O desfecho ainda não se dera, o dedo permanecia imóvel no gatilho, mas qualquer brasileiro medianamente informado podia antever as manipulações do noticiário quando certos jornalistas de incerta percepção fossem comentar o ocorrido. Jamais as responsabilidades seriam do sequestrador.
O tiro serviu apenas para encerrar uma história já contada no lusco-fusco da inteligência sequestrada pela ideologia. Vinte de agosto foi a Black Tuesday da razão e a venda de sofismas e desatinos se prolongou pela quarta-feira. Imediatamente apareceram as mais disparatadas avaliações dos fatos. Os fascistas do governador haviam executado um sujeito que tinha em mãos uma arma de brinquedo (que felizmente não era um guarda-chuva). Tudo dito e posto como se ele houvesse decidido brincar na ponte. Nessa perspectiva houve, até mesmo, uma mocinha do PSOL que tweetou sobre a inaceitável execução de um “popular”. Naquela cabeça oca, sequestrador morto vira popular.
Hoje pela manhã, numa emissora de rádio aqui de Porto Alegre, falava-se sobre a permanente ideologização de todas as pautas. E isso era fortemente recriminado como degradação do nível de percepção das realidades sociais. Tudo andaria muito bem, se o autor da crítica, não passasse, imediatamente, a fazer aquilo de que acusava os demais, dizendo que a ação havia sido bem executada, mas a atitude do governador, ao “comemorar a morte do bandido”, fora incorreta. Lembrei-me das singelas palavras de Jesus em Mt 7:3:
“Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão e não vês a trave que há no teu próprio olho”, meu rapaz?
O referido comentarista está tão dominado pela própria carga ideológica e precisa tanto criticar o governador odiado pela esquerda, que esconde de si mesmo a diferença entre festejar efusivamente a salvação de 37 sequestrados e “comemorar a morte do criminoso”.
Em resumo, a violência campeia no Rio de Janeiro. O número de PMs ali mortos caiu à metade no primeiro semestre de 2019. E ainda assim foram 13 policiais militares. No entanto, as críticas dos críticos, na persistente vaquejada de suas reses para o brejo do descrédito, reservam linhas, frases e discursos contra o governador Wilson Witzel e sua comemoração, execrada em uníssono pela esquerda. Fora da nau dos insensatos, porém, a alegria do governador foi compartilhada por todos que têm juízo e, muito especialmente pelos sequestrados e suas famílias. Entre esses, os festejos vão se prolongar por muitos dias.
Essa maldita ideologia queima neurônios. Constrói frases sobre a arma de brinquedo, sobre a doença mental do sequestrador e sobre suas intenções no momento do tiro. São ponderações tão sem pé nem cabeça que parecem galinha de supermercado. Nessa hora escura, a sensatez vem de quem tem para dar, vem dos jornalistas não cozidos no caldo ideológico do atual ensino superior do país. O amigo Alexandre Garcia comentava hoje na Rádio Guaíba, lembrando a esquecida professora Heley de Abreu Silva Batista, heroína da creche de Janaúba, que salvou 25 crianças imolando-se junto com o incendiário. “A arma do sequestrador do ônibus era o isqueiro”, concluiu Alexandre.
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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Isac - 23/08/2019 11:06:53
As heinas e canibais das esquerdas que só apoiam bandidos, nessa hora, acusam Witzel de assassinato; queria ver se alguns desses críticos que são uns chantagistas, revolucionarios das esqueridiotas, enomados patifes, acusando propositalmente a Witzel de assassinato e estivessem la dentro do ônibus, se apreciariam morrer carbonizados - bandos de esquerdopatas, chantagistas e vagabundos da grande midia e estrupadores das verdades que contrariam suas ideologias de componentes da classe dos quadrúpedes!!Milton Ferro - 22/08/2019 18:49:11
O correto é "reses", com s.FERNANDO A O PRIETO - 22/08/2019 08:49:46
Parabéns à Polícia e ao governador! Onde estão as entidades dos "direitos humanos" que não se lembram dos passageiros ameaçados (neste caso específico) e das vítimas em geral? São hipócritas que só vêem o que lhes convém... E a OAB, que alguns chamam de Organização de Apoio aos Bandidos? Não nos deixemos intimidar por esse veneno ideológico destilado mundialmente: bandido merece prisão e castigo (claro que sem tortura, antes que algum "iluminado" diga que a estou defendendo...),e , se for doente, tratamento, compulsório se for preciso. Caridade e tolerância com quem erra NÃO é a mesma coisa que ACEITAÇÃO, ELOGIO E APROVAÇÃO do erro! O próprio Cristo, ao dizer que não condenava a adúltera, recomendou-lhe "Vai e não peques mais", ou seja, perdoou e tolerou a pecadora (que somos todos nós) mas deixou claro que condenava o pecado!Sérgio Sá - 22/08/2019 00:13:34
Aqui no RJ vibramos com a salvação dos 37 sequestrados.Mirna Medeiros Pacheco mirnampacheco@msn.com - 21/08/2019 23:02:35
Parabéns pela crônica...Luiz R. Vilela - 21/08/2019 21:39:01
Toda ação, pressupõem-se que será seguida por uma reação. Foi isso que o sequestrador do ônibus na ponte Rio-Niterói, imaginou que aconteceria, pois já havia dito que entraria para a história e queria morrer, mas sem praticar o suicídio. Apostou que num estado, que é o mais violento da Brasil, a reação da polícia seria aquela que aconteceu. Alias, tratando-se do Rio de Janeiro, a presunção do que aconteceria, não poderia ser diferente. Isto que aconteceu no Rio, é comum em qualquer parte do mundo, entre o agressor e a vítima, o poder público tem a obrigação de ficar do lado do agredido, e não existe alternativa, se não se render, deve ser abatido, é a lei. Qualquer posicionamento contrário ao que aconteceu, é se posicionar ao lado do criminoso, é ser inconsequente e achar que se deva arriscar a vida de 37 pessoas, para preservar a vida de um possível genocida. As esquerdas, para variar, são contra tudo o que os atuais governantes fazem. A defesa de marginais é praxe, com a conversa fiada de que todo bandido é pobre, porque é vítima da sociedade, e suas ações são sempre a defesa de seus direitos vilipendiados pela burguesia opressora. Quanto ao governador do Rio, acho que nem deveria ter ido ao local da ocorrência, e muito menos ter dado os pulinhos de satisfação, afinal todos os que participaram do evento, estavam com alto grau de estresse e mataram um semelhante, pelo devido cumprimento do dever legal, e não por prazer. A polícia militar do Rio de Janeiro, talvez a mais criticada do Brasil, desta vez procedeu conforme deveria, e sempre que alguém tiver a sua vida posta em risco, seja por bandido ou por algum enlouquecido, a vida da vítima é prioritária e o estado tem a obrigação de preserva-la.