Alex Pipkin, PhD
Vivemos em uma era das falácias, da mentira explícita e da primazia da ignorância.
Penso que estou habilitado a opinar, dotado de uma espécie de poder de fala. Sou Doutor e trabalho, faz muito tempo, na iniciativa privada. Uma das falácias favoritas de ignorantes preguiçosos e/ou de técnicos desprovidos de visão holística, é enaltecer a “distinção” entre teoria e prática. São coisas diferentes, entretanto, fundamentalmente, interdependentes.
Teorias são abstrações da realidade (de uma prática), que aportam os fundamentos e os conceitos que deveriam orientar a ação humana. A prática, sinteticamente, é o como fazer, repetidamente. Uma mera técnica. Para um prático, sem teorias, a “solução” é sempre reincidente, não havendo espaço para inovações e aprimoramentos.
São os teóricos, a partir das experiências da realidade - o que é necessário compreender profundamente -, que buscam ampliar as fronteiras do conhecimento nas amplas e variadas áreas. Nas trevas da era da ignorância, tendo a pensar que o ignorante e preguiçoso presidente Luiz da Silva, talvez tenha razão. Ele não estudou, não gosta de ler, e, cotidianamente, assassina sua língua nativa.
Os fatos cabais têm demonstrado que o estudo, ao invés de encaminhar à “iluminação”, tem desembocado na obscuridade e na cegueira. O “século das luzes”, surgido na Europa no século XVIII, valorizava o genuíno conhecimento, a ciência com “c” maiúsculo” - não à ideologia -, a prevalência da razão (que escassez!), e o humanismo “racional” - não os falsos altruísmos da famigerada sinalização de virtude.
Evidente que não estou me referindo ao “Iluminismo” mencionado pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. O compromisso de nossa deselite com os valores iluministas é, factualmente, pura ilusão, não vale um vintém. A realidade, como ela é, deixou de existir, constituindo-se numa mera construção daquilo que coletivistas de araque desejam que essa seja. Não há nada mais do que uma singela - mas gritante - farsa.
O grande imbróglio é que o verdadeiro ensino “duro” e produtivo no Brasil, tomou Doril, e faz tempo. O que se tem é a formação em massa de militantes e de ativistas contra a “opressão e a injustiça”, analfabetos funcionais. O conhecimento, a razão e a ciência, concederam lugar ao sectarismo ideológico - e religioso -, e as correspondentes rejeição da verdade e o império da nefasta dissonância cognitiva. Ouso dizer que a psicologia vermelha assumiu o controle do volante, transformando naturais ocorrências da jornada terrena em “traumas insuperáveis”. O sujeito que discute com seu chefe, e pede demissão ou é demitido, parece ter sua vida arruinada para sempre. O interessante nisso tudo, é que os livros de autoajuda, e os gurus da atualidade, não param de holofotizar a suprema virtude da resiliência.
Todo nosso contexto de terror e pânico foi calculado e planejado milimetricamente. A mentalidade da abstração coletivista se apossou das instituições e, portanto, da cultura. Será que ainda resta um fiapo de legítima cultura?
Populistas e ideólogos do atraso, de várias estirpes, manipulam suas “massas de tribos”, incapazes de pensar criticamente, mirando nos desejos de legiões de ignorantes e de desesperados por soluções mágicas para suas vidas, transformando esses em escravos de um Estado “salvador da pátria”. Problemas complexos exigem soluções complexas. Não há soluções populistas e simples que os resolvam, de fato.
As comprovadas “soluções” que trazem crescimento econômico e social e progresso, exigem medidas duras e impopulares. Poucos políticos têm coragem e habilidades necessárias para concretiza-las.
Verdadeiramente, populistas maldosos, simplesmente, buscam levar música aos ouvidos dessa legião de ignorantes e de desesperados por respostas e artifícios aderentes às suas respectivas angústias e necessidades. Esses respondem com políticas contraproducentes, que já fracassaram sistematicamente, e de maneira rotunda. Embora tais iniciativas sejam entoadas como sendo para o “bem popular”, essas encaminham para a pobreza e para o retrocesso.
As tribos anseiam pela mentira escrachada, pela hipocrisia, concientes e/ou inconscientemente, uma vez que seus associados são ignorantes e/ou desesperados, suportados por crenças ideológicas, superstições e em soluções “divinas” de tais semideuses.
De forma trágica, muitos abdicam de suas liberdades e responsabilidades individuais, na espera de promessas que somente demagogos e mentirosos podem prover. O sectarismo tribal transformou o contexto verde-amarelo num mar vermelho de disputas por perfumarias de segunda ordem, esfacelando os valores genuinamente democráticos-liberais, destruindo à moral, à justiça, às liberdades individuais e econômicas e, fundamentalmente, acabando com a vital coesão social.
A era é a das trevas, da ignorância, da falta de estudo e do conhecimento, da lógica “ilógica”, da “scienssia”, da sinalização de virtude, e da mentira trajada e maquiada de verdade inquestionável. O conhecimento e a razão se transformaram em acessórios de muito pouco valor.
No faroeste sem leis, vermelho, verde-amarelo, do autoritarismo disfarçado de “democracia relativa”, da ditadura da toga, os pobres mortais, ignorantes e/ou desesperados, aspiram pelo abissal e devastador intervencionismo estatal, aquele ambicionado como sendo o remédio para curar todos os males tupiniquins. Desafortunadamente, o desejo é de ser escravo de um Estado, naturalmente, ineficiente.
Triste, mas me inclino a concordar com o Dr. Lule…
De maneira efetiva, para que estão servindo a argumentação racional, o conhecimento, a verdadeira ciência, nessa época das trevas da mentira escancarada, das falácias e do apogeu da ignorância?