• Alex Pipkin, PhD
  • 31/10/2022
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O cinza e a liberdade


Alex Pipkin, PhD

Acordei pior que a cinzenta paisagem que miro através da janela.

Aparento estar de ressaca por ter exagerado no vinho, porém, hoje é segunda-feira, não sábado à noite.

Mesmo desse jeitão, tentando encontrar explicações para o aterrorizante retorno da turba do ódio do bem ao delicioso poder - e elas são muitas e variadas -, chego a racional conclusão de que a irracionalidade das instituições extrativistas verde-amarelas, ou se preferirem, o sistema, o mecanismo e/ou o estande , é a causa essencial para que esta fantasia macabra se torne realidade.

Foi o militante petista de carteirinha, aquele togado de fala estranha do STF, o marxista Edson Fachin, que anulou todas as condenações do ex-presidiário, referentes às operações da Lava Jato, brindando-o com o retorno de seus direitos políticos.

É mister salientar que a decisão desse militante disfarçado de juiz, teve somente caráter processual. O militante de toga encontrou uma agulha no palheiro, ou seja, uma firula jurídica, a fim de salvar o companheiro. Fachin não analisou o mérito das condenações, e afirmou que era preciso “ser imparcial e apartidário”.

Um escárnio total, assimilado - e sufocado - quase que normalmente por um establishment podre que não arreda um milímetro de seus poderes e privilégios.

Evidente que esse estande deu “match” com um povaréu que acredita no impossível, em salvadores da pátria e que, portanto, somente populistas e retóricos da língua (des)portuguesa podem satisfazê-los.

Lamentável que esteja encrustado na mente e nos corações dos homens e das mulheres da terra de Macunaíma o coletivismo inibidor da vontade e da responsabilidade individual.

Especialmente em relação os iletrados, sem uma radical e transformadora revolução no ensino brasileiro, esses irão continuar trocando a vital liberdade por migalhas econômicas.

Ironicamente, o resultado da eleição de ontem, foi intensamente influenciado pela manipulação de professores doutrinadores, por meio da ditadura do pensamento esquerdizante, que martela forte na cabeça de jovens idealistas.

No gramado verde - e amarelo -, evidente que tem sapo enterrado. Ainda mais triste, é o fato de que existe uma enormidade de sapos fervidos que não dá um vintém por suas liberdades individuais.

Ontem, ouvindo o discurso do ex-presidiário, senti um fenômeno tipo “a volta dos que não foram”, sei lá, anos 70, com falas repletas de naftalina, equívocos comprovados, narrativas bondosas “pero muy peligrosas”, ideias velhas com muita gente nova na plateia. De velho e deplorável também vi o “homem do dinheiro na cueca” atrás do demiurgo de Garanhuns.

Pois bem, esse “match” entre o sistema - coletivista para os outros -,  o populacho e à esquerda caviar, tem tudo para prosseguir prosperando nessa terra de ninguém e só dessa gente.

Perdoa, eles não sabem que a liberdade é mais importante do que a propalada “democracia”.

Étienne de La Boétie, em seu fantástico livro The Politics of Obedience: The Discourse of Voluntary Servitude, afirma que um tirano domina em razão do consentimento popular, uma vez que não há outro meio de um homem controlar o destino de milhões de indivíduos.

Por aqui, a liberdade é o bolo da cereja.

Enfim, Churchill afirmou que as grandes coisas são simples, e que muitas dessas poderiam ser expressas numa só palavra.

É desolador que os brasileiros ainda não a tenham assimilado: LIBERDADE.