• Rafael Vitola Brodbeck
  • 24/03/2009
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SACO DE PANCADAS - Enviado pelo autor

Nas ?mas semanas, um vendaval de cr?cas ?greja Cat?a tomou conta dos principais notici?os. Sem nem ao menos conhecer em profundidade os assuntos abordados, muitos, inclusive conhecidos formadores de opini?e pessoas importantes na administra? p?ca, desfilaram um ros?o de ataques n?a id?s, mas a pessoas, em uma demonstra? de puro preconceito. Justo eles que acusam a tudo e a todos de preconceituosos... Come? com o caso Williamson, bispo da Fraternidade Sacerdotal S?Pio X. Fundada por D. Marcel Lefebvre – cujas diverg?ias para com o Papado, e dificuldades em entender e conciliar o Vaticano II com o “Magist?o anterior”, o levaram a uma crise, cujo ?ce foi a sagra? episcopal de Richard Williamson e mais tr?Bispos, em Econe, no ano de 1988, sem o devido mandato apost?o (autoriza? do Papa) –, a FSSPX teve retirada, por Bento XVI, a excomunh?aplicada automaticamente por conta da referida sagra? fora dos tr?tes can?os e em desobedi?ia ao Sumo Pont?ce. Pois bem, a Igreja achou por bem perdoar a pena imposta para iniciar um di?go mais aprofundado com os membros daquela fraternidade, sem esconder seu desejo de fazer com que eles aceitem o Conc?o. N?mudou a Igreja; o que mudou foi a abordagem. Ora, na ocasi? a m?a desencavou um v?o, gravado meses antes pela TV sueca, em que D. Williamson, durante uma entrevista, negou a exist?ia de c?ras de g?nos campos de concentra? nazistas, bem como afirmou n?ser na ordem de seis milh?o n?o de judeus mortos por Hitler, e sim, em suas palavras, “dois ou tr?mil.” Foi a oportunidade que setores da imprensa internacional encontraram para mover seu ? ?greja: acusaram o bispo de partid?o do nazismo, envolveram o Papa na hist? toda (como se, ao reabilitar os seguidores de Lefebvre, estivesse dando aval ?bobagens de um de seus bispos), e ainda deram mais destaque ?desastradas declara?s de Williamson do que ao grande acontecimento que foi a retirada de sua excomunh?e de seus companheiros na FSSPX. Apesar da pol?ca de seus argumentos e mesmo de sua irrealidade hist?a, temos de colocar os pingos nos is. Williamson n?foi antissemita em seus coment?os, n?disse que os judeus n?foram v?mas. Apenas externou uma opini?– errada, ?laro, mas l?ta – de que n?teriam sido tantos os mortos. Se uma pessoa qualquer emitisse uma opini?igualmente acerca de outro fato hist?o, no m?mo seria contraditada gentilmente pelos especialistas. Mas um bispo cat?o, falando de judeus, n?tem direito a dizer o que pensa, e a ele ?eservada a suprema antipatia p?ca. Enfim, a retirada das excomunh?nada teve a ver com o que pensa ou deixa de pensar Williamson acerca dos judeus ou do nazismo. Em outra ocasi? foi a vez de D. Jos?ardoso Sobrinho, OCarm, arcebispo de Olinda e Recife, violentamente agredido em sua honra pelos mais variados setores da sociedade, inclusive alguns ditos cat?os, simplesmente pelo fato de repetir o que a Igreja ensina: aborto ?ecado e, al?disso, delito can?o punido com excomunh?autom?ca. Todos, sem sequer ter o mais b?co conhecimento teol?o, se arrogaram o direito de criticar o prelado. Sem embargo, n?foi D. Jos?uem excomungou os m?cos e a m?da menina de nove anos, estuprada pelo padrasto, cuja gravidez foi interrompida por um procedimento abortivo. A excomunh??utom?ca nesses casos. Fale ou n?fale D. Jos?queira ou n?queira o m?co, a excomunh?ocorreria, pois independe do pronunciamento do arcebispo. N?faltou quem, no epis?, teve a mal?a de, mentirosamente, sustentar que para D. Jos? estupro da menor n?era pecado, apenas o aborto. Canalhice! D. Jos?oi claro: estupro e aborto s?ambos pecados mortais. Apenas que o aborto ?revisto, no C?o de Direito Can?o, como delito, al?de pecado. Simples. Cristalino. S?o enxerga quem est?mpregnado dos mais baixos pr?ulgamentos em rela? ?greja Cat?a. Enfim, agora em sua visita ?frica, foi a vez do Papa sofrer duros golpes, ao expor, mais uma vez, o ensino cat?o de que o uso de preservativos ?ecado, pois desvincula, no sagrado ato de amor de um casal, os fins procriativo e unitivo. Clamaram esses tolerantes (que toleram tudo menos a Igreja, a qual acusam de intolerante, em um proposital paradoxo) pela culpa da religi?cat?a pelo aumento do n?o de infectados pelo HIV, ao proibir a camisinha. Suprema incoer?ia e, ouso dizer, imbecilidade. Ora, a Igreja pro? n?s?camisinha como o sexo antes e fora do casamento. Ent?aqueles que n?obedecem a Igreja em um ponto (fazendo sexo pr?u extra-matrimonial, ou mesmo t?rela?s homoer?as), deixam de usar camisinha por obedi?ia ?esma Igreja? Como pontificou um amigo: “Se as pessoas obedecessem ?greja, n?fariam sexo n?matrimonial em primeiro caso. Ignoraram a Igreja na hora do sexo, mas na hora de botar uma camisinha: ‘N? a Igreja n?deixa!’” ?por essas e outras que est?erto Luiz Felipe Pond?em seu artigo do dia 23/03, na Folha de S?Paulo: “Outro fato que torna esse debate viciado ? preconceito contra a Igreja Cat?a, ali? o ?o preconceito aceito pelos ‘inteligentes’. Da? desfile de express?banais como ‘Inquisi?’, ‘Idade M?a’ ou ‘trevas’. Puro senso comum. A Igreja n??st?a. Est?o ?uem pensa que ela o seja.” A ningu?se permite o preconceito, mas os que primeiro bradam contra ele s?os mais preconceituosos em rela? ao catolicismo. A ningu?se permite a intoler?ia, salvo quando ela ?irigida ?greja. Realmente, como no Imp?o Romano, nas invas?germ?cas e vikings, em certos momentos do Medievo, nas Revolu?s Francesa e Russa, no absolutismo e no iluminismo, a Igreja Cat?a ? saco de pancadas. Contra ela tudo ?ermitido. * Delegado de Pol?a em Itaqui e articulista