• Percival Puggina
  • 10/04/2009
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UM ESTRANHO NUMA ESQUINA DE JERUSAL?

“Veio o dia dos zimos, quando devia ser imolada a P?oa. Jesus ent?enviou Pedro e Jo?dizendo: ‘Ide preparar-nos a P?oa para comermos’. Perguntaram-lhe: ‘Onde queres que a preparemos?’ Respondeu-lhes: ‘Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha d’?a. Segui-o at? casa em que ele entrar’” (Lucas 22, 7-10). Sempre que leio essa passagem do Evangelho de Lucas chama-me a aten? a maneira um tanto misteriosa como Jesus indicou a Pedro e Jo?o local onde queria que a ceia fosse celebrada. Creio que aquele homem, com a ?a que levava, representa algo. Tem que representar. O sujeito n?est?li, parado numa esquina de Jerusal? como personagem de um thriller sobre o servi?secreto israelense, o Mossad, tipo assim: - “Acompanhem o sujeito com um cachecol vermelho e com uma edi? do Haaretz embaixo do bra?. Penso que, diferentemente, o epis? entra nos Evangelhos como met?ra, com uma pedagogia, para informar que cabe a todos os batizados mostrar o caminho do local da ceia; que nos incumbe palmilhar, sobre as pedras do cotidiano, o percurso que leva ?asa do Pai. E para dizer-nos que devemos fazer com que outros nos sigam, de modo que se cumpra tudo que foi institu?. Quando eu me dei conta disso, o sujeito deixou de ser um estranho numa esquina de Jerusal? De fato, an?o perante a posteridade, sem rosto, porque seguido pelos que vinham atr?de si, o homem com a bilha d’?a, de certo modo e do modo certo, serviu a Cristo como a Igreja O deve servir, sem perguntar qual seria seu lugar na mesa e sem posar para a fotografia. O que aconteceu no local para onde ele conduziu os ap?los, transformado no mais importante templo material da hist? humana, seria mais do que suficiente para produzir alguma express?de vaidade. Mas n? N??ssim que acontecem as coisas na hist? da Salva?. Tamb?os sacerdotes comparecem ao altar da Santa Ceia como o homem da bilha d’?a. Orientadores do povo de Deus, eles abrem as portas da grande sala e a confiam ao Mestre para que opere, ali, o imenso dom da Eucaristia, “como aquele que serve”. Quando querem ser os astros da celebra? agem como simples burros carregando ?a. No domingo de P?oa, no dia do Pessach para os judeus, os crist? celebram a Ressurrei?. E mais uma vez se mostra, inteiro, o zelo dos evangelistas pela verdade dos fatos que narram. A Ressurrei? de Jesus ? fato mais extraordin?o da Hist?. ?essencial ao cristianismo. A P?oa da Ressurrei? ? data magna dos crist?. “Se Cristo n?ressuscitou, v?eria a nossa f? diria Paulo de Tarso, alguns anos mais tarde. No entanto, como esse fato n?foi testemunhado por ningu? os evangelistas n?lhe dedicam uma ?a palavra. Limitam-se a descrever o t?o vazio e as posteriores apari?s de Jesus. “Sigam esse homem” ?ma esp?e de reiterado mandamento, em cuja ess?ia o pr?o Jesus ?quele que deve ser seguido. Sigam-no e Feliz P?oa!