• Luis Roberto Ponte
  • 13/05/2016
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A ÚNICA SOLUÇÃO PARA A MISÉRIA

Toda ação de governo exige disponibilidade de recursos financeiros, sem os quais ele não pode cumprir qualquer das suas responsabilidades. Prometer fazer sem ter os recursos para cumprir é a matriz dos desmoralizados compromissos de campanha, de que a sociedade não suporta mais nem ouvir falar. O objetivo derradeiro de um governo responsável é viabilizar a todas as pessoas um posto de trabalho e os bens indispensáveis à dignidade humana, ambos somente gerados de forma sustentável através do desenvolvimento econômico, para o qual os governantes deveriam concentrar suas maiores energias. O elemento básico do desenvolvimento econômico é o empreendedor, utilizando-se do lucro digno advindo do seu trabalho. As empresas, criadas pelos empreendedores, são a fonte da geração dos postos de trabalho, essa dádiva que é o maior fator da elevação da dignidade humana, no dizer de Getulio Vargas. São elas, mediante o esforço e a dedicação dos que as comandam e dos demais trabalhadores, que produzem os bens indispensáveis à erradicação da miséria.

É com os impostos cobrados sobre o lucro que obtêm, o trabalho que geram e os bens que produzem, que o governo pode cumprir suas obrigações de assegurar à população segurança, tratamento da doença e educação. A sociedade precisa urgentemente perceber quem, de fato, ajuda a eliminar as carências que atormentam os desvalidos. Não são os que fazem discursos comoventes a favor dos pobres; nem os que propugnam pela ampliação dos empregos públicos desnecessários; nem os que lutam por aposentadorias precoces; nem os que denunciam o lucro e a riqueza dos empresários como a causa das carências sociais; nem os que impedem as pessoas que nada têm a ver com suas pertinentes ou indevidas reivindicações de irem às emergências hospitalares e aos locais do trabalho; nem os que paralisam a prestação de serviços essenciais para reivindicar melhorias salariais já reconhecidas como justas pelo governo, que não as atendem por absoluta impossibilidade. Não são os que supõem que as carências de uma sociedade se extinguem com apenas vontade e decisões políticas, como a multiplicação das pedaladas, a tomada ilimitada de empréstimos ou o calote naqueles já vencidos e nos fornecedores do Estado, a paralisação das obras públicas necessárias, o uso permanente dos depósitos judiciais.

A revisão da ideia, predominante no pensamento da esquerda, de que o lucro e o empresário são a causa da pobreza, quando, ao revés, são eles a única possibilidade da sua superação, será a maneira mais eficaz de reverter a estagnação da atividade econômica, aliás, dificultada por regras e ações governamentais inspiradas nesse pensamento ideológico impregnado de equívocos.

* Empresário