• Percival Puggina
  • 15/04/2015
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PEDOFILIA POLÍTICA

Parece que nos habituamos a esse tipo de abuso. Nós, brasileiros, não éramos assim, inquilinos discretos de uma casa de tolerância, que não se envolvem com o que se passa nos salões.

Gradualmente, porém, graças ao trabalho que já leva uma década do movimento Escola sem Partido, o país começa a perceber que nossas salas de aula se converteram em espaço privilegiado para "fazer a cabeça" dos alunos pelos moldes da cabeça dos professores. Qualquer estudo cuidadoso dos livros didáticos, qualquer conversa de cinco minutos com aluno de qualquer escola, permite perceber o problema e ouvir relato desses abusos praticados por centenas de milhares de professores, país afora. É um escândalo nacional que já leva mais de 40 anos! E não distingue escola pública de escola privada.

O professor é a autoridade no seu pedaço. Presumivelmente sabe das coisas. Ele é maior, mais idoso, olha os alunos de cima, aplica provas, dá notas e decide sobre quem será aprovado ou reprovado. Partindo desse poder, muitos, muitíssimos, multidões deles, se veem no direito de invadir os cérebros infantis e juvenis com uma das mais perversas ideologias concebidas pela mente humana. Passam a trabalhar como a aranha que capturou suas presas numa teia, envolvendo-as com a baba de uma conversa fiada cujo principal efeito é paralisar neurônios. Quantas crianças ou adolescentes brasileiros chegam às escolas trazendo na mochila explicações marxistas sobre história, economia e sociedade? Nenhuma!

Tais conteúdos, porém, lhes são solertemente ministrados nos livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e reproduzidos por uma legião de militantes, abusadores, pedófilos da política, que se aproveitam da própria autoridade, muitas vezes para ridicularizar (eles dizem "problematizar") conceitos que as crianças e jovens aprenderam no espaço legítimo da própria família. Essa praga não distingue escolas públicas e privadas. As mais fracassadas utopias, as mais equivocadas explicações dos fenômenos sociais e os mais mal sucedidos métodos pedagógicos são vendidos como emanações do cume do saber (ou como calda de chocolate no sorvete do conhecimento).

Lá em Santana do Livramento, quando criança, a gente chamava "provalecido", ou, corretamente, prevalecido, o sujeito grandalhão que se valia do tamanho para maltratar os menores. Os alunos mutilados intelectualmente por esses abusadores, tornam-se, depois, com suas muito prováveis frustrações, presas fáceis de partidos que, na vida política, explicam sua situação com o discurso que aprenderam em sala de aula. Pois essa multidão de "provalecidos" intelectuais, de pedófilos da política, de abusadores, estão com dias contados. Vem aí, como produto do meritório trabalho do movimento Escola sem Partido, uma lei para proibi-los de fazer o que fazem. Pode ser que superado esse obstáculo, que vem formando multidões de analfabetos funcionais, tolhidos, dentro das salas de aula, em sua capacidade de promover a auto-realização, o Brasil acerte passo com o progresso social.

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
 


Nelson Carvalho -   19/04/2015 14:45:44

Interessantíssimo artigo e muito boas colocações. Como incansável otimista dessa nova bancada conservadora que temos e com o vento da elite intelectual "coxinha" soprando forte quero crer que assistiremos à agonia de um governo nos próximos três anos e meio, acompanhadas da morte de dois partidos. O governo Dilma não cairá, mas o Lullo-petismo morreu definitivamente. Agora com o surgimento de um partido verdadeiramente liberal (o Novo) e o fracasso das esquerdas o país tem alternativas!

ALDO LANGBECK CANAVARRO -   19/04/2015 08:00:41

Vem aí, como produto do meritório trabalho do movimento Escola sem Partido, uma lei para proibi-los de fazer o que fazem. Que boa notícia! É bom demais para ser verdade! Esta lei vai sofrer uma feroz resistência por parte dos aguerridos militantes da esquerda, enquanto seus defensores, não tem a mesma disposição para a luta. Esta é a diferença entre direita e esquerda, um lado esta sempre com enorme entusiasmo para enfrentar a guerra, o conflito é o seu habitat natural, o outro, está sempre preocupado com a paz, o conforto e a tranquilidade é a sua principal meta. Não vejo chance desta lei ser aprovada, seria como tirar o ovo da serpente da chocadeira! Mas vamos torcer para que minha previsão venha a falhar! Se houver um cargo de "falso profeta" poderei até me candidatar!

Gustavo Pereira dos Santos -   17/04/2015 08:26:15

Dr. Percival, gosto de ler seus artigos e todos os excelentes comentários dos colegas. A verdade dói, refiz minhas contas e conclui que aumentou o trabalho que teremos para colocar o País dos Futuro no rumo do desenvolvimento. Os comentários da Clélia e da Silvia são assustadores, triste realidade. By the way, vem ai a CPI do BNDES e a inequação a seguir vingará: BENDESÃO>PETROLÃO>MENSALÃO. Um abraço, Gustavo.

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   16/04/2015 23:35:30

A mais pura e dura realidade, Professor. Porém, não menos duro é reconhecer que, durante todas estas décadas de doutrinação ideológica, houve, pode-se dizer, total omissão das forças políticas contrárias ao marxismo, no que tange a esta prática condenável, utilizada sobretudo nas instituições de ensino formal. Não lembro de um discurso sequer, de algum deputado ou senador denunciando a ação criminosa, nem de nenhuma tentativa de alertar e orientar os responsáveis pelas redes de ensino sobre a má intensão contida no tipo de material didático, de conteúdo e de ação "pedagógica" utilizados nas respectivas escolas. Muito pelo contrário. Como professor da rede municipal, cansei de participar de reuniões pedagógicas, seminários de educação, entre outros eventos relacionados, promovidos pela SME, cuja administração era de um partido de direita, onde os pressupostos de Paulo Freire e seus correspondentes eram apresentados como "verdades" incontestáveis, por palestrantes e oficineiros sabidamente ligados ao esquerdismo. Parece que agora, graças ao trabalho de movimentos como o Escola Sem Partido, entre outros, fortalecidos inegavelmente pela interação viabilizada pelas redes sociais, começamos e enxergar a luz no fim do túnel.

Juarez Lopes -   16/04/2015 23:24:44

Precisamos, e muito mais, massivamente combater essa orgia de esquerda, medíocre, fantasiada de intelectualidade.

Tobias Botelho -   16/04/2015 15:30:34

Sou filho, irmão e neto de professoras. Todas trabalham ou trabalharam no sistema público de ensino. Eu mesmo, salvo 2 períodos do ensino básico (que era chamado de ensino fundamental, hoje não sei se ainda é), sofri sem saber desse fenômeno. Porém, eu nunca militei politicamente para partido ou ideologia nenhuma. Simplesmente me desisteressei sobre assuntos políticos por nunca ter conhecimento de que esta era baseada nos princípios do debate - pelo menos em teoria - e que havia, necessariamente - também na teoria - dois lados, as famosas esquerda e direita. Dos 11 anos em que passei na escola, não tenho uma recordação sequer de que alguma vez me fora passado conhecimento ou informação sobre a existência da direita, seus exemplos bem sucedidos, sua importância na criação e manutenção dos valores da sociedade e, principalmente, no seu papel fundamental em impedir a coerção das liberdades. Minha experiência na escola pública teve fim em 2001. Somente aos 29, com a descoberta no YouTube dos vídeos do prof. Olavo de Carvalho, foi que descobri que havia vertentes políticas que envolviam muito mais do que simples administração pública. Havia conceitos como engenharia social, liberdades individuais, divisão e geração de riquezas, estímulo à vida intelectual, valores universais e confrontos entre ideias e ideais contraditórios para pautar as leis e a atuação do Executivo. Eu sabia que tudo isso existia, mas não sabia que existiam também na direita. Minha desistoxicação foi rápida, provavelmente pelo fato de eu não ter me tornado militante. Porém, essas mesmas professoras da minha família, que também não foram contaminadas pelo germe revolucionário - e que me sinto na obrigação de esclarecer cada vez mais, pois instrução deve ser compartilhada - me mostram inúmeros exemplos que a mentalidade marxista tem no meio acadêmico, com títulos de mestrado e doutorado entregues a professores "intelectuais" coniventes com o estado de coisas, mas incapazes de escrever 2 frases sem cometer erros gramaticais e de concordância verbal. Cursos de reciclagem propostos por núcleos marxistas, materiais alternativos com viés ideológico claro para quem já estudou o mínimo sobre o assunto. É triste ver que, como esclarece Olavo de Carvalho em A Nova Era e a Revolução Cultural, que as ideias de Gramsci sejam reverenciadas no Brasil há 40 anos ao passo que já nos anos 80, na Itália, o autor era motivo de vergonha tanto no meio acadêmico quanto no partido comunista. Ao meu ver, e partindo da minha experiência, o autodidatismo é hoje a única forma segura e eficiente de se obter cultura livre de ideologia. O autodidatismo deve ser incentivado pelos pais e pelo círculo de amizades como um hábito natural de busca do conhecimento.

Zaqueu -   16/04/2015 15:03:55

O que se vê hoje nas escolas é um verdadeiro estupro cerebral dos "di menor" e dos "di maior" também. Como se não bastasse, no resumo da ópera, esses alunos saem das escolas analfabetos funcionais e imbecis mentais porque não conseguem fazer uma crítica honesta do que está ao se redor. Vivem a realidade abstrata do socialismo e no tocante à formação nas diversas disciplinas, o desempenho é medíocre, conseguem até zerar uma redação. Essa é pátria educadora que está sendo preparada para o futuro do nosso país.

Odilon Rocha -   16/04/2015 14:05:40

Caro Professor. Que artigo! Parabéns! Colho trecho de uma frase do seu artigo, ..."das mais perversas ideologias concebidas pela mente humana", para dizer que, é impressionante, como vagabundos, ressentidos e vivarachos, conseguiram transformar a inveja, sentimento natural da condição humana, ainda imperfeita, em instrumento político nefasto, de consequências desatrosas. Tomara que a tal Lei vingue, pois o estrago tem sido enorme. A reversão, mais para desfazimento, não será fácil. Lunáticos e sonháticos querem brincar de Deus e acabam fazendo uma obra do Diabo. Abraço

Ricardo Moriya -   16/04/2015 11:10:34

Me lembro de uma frase de Dean Acheson, que fora Secretário de Estado de Harry Truman, quando chamado por JFK para auxiliar os Joint Chiefs (o comando militar) acerca de estratégias a serem adotadas para impedir que os mísseis soviéticos, já bem instalados em solo cubano, se tornassem 100% operacionais. Ele disse em bom tom: 'os soviéticos (comunistas) entendem apenas uma razão, a força bruta! Não adiantará em nada um bloqueio-quarentena ao redor daquela ilha, para se obter uma negociação forçada, quando em alguns meses estaremos novamente lutando contra comunistas em outro canto do globo...'. O raciocínio está corretíssimo (embora seja justo admitir que a opção pela 'quarentena' da ilha tenha sido uma solução diplomática inteligente, pois incapacitava qualquer Armagedom Nuclear!), e não há maneira melhor de se enfrentar um vírus tão persistente - e vírus certamente é a melhor definição para esse distúrbio mental chamado comunismo, que infecta um sistema plenamente saudável e o destrói aos poucos, deixando uma falsa ilusão que na superfície tudo está na mais pura ordem! E depois que o vírus começa a se reproduzir exponencialmente, pode ser tarde demais para qualquer tratamento... no caso específico do Brasil, é ainda mais sério, pois até nossas escolas particulares estão impregnadas de professores marxistas - engraçado, até professor de Química Orgânica é marxista! O nosso adulto de classe média foi um estudante que sofreu um incansável bombardeio ideológico desde a tenra idade, e hoje, no primor da meia-idade, acha perfeitamente normal pertencer a uma sociedade dominada por sindicatos e tecnocratas variados - ele vive, respira e navega um autêntico pesadelo Orwelliano! O aluno maltratado por tanta porcaria relativista já não mais existe, agora lidamos com zumbis de 40 e poucos anos pagadores de impostos.... e zumbis que moram em condomínios fechados, totalmente desarmados, e com medo das ameaças do mundo externo (algumas bem reais!); e que, ainda por cima, manipulados e humilhados por tecnocratas corruptos - os reais membros do Politburo! Vou dar um exemplo bem flagrante: se algum Projeto de Lei que extinguísse a CLT fosse à Plenário, ele seria engavetado imediatamente, inclusive contando com gigantesco apoio populacional... mesmo aqueles que se dizem democratas e anti Foro de São Paulo estariam gritando pelos quatro cantos contra o fim da CLT! A sociedade em geral já foi contaminada além da conta, talvez precisemos de um novo Êxodo, no qual uma geração inteira precise vagar no deserto, para depois uma nova geração, não contaminada pelo marxismo-sindicalismo, possa adentrar a Terra Prometida!

Genaro Faria -   15/04/2015 22:32:04

As crianças ingressam na escola para aprender as disciplinas que elas deveriam ensinar e saem delas como futuras militantes das ideologia que deveriam repudiar. Tal e qual acontece nas piores ditaduras socialistas, sejam de direita ou de esquerda. Seus pais candidatam os filhos a futuros cidadãos e mal percebem que os professores fizeram deles meliantes em potencial. Tarde demais, se dão conta de que perderam os filhos para o Estado. Mas o pior, o mais covarde e repulsivo é o que acontece quando os filhos são enviados para aprender catecismo e são levados a serem filhos de satanás. Quem poderá pôr fim a essa perversidade? Só me sustenta a esperança o que disse Jesus Cristo da Sua igreja: as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

Silvia -   15/04/2015 17:29:57

Conheço um rapaz que cursou História e hoje é professor. Tornou-se ateu militante e idiota útil. Triste ver que é impossível conversar com ele. Mesmo sendo professor, não lê nada. É marxista e nunca leu Marx. Vários aluninhos o seguem no facebook, onde ele aproveita para doutrinar as crianças e criticar/perseguir os cristãos.

Sérgio Oliveira -   15/04/2015 16:17:37

Percival, Infelizmente é a pura realidade, a cabeça está feita, já pensam ideologicamente sem perceber, estes dias estavam falando sobre corrupção, numa turma da UFRGS, a turma justificava que os "outros" também roubaram. Peguei a palavra e comentei uma notícia matinal ( que inventei) em que um homem foi preso porque bateu na esposa, a aula veio a baixo falando de machismo, feminicídio e tudo mais , depois de alguns debates calorosos eu falei novamente dizendo que o homem justificou sua agressão porque o marido anterior também batia nesta mulher e perguntei se vale a mesma justificativa usada para a corrupção, deste momento em diante a aula pegou fogo, o professor , docente da Ufrgs, acabou com a discussão e começou a ministrar a aula.

Clécia -   15/04/2015 13:06:54

Converso muito com meu filho de 10 anos sobre isso. Explico os valores do mérito de cada um. Que ninguem é responsavel pela desgraça dos outros. Cada um busca o próprio destino através de suas escolhas. Que essas ideologias só tendem a criar seres humanos acomodados. Resultado: meu filho tem as melhores notas da sua turma. Chegou a ser cogitado "pular" um ano, direto do 4º para o 6º ano, no que nós, pais, e ele próprio foi veemente contra. Pedi para a professora que mandasse os livros didáticos para casa, pois estranhamente, cadernos e livros ficam no colégio agora e só esporadicamente vem para o acompanhamento dos pais. Fiquei desesperada. São muito superficiais. Ideologia do princípio ao fim. Cabe aos pais separarem o joio do trigo nessa nossa "educação" . Senão, acabou a esperança.