políticas de Estado.
Essa tarefa só será possível rompendo as algemas mentais que nos escravizam à pauta jornalística imposta por universidades e veículos de comunicação infestados por esquerdistas. Urge sair dessa postura defensiva, limitada a responder e “refutar” absurdos e mentiras. Afinal, décadas de domínio esquerdista no campo intelectual criaram uma estrutura industrial de produção de absurdos e mentiras. Mal refutamos uma delas, surgem mais dez, num fluxo diário ininterrupto, escravizando as inteligências à morbidez de uma pauta que nos é alienígena.
Liberte sua mente do noticiário. Leia-o, informe-se, refute o quanto for necessário, mas não se satisfaça. Use sua inteligência para imaginar, propor, discutir alternativas e soluções. O governo Jair Bolsonaro já deu provas bastantes de que está aberto a contribuições dos que sinceramente desejam consertar nosso país dos estragos provocados pelo petismo. Não percamos esta janela de oportunidade, continuando a agir como se o PT ainda estivesse no poder.
*O autor é mestre em Administração, editor de livros educativos no Projeto Vias Clássicas – Valorizando o Conhecimento.