O site O ANTAGONISTA publicou, há poucos dias, uma nota sobre a missão de um diplomata encarregado pelo Itamaraty. O emissário diplomático teria ido a Havana para explicar a Raul Castro, ditador cubano, a deposição lenta e gradual da "presidenta" pelo povo e o Congresso Nacional, com a supervisão do Poder Judiciário, na forma prevista pela Constituição e legislação infraconstitucional.
Sinto uma pena enorme desse diplomata enviado para cumprir uma missão impossível. Ao retornar, ele deveria ser agraciado com a comenda do Cruzeiro do Sul. Um herói.
Que droga de governo é este? Rebaixar-se a um ditadura sanguinária e cinquentenária porque seu tirano nos acusa de golpistas? Que escândalo mais ignominioso!
Esse episódio vergonhoso deve servir de advertência para uma realidade que engana pelas aparências: ainda há muito chão pela frente. Chão que precisamos palmilhar com determinação e humildade.
Em 1964, com a deposição de João Goulart na esteira de uma crise política e institucional, o novo governo apressou-se a enviar embaixadores para justificar, perante as democracias da Europa e dos Estados Unidos, aquela ruptura constitucional com o argumento de que ela não fora ensejada por militares sequiosos de instalar um regime ditatorial. Mas que seria, ao contrário, a última instância para preservar nossa democracia ameaçada por um governo populista que traria de volta a ditadura varguista fincada em nosso solo pátrio sob uma inspiração fascista. Et non plus ultra - (E nada além disso).
Era compreensível. Todo país que se preza quer e precisa ser aceito no concerto da civilização. Esta é uma imposição que transcende em muito os interesses comerciais e a confiabilidade imprescindível às relações internacionais. Vão além da moeda sólida e da segurança jurídica a estabilidade política e institucional fundamentada na legitimidade dos governos e o caráter nacional. Pois estes são a base daquelas.
E tudo isso os governos do PT quiseram roubar de nós, muito mais do que os cofres onde eles meteram sua gazua ideológica.
Pergunte a si mesmo, você que me leia, suposto leitor. Terá sido por incompetência, por irresponsabilidade fiscal, por desonestidade que os governos do PT, em apenas treze anos, sem construir nenhuma Brasília, nenhuma Itaipu, nenhuma ponte Rio-Niterói, nenhuma rodovia Transamazônica ou mesmo um novo aeroporto internacional afundaram o Brasil na pior crise econômica de sua história? Ou será que essa crise foi deliberada para reduzir nosso país a uma Venezuela, que possui a maior reserva petrolífera do mundo, uma riqueza que faz os países árabes esbanjar fortunas incomensuráveis?
Pense mais um pouco. Será que Cuba, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, Coreia do Norte, dentre outros correlatos, países governados por "progressistas" como Lula e companheiros, derraparam em algum "ponto fora da curva" para um destino ignorado e indesejável por seus governantes? Ou seria mais razoável conjecturar que esse destino era o sonhado por esses revolucionários?
Se convergimos na mesma conclusão, que me parece óbvia demais, então eu retorno à pergunta: Que droga de governo é este? Que antes de pedir a bênção de um ditador não repele sua acusação desonesta, infundada e estapafúrdia de que cumprir a Constituição do Brasil é dar um golpe de estado? Que o diabo o carregue.
Concluindo: Nenhuma democracia nos cobrou explicação para o processo legítimo de impeachment de Dilma Rousseff. Por que nos justificarmos com uma ditadura como Cuba?
Logo o Brasil, que tem um presidente interino professor e autor de livros de Direito Constitucional?
Como diz o senador Magno Malta: "Mamãe, me acuda. Aqui só falta chover pra cima.".