• Percival Puggina
  • 11/05/2015
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PEDOFILIA POLÍTICA E OUTRAS NOTAS

 O ministro Janine Ribeiro vem sendo saudado como promessa de dias melhores para a Educação nacional. Espero, portanto, que já tenha assistido ao vídeo da audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, promovido pelo movimento Escola sem Partido, sobre Doutrinação Política e Ideológica nas Escolas. O Brasil tem cerca de 2,5 milhões de professores. Quantos desses não incluem entre os deveres de ofício moldar a seu gosto as posições políticas e ideológicas dos alunos? Quantos milhões de crianças e jovens já foram vitimas desse procedimento malicioso, também impresso em enganosos livros didáticos? Inominável abuso de poder que, não raro, ridiculariza convicções familiares de crianças e jovens! Tais práticas precisam ser reprimidas pelo que são: rotinas de pedofilia política, adotadas nacionalmente, em proporções multitudinárias.

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 Para quem gosta de cláusulas pétreas constitucionais, aí vai uma. Ela é tão relevante que os constituintes, ao relacionarem preceitos que não poderiam ser abolidos, puseram-na em primeiríssimo lugar. Refiro-me à forma federativa de Estado. Pois malgrado a primazia, apesar de agasalhados pelo rigor do preceito, Estados e municípios voltaram à condição de súditos de um poder imperial. Viraram baronatos desfigurados pelo absolutismo que a Casa reinante no Palácio do Planalto impõe. Ela age de forma tão desabrida que um de seus mais cobiçados e endinheirados ministérios (creia, leitor!) é o Ministério das ... Cidades! Pode haver algo menos federativo que um Ministério das Cidades?

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 Há no Brasil certo contingente de formadores de opinião identificados como chapa-branca. Montaram tenda de negócios à sombra das tamareiras governamentais e ali prosperam. E há um número bem superior de outros que servem à causa pela causa, discretamente, ardilosamente. Estes, ainda mais do que os primeiros, pavimentaram o caminho do petismo ao poder com a propagação de ideias e bandeiras que multiplicavam o efeito das cartilhas. Foram assim até o dia 26 de outubro passado. Desde o dia 27, quando o cavalo começou a mancar, procuram nova montaria, mas no mesmo cercado ideológico. Prefiro os que permaneceram fieis.

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 Com 12% de aprovação, não é a democracia que sustenta a presidente. É o Estado de Direito. Então pergunto: pode ele servir para proteção do governo que vemos e não para proteger a sociedade do governo? Hoje, quem ficar assistindo pela tevê não estará entregando aos azares as rédeas do país. Estará entregando, junto, a si e aos seus.

Especial para Zero Hora, 12/04/2015


Sérgio Alcântara, Canguçu - RS -   13/04/2015 23:29:16

Com ou sem impeachment, o que é deles está guardado! A tendência agora é de os movimentos democráticos se multiplicarem e se aperfeiçoarem em suas formas de ação e expressão, o que tornará cada vez mais visível à população em geral o mar de lama em que foi jogada, em nome dos caprichos e da ambição de uma gente que se julga dona da política e do Estado. Congratulações, Professor, pela grande estrutura de recuperação da democracia que o senhor, de maneira brilhante e abnegada, ajudou a construir!

Odilon Rocha -   13/04/2015 16:46:22

Perfeito! E, por acaso, o Ministério da Educação tem Ministro? Eu disse, Ministro!

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   12/04/2015 18:45:07

Não me tornei um desses tantos pedófilos políticos, graças à criticidade com que sempre analisei a todos os pressupostos freireanos ministrados por meus mestres "politicamente engajados", durante a faculdade. A grande "sacada" dos atuais MOVIMENTOS ALTERNATIVOS de oposição ao petismo, tem sido justamente a percepção de que um enfrentamento mais eficiente a esta verdadeira mazela política, que há anos se instalou em nosso país, requer providencial conscientização no interior de cada entidade, de cada instituição do Estado e da sociedade civil como um todo (não é gramscismo às avessas, não). Precisamos, realmente, fazer com que as pessoas em geral possam perceber as armadilhas ideológicas, lançadas com o objetivo de condicionar política, moral e culturalmente a sociedade ao propósito do marxismo. É entusiasmante perceber como as grandes manifestações populares estão dando substancial respaldo à iniciativas como a do movimento Escola Sem Partido, do qual sou apoiador.

Ismael de Oliveira Façanha -   12/04/2015 12:46:46

Professor Janine? O Ministério da Educação precisa de políticos educadores, tipo senador Cristovam Buarque, e não de mestre escola metido a filósofo! A Dilma continua cultuando aparências e operando no vazio. Ela mesmo é um blefe, seu partido é um blefe!