Percival Puggina
Na eleição nacional de 2022, dezenas de milhões de brasileiros sabiam o que queriam quando votaram contra a extrema-esquerda, contra o petismo, contra Lula fora da cadeia, contra inquéritos sem fim e excessos do Poder Judiciário, contra urnas sem impressora, contra a corrupção, contra a omissão do Congresso, contra o uso político-ideológico da Educação e contra a abusiva sexualização das crianças movida pela temática de gênero nas escolas. Esses eleitores, então, votaram em conservadores, em liberais, em candidatos de direita, em apoiadores da Lava Jato e do combate à corrupção.
Se um dia houve uma eleição polarizada, essa foi a eleição de 2022. Todos os eleitores cujas motivações foram descritas acima sabem o quanto aquele pleito foi controlado. Sabem que ali se aprofundou o silêncio imposto durante a pandemia e reduzida a democrática atividade das redes sociais. Podem tapar os fatos com o manto do sigilo e das ameaças, mas esses eleitores viram, sentiram e choraram a mordaça dos conteúdos não compartilhados, dos bloqueios, das “violações dos termos de uso”, etc., sempre voltados ao objetivo comum: fazer com que as mensagens do grupo majoritário e preponderante nesses canais tivesse sua propagação desestimulada, reduzida ou impedida. Tudo previsível. Quem tivesse o poder de influenciar esse espaço de comunicação social à luz do resultado pleito de 2018 e da vitória de Bolsonaro, saberia o que fazer em 2022. E fez.
Pense naqueles milhões de eleitores e na traição de que a maioria deles foi vítima. Votaram em alguém que, no exercício do mandato, se revelou o oposto do que dizia ser. Quase dois terços dos representantes frustraram, roubaram as expectativas de seus representados! Convivem nos embalos do erário com os males e malefícios de que somos vítimas. Dos eleitos por aqueles anseios dos eleitores, não resta mais de uma centena. Todos os demais pularam o muro e sentaram no colo de Lula, do petismo corneteiro. E elegeram os tranqueiras Lira e Pacheco.
Foi uma dura lição que não poderá se repetir novamente. A eleição de outubro vindouro é municipal, mas é tão relevante para o plano nacional de dois anos mais tarde que o ministro Alexandre de Moraes já remontou e aprimorou a estrutura que usou para apitar a partida de 2022 e quer manter ativa em 2026.
Ela deve ser importante também para nós. Os traidores devem ver nela a porta da rua que os eleitores lhes apontarão em 2026. Se aparecerem por aí no seu município com emendas liberadas e recursos federais, saibam que tais favores são o prêmio da traição. Não valem um infinitésimo do que os generosos doadores nos tomaram! Esses brindes foram pagos com injustiças que gritam aos céus, com vergonha nacional, com o nanismo diplomático, com o tacão do autoritarismo, com uso casuísta da Constituição, com dinheiro que sai da Educação e da Saúde e vai para os parceiros da guerra cultural, com perda de liberdades sem as quais a democracia é apenas uma ridícula “fumacinha” que ficou por aí, volátil resíduo de algo que passou.
Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
Carlos Alberto - 20/04/2024 15:52:28
Parabéns. Excelente texto.samir keedi - 17/04/2024 07:24:41
Muito bom amigo Puggina. AbraçosCarlos - 16/04/2024 07:55:51
Das eleições de 2022, todos sabíamos de quem seria o terceiro lugar. Surpreendentemente, Tebet chegou à frente. Acho que os votos dele foram desviados para o larápio e ninguém checou isso. A dúvida que me fica é se ele concordou ou nunca soube.Tito Livio Bereta - 16/04/2024 06:15:51
Sr. Percival Puggina. Apareci algumas vezes em sua página, seja para lhe dar parabéns por sua coragem, seja para compartilhar algo de sua autoria ou que tenha sido reproduzido pelo senhor. O veto à nossa fala me impede escrever tudo o que sinto e penso. Não por medo, mas por saber- o tempo me ensinou a ser prudente - que é assim e será assim até o fim. O que me consola está na Bíblia:- "Afastai-vos de mim, malditos. Eu não vos conheço". Haverá um dia de choro e ranger de dentes. Aqui e agora nós não conseguiremos deter a onda de maldades, esse tsunami que assola o mundo! Só se houver um milagre divino antes do que foi profetizado e vem ocorrendo, e com todas as letras e sinais gráficos. É muito mais fácil servir ao diabo, pois as compensações são imediatas, orgásmicas eu poderia dizer. São como o doce do açúcar, que promove satisfação imediata mas não alimenta. Só contrário, só sobrecarrega o pâncreas. Longe de mim a pretensão de querer entender o porquê das coisas. Dizem os estudiosos que foi por termos sido criados com liberdade de escolha. Não sendo exegeta, erudito ou algo parecido , rumino uma preocupação:- Repetirão os criadores da IA, o mesmo programa? Darão a ela a "liberdade" de escolher o que há de querer para si? O primeiro Criador foi honesto. Deixou claro que a depender das escolhas, as consequências poderiam ser desastrosas. Grande e filial abraço. O senhor merece nosso respeito.Reg - 15/04/2024 22:32:34
Quem disse q votaram neles? Não votaramcoisa nenhuma. TODO MUNDO SABE DISSO. Nunca mais vamos conseguir um governo de direita no brasilsilsil.Sergio jardim - 15/04/2024 18:50:29
o Brasil nao pode.nao deve admitir essa COISA que o micoin criou. ESSA CENSURA DO TSE. de vigiar a liberdade do povo brasileiro. ELE quer ter o controle das próximas eleiçoés. nunca jamais. assim espero.Luiz R. Vilela - 15/04/2024 18:45:15
Ah, pois é! Eu acho que na eleição passada, ninguém foi traído. Todos conheciam bem os candidato, sendo que um governou por 8 anos e ainda elegeu a sucessora que depois foi "impichada", por excesso de incompetência. O outro governou por 4 anos e ainda estava em funções quando ocorreram as eleições. Pois bem! É dito que trair e coçar, é só começar, todos já conheciam os métodos do eleito e de seu partido, não sendo novidades o procedimento em campanha e no exercício do cargo. O voto foi consciente e em grande parte fanatizado, portanto qualquer queixa posterior, é infundada. Tudo o que houve durante a campanha, a parcialidade dos julgamentos, já eram prenúncios de que algo estava em gestação, e agora sabemos o que era. Agora é ficar de olho vivo e faro fino, porque o método que já deu certo pode voltar a ser repetido, o que certamente será tentado. Mesmo aqueles que não sejam conservadores, mas são conscientes de que a democracia deve prevalecer, esqueçam o fanatismo e assumam a razão, porque tudo que começa mal, termina pior.JOSE DOMINGOS MAIA SOBRINHO - 15/04/2024 15:27:59
Bastaria que os Políticos honestos e com grande influência popular apoiem somente candidatos que não virem a casaca (se vendam) após o pleito eleitoral.João Carlos da Cunha - 15/04/2024 11:40:30
Como ter voto consciente num país onde 94% da população adulta é analfabeto ou analfabeto funcional (Censo IBGE 2022)?IGNÁCIO JOSÉ DE ARAUJO MAHFUZ - 15/04/2024 11:31:02
Percival, Caro Mestre Puggina. SAÚDE E PAZ! Chê, Prezado Percival, tens completa razão - a imensa maioria dos votantes nas eleições de 2022 foram enganados, traídos, ludibriados, ROUBADOS! Votamos, como dizes, CONTRA A EXTREMA-ESQUERDA, CONTRA A PETELHADA E SEUS PUXADINHOS mas, em seguida, fomos traídos - majoritariamente, o congresso nacional brasileiro é formado por elementos vis, ordinários, mamíferos contumazes, VENAIS E CORRUPTOS, verdadeiros eunucos morais. Essa turba NÃO TEM VALOR, TEM PREÇO! Para piorar, a tal "justiça" brasileira é comandada pela pior espécie de bandidos, OS SINISTRIOS BANDIDOS TOGADOS DO STF... Esses BANDIDOS TOGADOS CRIARAM AS TAIS CAIXAS MÁGICAS (NÃO SÃO URNAS!) QUE TRANSFORMARAM O LULADRÃO SEMPRE LULADRÃO SEMPRE BANDIDO EM PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Fraternal abraço, Ignácio J.A. MahfuzLuiz Pereira Lima - 15/04/2024 11:19:25
Como sempre maravilhoso o artigo. No caso em tela é evidente que o legislativo comprado representam os traidores; entretanto a ignorância do votante deve ser computada sendo estimulada cada vez mais no atual sistema educacional de maneira proposital!Manoel Luiz Candemil - 15/04/2024 11:17:03
O sistema eleitoral e a aparelhagem que havia em 2022, sem voto impresso, será a mesma em 2024!Mary Georgina Boeira da Silva - 15/04/2024 10:44:13
Exatamente. Traidores e oportunistas, todo cuidado é pouco.