(Publicado originalmente em https://criticanacional.wordpress.com)
O impeachment da ainda presidente Dilma está se tornando uma realidade. Uma realidade política da qual nenhum dos atores políticos pode fugir, exceto por um golpe de estado contra a democracia já fragilizada e contra o que ainda resta de resquício de normalidade institucional que não tenha sido desmantelada pela delinquência petista que se apossou do estado brasileiro. E uma das facetas desse golpe que o petismo e seus aliados na esquerda e junto aos segmentos mais fisiológicos e corruptos da classe política estão planejando atende pelo nome sedutor de "novas eleições".
O balão de ensaio para tal golpe foi lançado no fim de semana em um editorial da Folha de São Paulo, o jornal que é o principal porta-voz no país da agenda ideológica de esquerda, razão pela qual é o veículo da grande imprensa que mais mente e engana seus leitores, justamente para atender essa agenda. No mesmo dia que o editorial foi lançado, publicamos este artigo aqui, mostrando o que havia e que há de fato por trás da proposta de eleições gerais ainda esse ano. E os fatos e a movimentação de certos personagens políticos na última semana confirmaram nossa análise. Um desses personagens é justamente Marina Silva, a socialista petista que saiu o PT para continuar com o programa petista socialista em outro partido, a Rede.
Marina, como todo político socialista de esquerda, foi covarde o bastante para sumir da cena política por um longo período, enquanto a crise do país se aprofundava. Crise essa provocada pelo governo que ela apoia para todos os fins práticos, por conta das afinidades ideológicas plenas, a despeito de sua retórica pseudo-oposicionista deliberadamente confusa. E então Marina ressurge, como num passe de mágica, defendendo novas eleições ainda em 2016, por estar certa e convicta de que esse seria o único caminho a garantir a continuidade da esquerda no poder, mesmo que o petismo venha a ser derrotado pelo impeachment.
A proposta de novas eleições nesse ano deve ser rechaçada de todas as formas e com veemência. Alguns setores do campo antipetista e até mesmo segmentos da direita parecem não ter percebido o que realmente está em jogo, e estão se deixando seduzir pelo canto de sereia dessa faceta supostamente democrática do golpe que está sendo tramado pela esquerda. E chamamos de golpe não por motivos retóricos, mas por ser golpe mesmo: não há nada no dispositivo constitucional em vigor que estabeleça que o impeachment deva ser seguido de convocação de novas eleições ou que estas sirvam de alternativa àquele. A Constituição estabelece a convocação de novas eleições somente em caso de vacância nos cargos da presidência e também da vice-presidência.
Caso sejam convocadas, as novas eleições esse ano se dariam ainda sob o controle do TSE e das miseráveis urnas eletrônicas, sob os critérios em vigor de tempo de televisão e distribuição de recursos públicos do fundo partidário, entre outros. Todos esses elementos favorecem a esquerda e seus aliados, pois eles foram implantados justamente para assegurar a permanência da esquerda no poder. No caso da aberração das urnas eletrônicas, o uso das mesmas e o modo como é feita a apuração dos votos, distante dos olhos e da fiscalização dos partidos e dos cidadãos comuns, torna qualquer eleição ilegítima de per se, e serve tão somente para legitimar uma fraude, como foi no caso das últimas eleições presidenciais.
Do ponto de vista político, a realização de novas eleições em 2016 ano serviria apenas para empurrar o PMDB novamente para os braços da esquerda, levando o partido a se alinhar aos tucanos ou à própria Rede, como ocorreu no alinhamento com o petismo em 2010, o que serviria somente de elemento a mais para garantir a continuidade da esquerda no poder. O mais correto nesse momento, justamente pela importância do PMDB no cenário político nacional, é tensionar os peemedebistas para que seus segmentos não alinhados com a agenda ideológica da esquerda venham a continuar esse rompimento da aliança fisiológica que o partido mantém com a esquerda. Rompimento esse que teve início com Eduardo Cunha e que agora prossegue também com Michel Temer, razão pela qual o petismo e toda esquerda elegeram o presidente do Legislativo como o inimigo a ser abatido. E seguramente irão fazer o mesmo com Temer.
Cabe aos conservadores e à direita rechaçar a proposta de novas eleições neste ano 2016, seja na sequência do impeachment e muito menos como alternativa a este. A agenda para o país nesse momento deve incluir o afastamento de Dilma e a continuidade de Temer na presidência até o final do mandato, como estabelece a Constituição. Cabe exigir do novo governo Temer o comprometimento com medidas consensuais para a superação da crise econômica, a continuidade das investigações da Operação Lava Jato, e a mudança completa no sistema eleitoral do país, com o fim das urnas eletrônicas e a extinção do fundo partidário, além obviamente de outras medidas de "despetização" do estado brasileiro.
Trazer à pauta agora a realização de novas eleições em 2016 serve apenas para mais uma vez enganar os brasileiros, e ocultar dos mesmos os reais problemas que o país precisa enfrentar, problemas que são fruto da herança maldita de treze anos de petismo, que quase destruiu a nação.