Nestes dias de ordenamento político e econômico do Brasil, pós 13 anos de governança petista, o presidente Temer enfrenta desafios parecidíssimos com aqueles antepostos ao primeiro ministro David Cameron assumindo o governo em 2010 no Reino Unido, substituindo treze anos de governo trabalhista.
Aos supersticiosos ou numerólogos este número comum entre países tão distantes na geografia e na cultura, desperta místicas cogitações. Inofensivas e inúteis. Porém palmilhando números definidores da economia inglesa de então – déficit - $ 155 bi de libras - com os alarmantes R$ 170 bi escritos na contabilidade nacional, deixados pela presidenta ao s estertores de sua administração, mais que proximidade numérica, convidam a reflexão comparativa de valores econômicos e governamentais, utilíssimos a nossos governantes neste momento delicado, que exige medidas obrigatórias para estancar o desastre resultante de treze anos de folia argentária.
A senhora Dilma poderia lembrar Margareth Tatcher... ás avessas, e o presidente Temer o ministro Cameron. Ambos se depararam com heranças deficitárias e desemprego incontrolável. Soam proféticas as palavras do ministro inglês à ocasião - corte de gastos e sacrifício indispensável para corrigir a herança perdulária do governo esquerdista: ( 6 / novembro / 2010) “O ponto que quero frisar é este, o estado da nação não é determinado pelo governo e aqueles que o dirigem. É determinado por milhões de esforço individual que cada um de nós faz e pelo que nós escolhemos não fazer”.
Cameron não disfarçou a dor causada pelos cortes de benefícios para reduzir o déficit de 155 bilhões de libras . Nada fácil para a classe média convocada ao sacrifício necessário e inarredável. Mas as semelhanças param aí. As culturas se repelem. Na Inglaterra defrontam-se três partidos rijamente programáticos, contra 33 aglomerados políticos brasileiros, superficiais, trôpegos, indecisos, erráticos, mesclando-se e digladiando-se ao influxo de crises cíclicas na corrida ambiciosa do poder. Realidades parecidas. A nossa exige do presidente o exemplo do ministro inglês: paciência, talento e determinação no escopo de reerguer a nação exaurida.
5 / 10 / 2016