• Percival Puggina
  • 25/07/2018
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POR QUE E COMO RENOVAR EM 7 DE OUTUBRO

 

 Subindo na ponta dos pés, o horizonte brasileiro que podemos discernir além das águas agitadas do córrego eleitoral, ali adiante, não é de causar entusiasmo sequer ao mais otimista dos cidadãos.

A maioria dos partidos políticos brasileiros me faz lembrar as opium dens, as covas de ópio onde chineses viciados se recolhiam, em nichos e catres, para longas jornadas de narcotização assistida. Não dão a mínima para os anseios por renovação, tão perceptíveis na sociedade brasileira. Seus principais agentes estão viciados. Vegetam na dormente modorra de práticas que as pessoas de bem reputam como intoleráveis.

O conhecimento dessa realidade borra o quadro eleitoral e desqualifica o que ainda chamamos democracia. As grandes siglas se conformam na mesmice, viciadas e acomodadas nos nichos e catres do poder. Jamais se renovam, pois são avessas a toda mudança que ponha em risco as posições de seus líderes. As pequenas, se têm apreço por suas ideias, precisam de tempo, muito trabalho e apoio para se tornarem significativas. Semeiam nas escarpas das dificuldades enquanto as demais colhem na várzea fertilizada com os recursos tomados da sociedade. Ainda assim, como escrevi há alguns meses aos esperançosos da intervenção militar: “Não haverá intervenção; haverá eleição”. E é preciso renovar o que der, levando ao Congresso Nacional gente nova, não contaminada pelas práticas vigentes – e mais do que isso: avessa a tais práticas.

Muitos leitores me perguntam: “Fala-se em renovar, mas devem os bons que hoje têm mandato ser jogados fora com a água desse banho”? Claro que não! Se forem bons, se não forem corruptos, nem coniventes, nem omissos (provavelmente não sobrarão muitos) devem ter seus mandatos preservados por uma questão de racionalidade e justiça. Para certificar-se disso, ou para votar em candidatos novos, consulte os sites e aplicativos que disponibilizarão avaliações completas dos candidatos, como os do Vem Pra Rua e o RenovaBR, fale com quem os conheça, informe-se, não se fie em lero-lero publicitário.

Procure saber o que os candidatos realmente pensam sobre segurança pública, legislação penal, progressão de regime, foro privilegiado, Lava Jato, STF, escola sem partido, ideologia de gênero, educação, Paulo Freire, tamanho do Estado, carga tributária, corporativismo, reforma da Previdência, reforma institucional, meritocracia, privatizações. Dá trabalho? Claro que dá trabalho! Mas votar errado custa muito mais caro. E não há como corrigir um voto mal dado a não ser a duras penas, longo prazo e grande custo.

Com eleições dentro de pouco mais de dois meses, é inútil continuar questionando a confiabilidade das urnas porque essa atitude só afasta os bons eleitores. Retomemos essa pauta no ano que vem. Os que afundaram o Brasil e os que por eles torcem estarão todos na fila de votação do dia 7 de outubro. Então, vote; não os deixemos sozinhos como donos das urnas. Do jeito que o Brasil está, considero moralmente inaceitável a omissão do cidadão consciente.

*Especial para a Gazeta do Povo.


** Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

 


Fernando Luiz de Souza -   30/07/2018 21:21:32

Puggina, e você indica quem para o executivo? Considero o Bolsonaro muito despreparado e cercado por pessoas de nível baixo de inteligência...

Carlos Edison Domingues -   26/07/2018 13:05:01

PUGGINA ! O momento político que estamos passando contraria a promessa daqueles que combateram o regime revolucionária de 1964. O " movimento democrático " foi absorvido pela ganância do P.C.C. ( partido do contra cheque ) Isto veio desaguar no desespero do lucro que se direcionou para a roubalheira do mensalão e da Petrobrás . Lamentavelmente tenho transmitido aos amargurados, frente ao retrocesso na política, o ensinamento atribuído à Eça de Queiroz " Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos, pelo mesmo motivo" É o que nos resta fazer em apenas 45 dias. Carlos Edison Domingues

Antonio Ferreira Moraes -   26/07/2018 10:45:29

Mais do que nunca, vejo a importância de votarmos conscientes e com lucidez plena. As velhas ratazanas da politica, unidas para impedir o avanço conservador, nos mostra a grande responsabilidade que temos de não deixar para traz esta que talvez seja a última oportunidade que temos de renovar uma nação em decadência moral e política . Deus nos dê graça.