• Percival Puggina
  • 20/09/2018
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QUE EDUCAÇÃO ESPERAR DE TAIS PROFESSORES?

 Como sabem meus leitores habituais, é comum que eu escreva sobre o malfadado uso e abuso da Educação por militantes políticos. Em vista disso, formei uma coleção preciosa de depoimentos e testemunhos sobre o uso perverso da sala de aula em prejuízo do que é essencial à atividade docente. São alunos, pais de alunos e professores que me escrevem relatando a própria experiência. Um dia ainda vou publicar esse material.

Os humilhantes indicadores de qualidade do nosso ensino podem ser atribuídos a muitas causas, mas entre elas jamais estará a atuação de professores que se empenhem na aprendizagem. E sempre avultará entre as causas do fracasso a conduta daqueles que estão mais preocupados com o que denominam “construção da cidadania”. Dê uma pesquisada na rede sobre “pedagogia e cidadania” e você entenderá melhor o que estou afirmando.

Se quase todas as universidades federais do país promoveram, nos últimos meses, cursos de extensão sobre “o golpe” de 2016, valendo-se, para isso, do espaço público e de recursos públicos, como haveremos de nos surpreender quando o orçamento da União, a máquina estatal e os poderes de Estado forem desviados para fins análogos?

Bilhões produzidos pelas mãos operosas do povo brasileiro, dedicadas a agregar valor e a merecer o pão com o suor do rosto se convertem em tributo e são jogados fora sem que suscitem interjeições ou pontos de exclamação. Desde cedo, o brasileiro está sendo amestrado a conviver com isso. Dessa rotina, pedagogia e dialética nascem obras que começam e não terminam, asquerosas negociatas, milionárias campanhas eleitorais e doações a governantes igualmente inescrupulosos. Não, não cabem interjeições se essas permissões são ensinadas como atributos da cidadania e se suas principais manifestações, absolvidas dentro das salas de aula, são consagradas pelo mau exemplo de tantos professores militantes.

Dois episódios muito representativos do que descrevi aconteceram nesta última semana aqui no Rio Grande do Sul. Na UFRGS, o Diretório Central de Estudantes (DCE) montou um comitê para desenvolver a campanha eleitoral de Haddad e Manuela, a dupla de estepes do preso de Curitiba. Felizmente, quando tudo estava pronto para entrar em ruidosa e escandalosa operação, a Reitoria acordou e proibiu a iniciativa. Creiam: os alunos não aprenderam sozinhos a fazer esse tipo de coisa. O ato convocatório iniciava assim:

A juventude do Triplex que fará o Brasil feliz de novo vem convidar para o lançamento do Comitê Haddad e Manuela na UFRGS, evento organizado por estudantes da Universidade em apoio à candidatura de Fernando Haddad.
O Golpe segue em curso no nosso país. Nesta nova etapa, impediram Lula de ser candidato, mas nós seguiremos lutando. Agora Haddad é Lula e Lula é Haddad. Vamos firmes no 13!

Triplex! Compre-o quem quiser. Simultaneamente, o TRE-RS, proibiu o Sindicato dos Professores do Estado – CPERS Sindicato – de fazer propaganda contra a candidatura do governador nas dependências das escolas estaduais. O sindicato sempre achou que seus filiados eram donos das salas de aula e, portanto, das escolas. Num momento eleitoral, nada mais oportuno do que montar uma caravana custeada pelos colegas e sair por aí, em missão política a ser cumprida dentro das escolas.

Em outras palavras, o sindicato bebeu água na mesmíssima vertente de todos os abusos: um suposto direito democrático do uso privado dos espaços e meios públicos, justificado pela inefável nobreza da causa... E quem não concorda é “fascista”.



* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

 


Dalton Catunda Rocha. -   21/09/2018 21:11:45

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Não concordas? Lembra do tempo (governo Sarney) em que telefonia era monopólio estatal no Brasil? Então,menos de 30% dos brasileiros tinham telefone fixo e um telefone fixo custava o preço de um carro usado, em bom estado. Hoje, 100% da telefonia do Brasil é particular. Graças a este fato, uma linha ou um chip de telefone celular custa o preço de uma boa pizza grande e, até um gari pode ter um telefone celular no bolso. Somente a privatização plena de todo o ensino básico e médio, junto com a privatização da esmagadora maioria do ensino superior, poderá nos dar a esperança de um futuro melhor, para o Brasil. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coréia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A "Um estudante típico vai sair da escola com a cabeça cheia de minhocas, submetido a uma intensa pregação de anos e anos contra o lucro e o sistema capitalista. Aos 18 anos, vai cair na vida sem ter a menor noção de quanto deve poupar por mês para se aposentar, ou de quanto deve separar a partir dos 22 ou 23 anos para poder dar uma entrada para adquirir a casa própria aos 30 anos. Quando descobrir como o mundo funciona, já estará endividado e pendurado no cheque especial. Seria muito melhor se, em vez de ter aulas baseadas em um marxismo de quinta categoria, ele fosse preparado para a vida. " > Publicado na revista Veja (edição 2438), na página 65. ******************************************************* Em 1964, menos de 20% dos brasileiros de 7 a 14 anos estudavam em escolas. A educação, mesmo básica, só existia para uma minoria de brasileiros. As ideias de Paulo Freire sempre foram largamente adotadas no Brasil; mesmo no Regime Militar. As ideias de Paulo Freire foram obrigatórias por lei, em todas as escolas de países "ALTAMENTE DESENVOLVIDOS" em educação, como por exemplo: Angola, Moçambique, Tanzânia, Burkina Fasso, etc. Como você acha que Paulo Freire viveu muitíssimo bem, na Europa e Chile de 1964 a 1979? Com o soprar do vento? Não. Os governos de Angola, Moçambique, Tanzânia, Somália, Burkina Fasso, Guiné, etc. o pagavam muito bem, pela assessoria de Paulo Freire, em assuntos educacionais. No Brasil de Sarney em diante, se tornou obrigatória para todas as escolas públicas, a imposição dos métodos de Paulo Freire para doutrinar os estudantes. Alguns resultados: 1- O Brasil é o país com maior número de crimes no mundo. 2- A taxa de crescimento do PIB brasileiro, que esteve em quase 7% ao ano de 1964 a 1985, declinou para menos de 2% ao ano de 1985 até hoje, em 2017. 3- O PT foi eleito quatro vezes seguidas, para a presidência do Brasil. 4- Viva Paulo Freire! Assim sendo, também digamos: Viva a corrupção,a criminalidade, a incompetência, o esquerdismo, a patifaria, a falsidade, a esquerda, a imbecilidade e a ignorância ! **************************************************** “Qual o produto dessa fraude custeada pelos impostos que pagamos como contribuintes à rede pública ou como pais à rede privada de ensino? Se você pensa que seja preparar jovens para realizarem suas potencialidades e sua dignidade, cuidando bem de si mesmos e de suas famílias, numa integração produtiva e competente na vida social, enganou-se. Ou melhor, foi enganado. O objetivo é formar indivíduos com repulsa ao “sistema”, a toda autoridade (inclusive à da própria família) e às “instituições opressoras impostas pelo maldito mercado”. Se possível, recrutar e formar transgressores mediante anos de tolerância e irresponsabilidade legalmente protegida, prontos para fazer revolução com muita pedrada e nenhuma ternura. Se tudo der certo, o tipo se completa com um boné virado para trás, um baseado na mochila e uma camiseta do Che. A pergunta é: quem quer alguém assim na sua empresa ou local de trabalho? Em poucos meses, essa vítima de seus maus professores, pedagogos e autoridades educacionais terá feito a experiência prática do que lhe foi enfiado na cabeça. Ele estará convencido de que “o sistema” o rejeita de um modo que não aconteceria numa sociedade igualitária, socialista, onde todos, sem distinção de mérito ou talento, sentados no colo do Estado, fazem quase nada e ganham a mesma miséria.” > http://www.puggina.org/artigo/puggina/a-miseria-da-educacao-e-a-educacao-da-miseria/3249

Clayton Ivan Mendes -   21/09/2018 19:20:36

Olá Percival. Passando só para parabenizá-lo pela sua contribuição no livro "Desconstruindo Paulo Freire". Texto super esclarecedor. Abraços

Carlos Edison Domingues -   21/09/2018 01:14:39

PUGGINA ! Sinto-me confortado quando leio este artigo que escreveste, denunciando a complacência de alguns professores. Vivi e com entusiasmo sala de aula universitária por quarenta anos. Sempre participei de política partidária; na rua e no palanque , mas nunca nos corredores e salas de aula. Numa certa manhã, em sala de aula eu estava encostado na minha mesa, junto a porta, aberta para o corredor, transmitindo o meu conhecimento para uns trinta alunos. Pelo lado de fora circulava um professor, com quem sempre me dei bem. Carregava , na mão esquerda, um maço de material de propaganda para colar em casacos , camisas e blusas. Cumprimentou e entrou na sala, já manipulando com a mão direita o material que pretendia "adesivar" os alunos. Levantei a voz, determinando que saltasse para fora. Até os alunos se assustaram O intruso quis se explicar, mas já no corredor. Política, para mim, é no Partido. Carlos Edison Domingues

João Gustavo -   20/09/2018 22:39:39

Esclarecidíssimas palavras, meu amigo! Quem dera mais pessoas no país vissem com a mesma clareza que o senhor!

Heloisa -   20/09/2018 17:49:26

Prezado Sr.Puggina, tenho a firme convicção de que, nos dias de hoje, a classe mais canalha em atividade no Brasil, e provavelmente no exterior também, é a classe dos professores. Estão em sala de aula apenas para doutrinar crianças e adolescentes. Que me perdoem aqueles que agem corretamente, preocupando- se em transmitir conhecimento a seus alunos. Sinto saudade de minhas professoras e professores, que jamais nos doutrinariam ou nos levariam a exposições pornograficas.