A ESSÊNCIA DO VÍCIO
Percival Puggina
Leio em Notícias R7
O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou na noite desta quarta-feira (19) o Senado por ter derrubado o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que autoriza o reajuste salarial a servidores durante o período da pandemia da covid-19. "Pegar dinheiro da saúde e permitir que vire aumento de salário do funcionalismo é um crime contra o país", disse Guedes.
O Ministério da Economia calcula que a derrubada compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões, que poderiam ser poupados em 12 meses, dos quais R$ 31 bilhões só para a União.
COMENTO
A maioria do Senado se vem destacando por uma conduta que (como diria um esquerdista de cartilha) “não dialoga” com o interesse público. Dialoga, isto sim, com o interesse de corporações e, essencialmente com o interesse próprio dos senhores senadores, que continuando confiando em que a sociedade não sabe o que fazem.
De fato era possível, até alguns meses, considerar imperceptíveis as ações e as omissões de tantos senhores senadores, seja nos processos de deliberação interna, seja em suas relações com os ministros do STF. A total falta de sintonia nas relações com a sociedade foi ficando caracterizada a partir do momento em que a nação ficou sabendo que cabe ao Senado o dever constitucional de agir contra crimes de responsabilidade praticados pelos ministros do Supremo. Foi aí que as máscaras começaram a cair. Embora o jornalismo militante na grande imprensa silencie sobre o fato, as redes sociais estão saturadas de informação a esse respeito. No médio prazo, elas informam a todos e até elegem um presidente contra a vontade desse mesmo jornalismo.
É da essência do vício, não fazer o bem possível e promover o mal evitável. Cara e coroa de uma terrível moeda! É ruim reconhecer-se que essa conduta domina a outrora nobre Câmara Alta da República.
Tem razão o ministro Guedes. É crime contra o país, em um momento de grave crise sanitária, econômica e, consequentemente, social e fiscal, destinar bilhões para aumentar salários de segmentos sociais privilegiados pela estabilidade e por salários superiores à média do mercado onde opera a atividade privada, pagadora de todas as contas.
LIBERAIS NO GOVERNO
Percival Puggina
Leio no Brazil Journal um importante artigo de Salim Mattar com o título “Porque saí do governo” (1). Salim Mattar, todos sabem, é um empresário bem sucedido, fundador e sócio da locadora de veículos Localiza. Ele relata suas observações sobre a diferença entre a lógica do governo e a lógica da iniciativa privada, de onde ele provinha e para onde voltou após 19 meses atuando como servidor público. Esses mundos deveriam ser complementares, mas acabam se tornando competidores, um contra o outro. No governo, diz ele, “procura-se defender o Estado, enquanto o correto seria defender o cidadão”.
Esse é um dos dois principais empecilhos para que o Brasil tome jeito. O outro, só para deixar registrado, é o modelo institucional que, mais uma vez, está provando que não funciona. De fato, poderíamos espichar o olho para o andar do Brasil pelos caminhos da história e chegaremos a apontar uma longa tradição, entre nós, de um Estado que funciona para si mesmo. Não estávamos na estação quando o trem das mudanças passou pelo Ocidente, no século XIX, promovendo um ciclo de liberalização que oxigenou as estruturas do poder. D. Pedro II sabia, mas a elite brasileira não quis saber. O empreendedorismo de nosso Barão de Mauá foi mal visto nestas bandas.
Por outro lado, em passado bem menos remoto, um ciclo de criação de empresas estatais (Salim Mattar contou 698 empresas entre as de controle direto, suas subsidiárias, coligadas e com simples participações) foi seguido por um ciclo de governos de esquerda. E assim chegamos ao sexto século, contado do Descobrimento e do povoamento carregando um poder público que, em descrição sumária, arrecada para gastar em si mesmo, alegando fazê-lo para promover o bem comum.
O que mais se percebe no artigo de despedida redigido pelo ex-ministro é a ausência de liberais no setor público nacional. Paulo Guedes deve estar observando o mesmo fenômeno. Esse antagonismo gera estagnação no desenvolvimento humano e constante perda de posições relativas em comparação com outros países. Será necessário um longo ciclo de liberais no comando da área econômica para que o setor público brasileiro mude por dentro. Perceberemos, então, que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) só cresce quando, em vez de o Estado “cuidar” das pessoas, estas puderem fazê-lo por si mesmas. É nessa direção que deve andar o Estado e é disso que devem cuidar os bons políticos.
Momento de prosa poética
AGOSTO!
Miryan Lucy de Rezende
Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações.
Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.
Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela.
Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!
* Miryan Lucy de Rezende é Escritora e Educadora Infantil
** Publicado originalmente no Facebook da autora.
BOLSONARO CONTRA AS TROPELIAS DO DR. ALEXANDRE
Percival Puggina
O presidente da República surpreendeu a todos ao ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, pedindo liminar, contra a ordem de cancelamento, pelas redes sociais, dos perfis de 16 cidadãos brasileiros. A determinação foi expedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito do conhecido “inquérito do fim do mundo”.
O extenso arrazoado é uma oportuna aula sobre as liberdades públicas, que aparentemente foi gazeteada pelo ministro em seu curso de Direito. Na longa história dos povos rumo ao constitucionalismo e à democracia, o Estado não foi concebido para servir a si mesmo, nem para proporcionar intangibilidade e veneração cívica sem limites a quem nele exerce poder. Antes, as liberdades cívicas evoluíram dessa condição original para seu oposto. Hoje, todas as nações democráticas se percebem integradas a estados nacionais em que o estado existe para assegurar os direitos e liberdades de seus cidadãos.
Foi saudável saber que o presidente, vendo atropelados direitos que os cidadãos brasileiros prezam, tomou a iniciativa de apelar aos colegas do ministro. Fez bem ao lembrá-lo de que nossa Constituição – e ela como tantas outras – não cria liberdades públicas. A liberdade é inerente à natureza humana. A Constituição simplesmente reconhece que essas liberdades são meros adjetivos de uma mesma e única liberdade, que é aviltada quando suprimida sem muito justa causa definida em lei. E é ela, a lei, que vai assegurar a legitimidade de qualquer coação.
Estas linhas registram minha alegria por ver o presidente defender, pelo modo certo, um bem de imenso valor, expressando respeito a algo que vem sendo vilipendiado por assomos autoritários e totalitários de um colegiado jurídico, poder de Estado, que se extraviou do bom serviço e perturba a nação. Como afirma a ADI presidencial, modernamente, cortar de alguém o acesso às redes sociais é o mesmo que lhe tomar a voz.
TRUMP, OS ICONOCLASTAS E O REDENTOR
Percival Puggina
Leio no portal da ABIM
Donald Trump está em campanha pela reeleição. Qual estátua os dirigentes da sua propaganda escolheram como a mais representativa para simbolizar sua causa e, portanto, para ser vista como alvo a ser derrubado pelos adversários? À primeira vista, seria alguma de um “foundigng father”. Ou alguma célebre na Europa pelo valor artístico.
Nada disso, foi selecionada a do Cristo Redentor do Corcovado, braços abertos para o mundo, inaugurada em 1931, eco lídimo do movimento pela realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ato de enorme simbologia, visto pelos chefes da campanha presidencial republicana como de forte repercussão eleitoral. O fato é conhecido. Em propaganda divulgada por todo o país, encimada pelo Cristo do Corcovado, o texto dizia: “O Presidente deseja saber quem o apoiará contra a esquerda radical”. Está dado a entender, queiramos ou não, estamos diante de uma batalha universal.
Dia virá, e não está longe, em que se exigirá no Brasil a derrubada da estátua do Cristo Redentor do Corcovado. A exigência virá de grupos ideológicos, inflamados pelas mesmas doutrinas que hoje trabalham nos Estados Unidos pela destruição de suas raízes históricas e aparecimento de uma sociedade rasa e ateia, parecida com o mundo comunal imaginado por Marx como etapa final do comunismo.
* Trecho final de matéria sobre a iconoclastia da esquerda mundo afora, derrubando estátuas, destruindo monumentos e incendiando igrejas. Leitura importante a ser feita aqui: http://www.abim.inf.br/o-cristo-redentor-do-corcovado-na-mira/
LÍDER CUBANA COBRA DUAS AÇÕES CONCRETAS DE TRUMP
CiberCuba
10/07/2020
A opositora Rosa María Payá Acevedo pediu ao presidente dos EUA Donald Trump que processe Raúl Castro e as principais figuras do regime comunista pelos crimes cometidos contra o povo cubano e cobrou que classificasse as organizações militares e o Partido Comunista de Cuba como entidades terroristas.
"Senhor Presidente, exorto você a processar Raúl Castro, [Miguel] Díaz-Canel e todos os altos funcionários do regime, e, muito importante, exorto-o a classificar as forças armadas cubanas, seus serviços de inteligência e o Partido Comunista como organizações" terroristas internacionais por seus laços com o crime e o narcoterrorismo na região", disse Rosa María durante uma reunião de Trump com exilados cubanos e venezuelanos nesta sexta-feira em Miami.
A petição apoiou uma ligação semelhante feita na reunião pelo ativista Orlando Gutiérrez-Boronat, presidente da Direção Democrática Cubana, que pediu o apoio de Trump para julgar Raúl Castro em um tribunal internacional por crimes contra a humanidade.
O líder do projeto Cuba Decide apelou a cortar os fundos de todos os ditadores e repressores que impedem a estabilidade da democracia no continente e denunciou a exploração e o tráfico de pessoas que o regime cubano exerce por meio de brigadas médicas enviadas ao exterior.
"Cuba está em crise. O regime não tem nada a oferecer, a não ser repressão e violência", afirmou o jovem oponente.
Rosa María convidou Trump para participar no dia 22 de julho, oitavo aniversário da morte de Oswaldo Payá Sardiñas, em homenagem às vítimas do comunismo na América.
"Este 22 de julho marca oito anos desde que meu pai Oswaldo Payá foi assassinado pelo regime comunista. Meu pai fundou e liderou o Movimento Cristão de Libertação, ele era um líder da oposição política, mas também um líder moral para milhares de pessoas que exigiam o direito de ter voz e participar da mudança do sistema ", enfatizou.
A ativista também observou que, além de assassinar seu pai, eles também tentaram apagar seu legado porque "temem uma maioria silenciosa que está acordando e exigindo liberdade".
"Não vamos ceder até estarmos livres. Vamos terminar o que meu pai e muitos outros começaram", disse ele.
As palavras de Rosa María encerraram nesta sexta-feira a reunião do presidente Trump com exilados de Cuba e Venezuela em Miami, em que o presidente reiterou seu compromisso com a luta contra os governos ditatoriais de ambos os países.
"É uma honra estar aqui como uma voz de liberdade para o povo cubano", começou Rosa María. "Obrigado, presidente, por se encontrar conosco hoje, por sua amizade e por ficar com o povo cubano, que quer ser livre para decidir seu próprio destino."
O ativista também agradeceu a Trump por suas "ações históricas para apoiar a democracia em Cuba e pressionar a cruel ditadura comunista".
"O povo cubano sofre opressão constante do Estado socialista. Por mais de seis décadas, o sistema comunista de Castro impôs uma cultura de discriminação contra qualquer cubano que tenha uma expressão divergente", denunciou.
"Eles aboliram nossas liberdades civis, nossa liberdade de expressão e tentaram apagar nossa história, nossa fé e nossa cultura", continuou ele.
"O regime de Castro amarrou as mãos do povo cubano, nos tornou pobres e dependentes porque o comunismo mutila a alma humana para controlar a sociedade", afirmou ele com firmeza.
Rosa María terminou suas palavras desejando que Trump logo pudesse andar pelas ruas de uma Cuba livre.
*Publicado originalmente em https://www.cibercuba.com/noticias/2020-07-10-u1-e196568-s27061-cubana-rosa-maria-paya-le-hablo-trump-encuentro-miami